Bombeiros da Benedita contestam eleições

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Um total de 26 soldados da paz já depositaram os capacetes em frente ao quartel

Vinte e seis bombeiros da Benedita, entre voluntários e assalariados, depositaram os capacetes em frente ao quartel como forma de protesto contra a nova lista para os órgãos sociais, eleita a 30 de setembro e encabeçada por Filipe Marques, vogal da anterior Direção e que reuniu 67 dos 126 votos, contra os 55 obtidos pela lista B, encabeçada por Alice Moura Lourenço.
Os manifestantes não querem que a lista vencedora tome posse porque “a Direção eleita irá ser mais do mesmo do que tem acontecido nestes últimos anos”, queixa-se o grupo contestatário, que nota que apenas houve rotação nos lugares. Os bombeiros dizem-se desprezados pela direção anterior e acusam-na de ter transformado um corpo de bombeiros especializados numa empresa de transportes de doentes não urgentes.
“Tem havido uma brutal falta de investimento em equipamentos de proteção individual e infraestruturas de apoio aos bombeiros”, acusam os bombeiros, apontando ainda à falta de planeamento e o “desinteresse e desinvestimento em formação técnica para atualizar os bombeiros às novas realidades”. Os manifestantes dizem mesmo que “não é a primeira vez que temos, a custo zero, que encher as piscinas dos amigos dos membros da direção”, ou despejar poços ou fazer cortes de árvores. “Chegamos a fazer mudanças de recheio de casas dos elementos da direção e de amigos destes”, apontam.
O grupo de bombeiros ameaça entrar no quadro de reserva caso a nova direção tome posse.
Na segunda-feira à noite realizou-se uma vigília em frente ao quartel. Dinis Coito, um dos bombeiros que depositou o capacete em frente ao quartel, disse à Gazeta das Caldas que “foi gratificante sentir o apoio da população”. Revelou ainda que já se reuniram com o presidente eleito, que procurou aferir das condições necessária para tomar posse, mas que negaram essa intenção. “Para nós só há uma solução, a não tomada de posse”, afirmou, notando ainda assim que é uma tomada de posição difícil para os soldados da paz e que não é contra ninguém, mas sim contra as políticas. Durante o protesto, frisou, a operacionalidade do socorro é garantida.
A Gazeta das Caldas tentou contactar o presidente eleito para obter uma reação, mas tal não foi possível até ao fecho desta edição. Ao Correio da Manhã, Filipe Marques lamentou que este grupo não aceite os resultados de umas eleições democráticas e que julgue o trabalho de uma direção que ainda não tomou posse. ■

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