Assunção Cristas falou sobre a igualdade de género com jovens da Bordalo Pinheiro

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Gazeta das Caldas
A sessão decorreu no auditório da escola e os alunos questionaram a deputada sobre vários assuntos

Deputada na Assembleia da República, líder do CDS-PP, doutorada em Direito e mãe de quatro filhos, Assunção Cristas esteve no passado dia 11 na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro a falar sobre igualdade de género. A deputada centrista foi a convidada da terceira sessão do Parlamento Jovem e lotou o auditório daquele estabelecimento de ensino.
“Na política acho que [a igualdade de género] é particularmente importante porque tomam-se decisões que implicam toda a sociedade e, por isso, é bom que reflicta essa mesma sociedade”, disse a deputada aos alunos.

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O auditório da escola esteve cheio para ouvir Assunção Cristas

Só está na política por ser mulher, acredita Assunção Cristas. A deputada e actual líder do CDS-PP lembrou à plateia que a sua carreira nesta área começou quando Paulo Portas a viu num programa de televisão a defender o não pela legalização do aborto e a convidou para o partido. Ainda hoje se pergunta se fosse homem teria acontecido a mesma coisa, uma vez que o CDS já tinha “muitos e bons elementos”.
Perante um auditório cheio, Assunção Cristas falou sobre igualdade de género, o tema deste ano do Parlamento dos Jovens, e defendeu direitos e responsabilidades, assim como oportunidades iguais para ambos os sexos. Facto que, reconheceu, ainda está longe de ser uma realidade, pois ainda são poucas as mulheres a chegar a lugares de topo e a desempenhar funções equivalentes, ganham menos cerca de 20% que os homens.
A líder centrista partilhou a sua própria história: licenciou-se em Direito há 20 anos e doutorou-se há 12. “Nessa altura o meu orientador de doutoramento comentou que agora chegou a altura das mulheres casadas e com filhos também se poderem doutorar”, disse, lembrando que durante décadas houve apenas uma única mulher doutorada em Direito, e que era solteira e não tinha filhos.
Em Coimbra foi durante o tempo em que era aluna da licenciatura de Direito que se doutorou a primeira mulher. “A lei não impedia, mas impedia-o o status quo”, explicou, acrescentando que antes do 25 de Abril havia profissões vedadas, por lei, às mulheres, como as de juíza ou diplomata.
Mas também os direitos dos homens são alvo, muitas vezes, de julgamento social. “A verdade é que um homem que fica em casa os seis meses de licença de paternidade sofre um julgamento social negativo”, disse, acrescentando que as pessoas tendem a pensar que ele não quer trabalhar ou que não tem mulher para executar essas funções.
“Acho que os papéis são para ser repartidos nas responsabilidades”, rematou.