No passado dia 31 de Agosto foi assinado o memorando de entendimento entre o município caldense, o Turismo de Portugal e as direcções-gerais do Património Cultural e do Tesouro e Finanças, que inscreve os pavilhões do Parque e o antigo casino no Programa de Valorização do Património.
Este é o terceiro dos 30 investimentos que serão definidos como prioritários a nível nacional, em termos de património cultural, para concessionar a privados que os irão requalificar e transformar em unidades hoteleiras. O programa tem como objectivo agilizar os processos e financiamentos dos investidores. Nesse sentido, haverá uma linha de crédito do Banco Europeu de Investimento disponível e com condições vantajosas.
Já depois da assinatura, Ana Mendes Godinho, secretária de Estado do Turismo, referiu que este tipo de projectos, por se tratarem de “investimentos duros”, têm que ter condições, prazos de maturação e de carência especiais.
A governante, que tomou conhecimento dos pavilhões em Fevereiro aquando da inauguração do novo espaço de turismo, afirmou que o programa “criou um movimento” porque desde que foi anunciada a iniciativa, têm recebido dezenas de sugestões a incluir no programa.
“Não podemos ter património a cair, é inaceitável”, disse. “Ou é considerado estratégico do ponto de vista cultural e o Estado assume que o recupera, ou tem que ser aberto a concessões de privados”.
A secretária de Estado revelou que irá fazer um roadshow internacional para captação de investimento. Terminou fazendo notar que “finalmente irá ser dado a este espaço a função para a qual foi criado” e com um apelo aos investidores: “acreditem neste projecto!”
Já Tinta Ferreira, presidente da Câmara das Caldas, realçou que “só é possível reabilitar este património com instituições parceiras” e que o município não podia “ficar à espera que o Estado fizesse por nós o que era preciso ser feito”.
O autarca salientou o “contributo decisivo para a economia regional, mas também para o país” que este imóvel devidamente requalificado trará e revelou que “há uma manifestação de interesse que propõe a entrada para o hotel pelo Céu de Vidro”, garantindo que mesmo que o investimento privado não se realize, a autarquia está preparada “para não deixar os pavilhões cair”.
O autarca salientou ainda que em relação ao Hospital Termal o cenário é idêntico: caso a parceria com o Montepio Rainha D. Leonor não se concretize, “o próprio município reabrirá o Hospital Termal em 2017”.
A terminar disse que na passada segunda-feira seria discutida uma proposta de concurso na reunião de Câmara, mas segundo apurámos, a discussão foi adiada. Depois de aprovada pelo executivo municipal a proposta terá de ser aprovada pela Assembleia Municipal.
Gazeta das Caldas questionou a Secretaria de Estado sobre quais os outros monumentos que fazem parte das lista dos 30, mas não obteve resposta. Para já, apenas são conhecidos os Pavilhões do Parque, o Convento de S. Paulo (Elvas) e a Quinta do Paço de Valverde (Évora).