Moção defende ainda ligação ferroviária com Santarém
A Assembleia Municipal das Caldas da Rainha aprovou no passado dia 26 de março uma moção de apoio à localização do novo aeroporto em Santarém, articulada com a criação de uma nova linha ferroviária entre Santarém e Peniche. A iniciava surgiu do Grupo Municipal do Partido Socialista e foi aprovada com 31 votos a favor e duas abstenções.
Na moção, é indicado que o investimento no aeroporto em Santarém “poderá ter uma influência decisiva na dinamização territorial, social e económica da prevista e já aprovada pela União Europeia NUT II, que engloba as sub-regiões do Oeste, da Lezíria do Tejo e do Médio Tejo, proporcionando a melhor acessibilidade a um serviço aeroportuário de qualidade”.
O documento aprovado na AM caldense defende ainda a criação de uma nova ligação ferroviária entre a Linha do Norte e a Linha do Oeste “já equacionada no passado”. A nova linha ligaria Santarém a Peniche, passando em Rio Maior e Caldas da Rainha e seria um complemento ao novo aeroporto em Santarém, “como um investimento desejável que reforça os critérios de escolha desta opção e o sistema global de transportes em Portugal no seu conjunto”.
Jaime Neto, deputado socialista na AM, destacou que defender a construção do aeroporto em Santarém tem como objetivo “valorizar a liderança política e a centralidade das Caldas da Rainha”.
A moção apresentada pelo grupo municipal socialista foi bem acolhida pelos restantes. Paulo Espírito Santo, deputado municipal pelo PSD, realçou que esta opção “poderá ser mais-valia para a nossa região, e em particular para o nosso concelho”, principalmente “em comparação com outras opções, nomeadamente Alcochete”. Paulo Espírito Santo acrescentou que o novo aeroporto deve ter “um plano de mobilidade importante e robusto”, no qual a linha férrea surge num plano importante.
Eduardo Matos, do Vamos Mudar, concordou que a hipótese Santarém constituiu uma mais-valia para a região, embora a sua construção levante “questões técnicas de operacionalidade”, como a distância à capital, ou a inibição do espaço aéreo devido à base aérea de Monte Real. Quanto à ligação ferroviária do Oeste a Santarém, lembrou que parte da linha já existiu entre Rio Maior e Santarém, então para o transporte de carvão, e que grande parte da plataforma ainda existe.
O presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, referiu não possuir toda a documentação técnica para tomar uma decisão sobre a melhor localização para o novo aeroporto, mas “emocionalmente, não temos dúvidas que Santarém é a melhor decisão para Caldas da Rainha e o Oeste”.
O consórcio Magellan 500, promotor da construção do aeroporto em Santarém, já realçou que que a Comissão Técnica Independente – que recomendou as opções Alcochete ou Vendas Novas – considerou viável esta opção. Em comunicado, a Magellan 500 manifestou intenção de trabalhar com o governo na concretização do projeto. ■