Aumento de queixas por violência doméstica

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Está a decorrer uma campanha nacional que sensibiliza para o problema e alerta para o seu impacto

Entre junho e meados de agosto o Gabinete de Atendimento à Vítima de Violência Doméstica (GAVVD) das Caldas da Rainha atendeu nove novas vítimas de violência doméstica. Destas, duas foram encaminhadas para Casas Abrigo, e continua a acompanhar 23 processos. As principais vítimas em acompanhamento são do género feminino e com idades compreendidas entre os 46 e 55 anos, vítimas dos cônjuges e companheiros/as, seguido das pessoas mais idosas, vítimas dos filhos. É exercida essencialmente violência física, mas também psicológica.

Comparativamente aos anos anteriores, o GAVVD verifica um aumento de queixas, que diz ser “habitual nesta fase do ano”, devido ao facto de, em período de férias, as pessoas passarem mais tempo em família, tal como acontece nas épocas festivas. Este gabinete, constituído por uma equipa multidisciplinar de apoio social, acompanhamento psicológico e aconselhamento jurídico, juntou-se à campanha da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género (CIG), lançada a 14 de agosto, contra a violência doméstica. Esta nova campanha, que decorre a nível nacional, tem por objetivo sensibilizar para os números negros que se registam, prevenir e erradicar a tolerância social às várias manifestações da violência doméstica e alertar para os seus impactos.

Nos primeiros seis meses de 2023, houve 14.863 queixas por violência doméstica, com registo de 12 homicídios. “São muitos rostos, muitas vítimas e vários agressores. São milhares de pedidos de desculpas diários, sendo que se torna premente repetir vezes sem conta que, onde há uma vítima, há uma pessoa agressora”, refere a CIG, que, com esta campanha, alerta para inúmeras desculpas que a pessoa agressora utiliza para se desresponsabilizar pelos seus atos, negando ou banalizando a violência, que se perpetua. Realça que a ideia de que agredir “é sempre uma escolha da pessoa que usa a violência para se impor, controlar ou provocar medo e dano à vítima”, reforçando o facto de não existirem desculpas para uma pessoa ser violenta com outra.

De acordo com o GAVVD as principais vítimas são mulheres, com idades compreendidas entre os 46 e 55 anos06

A Rede Nacional de Apoio a Vítimas de Violência Doméstica está presente em todo o país e, no segundo trimestre deste ano, acolheu 1450 pessoas. Destas, 52% eram vítimas adultas (98% mulheres e 2% homens) e 48% eram dependentes a cargo (maioritariamente crianças e jovens que, por questões de segurança, acompanharam as suas mães).

A campanha da Soroptimist
O Clube Soroptimist International realiza, entre 25 de novembro e 10 de dezembro, uma campanha, com várias ações de prevenção à violência doméstica e relações tóxicas. A iniciativa, que envolve o clube caldense, integra a campanha internacional Orange The World. O desafio, que o ano passado já envolveu um restaurante nas Caldas, passa por propor-lhes a confecção de um menu cor laranja, de três pratos (entrada, prato principal e sobremesa e bebida), que seja servido durante os 15 dias da campanha. Por cada menu vendido será entregue 1 euro ao clube caldense.■