Há novidades em várias áreas neste início de ano lectivo nas escolas das Caldas da Rainha. Está prevista a abertura de gabinetes de Saúde, a implementação da Educação Sexual e de alterações nas Actividades de Enriquecimento Curricular. O vereador da Educação, Tinta Ferreira, faz um balanço do primeiro ano dos centros escolares e considera que estes deveriam ser um pouco mais pequenos. Salienta que até ao final do mandato procurará requalificar as pequenas escolas de 1º ciclo para que estas ofereçam condições similares aos centros escolares.
No Agrupamento de Escolas de Sta. Catarina as aulas começam a 13 de Setembro, sendo esperados 690 alunos e 83 professores, faltando colocar apenas cinco docentes.
Segundo o seu director, António Saloio, este Agrupamento “desde sempre adoptou uma filosofia de inclusão social e educativa”. O agrupamento assinou um protocolo com o Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor ao nível do seu Centro de Recursos para a Inclusão, espaço que tem sido fundamental para assegurar o trabalho dos vários técnicos especializados.
Para além do apoio educativo dado a todos os alunos que apresentam Necessidades Educativas Especiais de Carácter Permanente, destaca-se o trabalho que tem vindo a ser realizado no âmbito de Escola de Referência para a Educação Bilingue de Alunos Surdos, bem como a abertura no ano lectivo de 2009-10 da Sala de Apoio a Alunos com Multideficiência.
Nas Caldas da Rainha, o Agrupamento de Sto. Onofre inicia também o ano lectivo a 13 de Setembro para os seus cerca de 600 alunos. A escola terá no total cerca de 140 professores e faltam ainda colocar alguns profissionais nos horários incompletos.
Já o Agrupamento D. João II vai arrancar com 2470 alunos e 230 professores Segundo o director, Jorge Graça ainda faltam colocar oito docentes. Entre as novidades conta-se um Gabinete de Apoio ao Aluno e no Centro Escolar de N. Sra. do Pópulo (que faz parte deste agrupamento) vai abrir uma unidade de ensino estruturado para alunos autistas.
Na sede funcionam vários cursos EFA e há um protocolo com o Estabelecimento Prisional. Funcionam também cursos de Português para Estrangeiros e de Alfabetização para Estrangeiros.
Na Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro o início das aulas ainda esteve em risco por causa das obras, mas afinal tudo se resolveu a tempo e este estabelecimento de ensino vai abrir, tal como as suas congéneres, a 13 de Setembro.
A escola arrancará com 850 alunos, menos 40 do que no ano passado. “Nos 10º anos há menos três turmas, uma profissional e duas técnico-científicos”, disse o director, António Veiga. O curso profissional de Electricidade não vai abrir por falta de alunos.
A Escola Secundária Raul Proença vai começar o ano lectivo com 1050 alunos e cerca de 115 professores. Para já faltam seis professores de áreas tão diversas como a Matemática, Histórica, Informática ou Educação Física. Este ano, a escola vai abrir um curso do 10º ano de Sócio-Económicas respondendo ao anseio de pais e filhos que queriam esta formação neste estabelecimento escolar (em contrapartida, na Bordalo Pinheiro, este curso deixa de existir). A turma vai arrancar com 28 alunos.
Haverá novidades também em relação à comemoração do Ano Internacional da Química, com acções que se realizarão na cidade e ainda um programa de Iletracia da Informação que tem como objectivo ensinar os alunos a ser mais criteriosos nas investigações que realizam na internet.
As duas escolas secundárias da cidade vão abrir um curso CEF de instalação de sistemas informáticos.
Vigilância electrónica
Nas escolas caldenses está prevista a existência de vigilância electrónica nas duas escolas secundárias e na D. João II. A montagem das câmaras já foi iniciada na semana anterior na sede do Agrupamento da D. João II (na entrada dos blocos, no polivalente e espaços exteriores). Também foi iniciada a montagem na Escola Secundária Raul Proença e o circuito inclui 12 câmaras. Está igualmente prevista a vigilância electrónica para Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro “mas não nesta fase de obra”, esclareceu António Veiga.
Mudanças nas AEC’S
Para o vereador da Educação, Tinta Ferreira, as cinco escolas do concelho de Alvorninha viram as suas actividades lectivas suspensas e não se tratou de um encerramento, mas sim de uma transferência para novo edifício do novo Centro Escolar de Alvorninha.
Segundo o autarca, o transporte dos alunos do primeiro ciclo é assegurado pelo concessionário, ao passo que as crianças que frequentam o pré-escolar são transportadas pelos serviços da Associação de Desenvolvimento Social daquela freguesia. Este transporte é feito em carros mais pequenos, com um serviço personalizado e menos pesado para o erário público.
Há quatro estabelecimentos de ensino que têm entre os 11 e 21 alunos e que a Câmara das Caldas conseguiu argumentar com o Ministério para que não encerrassem. Trata-se das escolas de Carreiros, Sta. Susana, Lagoa Parceira e Casal da Marinha.
