Um grupo de moradores da Rua Emídio de Jesus Coelho apresentou, na última assembleia de freguesia da União de Freguesias das Caldas – Nossa Senhora do Pópulo, Coto e São Gregório, a 23 de junho, um abaixo-assinado que aponta para o ruído provocado pelos pavões do Parque “que circulam na via pública, sem qualquer controlo”.
O documento, assinado por cerca de 25 pessoas, informa que as aves, nos últimos quatro meses, “perturbam o direito ao descanso dos moradores da rua, interferindo, ainda, sobre o direito que os proprietários dum Alojamento Local, sito na mesma artéria, de bem servirem os seus clientes, de trabalharem cumprindo as normas da Lei do ruído”.
O Regulamento Geral do Ruído estabelecido pelo Decreto-Lei nº9/2007 aplica-se a atividades ruidosas permanentes ou temporárias, incluindo, também outras fontes de ruído suscetíveis de causar incómodo. “Os pavões têm o seu quê de pitoresco mas não podem vir antes do bem-estar das pessoas”, sublinha o abaixo-assinado entregue na Junta.
Estes “gritos” que classificam como “lancinantes” começam “por volta das 5 da manhã, prolongando-se durante o dia sempre que a sua liberdade primária os leva a tal”. Acresce que na rua vivem moradores de idade avançada, muito incomodados com o despertar constante provocado pelas aves.
“Consciente do incómodo” que causa aos fregueses o excesso de barulho dos pavões em meio urbano, a Junta informou que “tem vindo a efetuar esforços no sentido de solucionar a situação”. Face à deambulação dos pavões na via pública, a autarquia contactou os serviços veterinários especializados “que estão a recolher dados para planear a abordagem de captura destes, bem como a implementação de estratégias para impedir a fuga e controlo populacional dos mesmos”, informou o presidente da Junta, Pedro Braz.
O PSD reagiu ao comunicado do executivo com humor, publicando uma imagem alusiva ao tema, com a seguinte inscrição: “Não sejas pavão”.
A posição pública da autarquia originou comentários nas redes sociais de muitos caldenses, muitos sem perceber que o problema é o barulho que as aves fazem de madrugada no centro da cidade.
Para responder à polémica, a União de Freguesias lançou na manhã da passada terça-feira novo comunicado referindo que os pavões “são um cartão de visita da cidade”, mas que devem ficar circunscritos ao Parque, onde “são diariamente alimentados, onde podem ser facilmente cuidados e onde estarão certamente mais seguros”. O autarca pediu, de resto, para a população não alimentar as aves na via pública. ■