As razões para o não encerramento são vários, desde a constituição de turmas de regime duplo nas escolas de acolhimento, às dificuldades de deslocação, ou aos problemas relacionados com os refeitórios. Não há. No entanto, qualquer garantia que estas escolas se mantenham a funcionar nos próximos anos lectivos.
A Escola do Campo vão passar este ano a ter três turmas ao passo que a escola de Salir do Porto em vez de duas, terá apenas uma turma.
Ao todo, no concelho das Caldas há perto de 2.000 alunos no 1º ciclo e 900 no pré-escola (rede pública).
Relativamente às Actividades de Enriquecimento Curricular estão previstas algumas alterações. “Achamos que no primeiro e segundo ano a transmissão de conhecimentos deve ser feita de uma forma mais lúdica enquanto que no 3º e 4º ano passa a ter uma componente mais próxima com o que encontrarão no 2º ciclo”, disse o vereador. Ao todo há cerca de 70 professores no concelho responsáveis por estas actividades.
Nos primeiros anos, a Música será substituída pela nova disciplina de Expressão Dramática Corporal e Musical. A contratação dos professores será feita pelos Pimpões.
Há também outras mudanças como o facto da Educação Ambiental passar a ser uma disciplina anual e a actividade física passar de dois para tempos. As TICs ficam só para os 3º e 4º anos, enquanto o Inglês se mantém em iguais tempos em todos os anos.
“Talvez devessem ser um pouco mais pequenos”
Os centros escolares da cidade e de Salir Matos estão a funcionar há um ano. Para o autarca “não seria mau se tivessem um pouco menos de alunos”. Funcionam com 250 estudantes, enquanto que Tinta Ferreira acha que duas centenas seria um numero ideal.
Considera também que o Ministério não coloca os auxiliares de educação suficientes e alerta para o facto de ter sido a Câmara em conjunto com o Centro de Emprego a solucionar este problema. Tendo em conta todos os centros escolares são necessários 10 auxiliares educativos.
Até ao final do mandato (mais três anos) o executivo camarário pretende iniciar um processo de requalificação de escolas da cidade, querendo para tal apresentar candidatura a fundos comunitários.
“As escolas da cidade já estão a precisar de novas intervenções”, disse o vereador, referindo-se à necessidade de renovar as escolas dos Arneiros, da Encosta do Sol, do Parque, do Avenal e mais tarde a da Ponte.
Segundo a autarca, o objectivo é que as escolas tenham condições similares aos centros escolares.
Em relação à organização dos agrupamentos, o vereador teve retorno sobre o facto de haver mais inscrições do que no ano anterior e não está satisfeito com o facto de o Ministério da Educação ter dado ordens para aumentar o número de alunos por turma. Acha que não é medida que defenda a qualidade do ensino.
Nos últimos dias de Agosto, o vereador de educação mostrou-se um pouco preocupado com o facto de ter tido conhecimento que existiam alunos nalgumas escolas que ainda não tinham turma. Em relação às secundárias, Tinta Ferreira diz que a Câmara já foi convidada a visitar as obras na Escola Bordalo Pinheiro e espera que também a Raul Proença possa ser incluída nas intervenções da Parque Escolar SA. “Esperemos que até 2012 haja pelo menos o concurso”, rematou o vereador.
As escolas que encerram
Escola Básica de Alvorninha
Escola Básica do 1º ciclo com Jardim de Infância da Moita
Escola Básica do 1º ciclo com Jardim de Infância de S. Clemente
Escola Básica do 1º ciclo da Cumeira
Escola Básica do 1º ciclo da Espinheira
Escola Básica do 1º ciclo da Mata
Escola Básica do 1º ciclo das Mestras
Escola Básica do 1º ciclo dos Rostos
Escola Básica do Zambujal
Escola Básica da Ramalhosa
Edifícios vão albergar projectos de voluntariado
Já há algumas propostas para a futura utilização das escolas que foram encerradas. “A maioria das propostas surge por parte das juntas de freguesia e colectividades”, disse o vereador da Educação, Tinta Ferreira.
Das 10 escolas que foram fechadas, já há quatro propostas de utilização. A Associação Fonte Santa, da Serra do Bouro, quer transformar a antiga escola da Espinheira num núcleo museológico de modo a receber uma colecção de comboios em miniatura.
A paróquia também pediu para usar as escolas de Alvorninha e da Ramalhosa para actividades ligadas à Igreja e a um grupo de voluntários que se dedica a ajudar pessoas com dificuldades de locomoção.
O Centro de Desenvolvimento Social do Landal já requisitou a escola dos Rostos para acções de formação e a associação local da Mata de Porto Mouro também já pediu para desenvolver as suas actividades no edifício da escola.
“Vão continuar a surgir propostas”, disse o vereador acrescentando que as entidades passam a ter a responsabilidade da dinamização e conservação dos edifícios.