
Obra, que custou 2,5 milhões de euros, era ansiada há mais de uma década pela população
O Centro Escolar de Alfeizerão foi, finalmente, inaugurado na tarde do dia 10 de janeiro, com a presença da ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa.
A obra de reabilitação, orçada em cerca de 2,5 milhões de euros, aproveitou as quatro salas antigas, que foram recuperadas, mas expandiu o antigo edifício. O centro escolar conta agora com oito salas e capacidade para 192 alunos, embora atualmente tenha apenas 145 (120 em seis turmas do 1º ciclo e 25 numa turma do Jardim de Infância). O novo equipamento recebeu as crianças das escolas do Casal Velho e do Casal Pardo, que foram encerradas. Com uma área de 9000 metros quadrados o recinto inclui campo de jogos, recreio e biblioteca.
O presidente da Junta, Leonel Ribeiro, lembrou que “foram muitos avanços e recuos e muitas dificuldades” no processo que durou cerca de uma década. O autarca afirmou que, numa terra com história, neste dia “estamos a construir o futuro”.
Leonel Ribeiro salientou ainda a parceria com o Centro Social e Paroquial, na confeção da comida e preparação do berçário. “Valorizem o trabalho e o património edificado, tenham consciência de que muitos mais vão passar por aqui, temos que ter estima pelo que está feito”, disse, dirigindo-se aos estudantes.
A diretora do agrupamento de escolas de São Martinho do Porto, Luísa Sardo, contou que anteriormente, há mais de 20 anos, já tinha havido um projeto que não avançou. “Custou a fazer, mas está uma obra grandiosa”, disse, recordando que na fase inicial das obras, antes da vinda dos contentores, quando veio a pandemia, “foi horrível, os pais assustaram-se porque não havia a possibilidade de manter o distanciamento no recreio, foi um processo doloroso”.
Agora, aponta, há que criar novos espaços que permitam a realização de atividades dinâmicas que fortaleçam os currículos e as vivências dos alunos.
“Os alunos sabem bem a escola que tinham e a que têm hoje e o retorno disso vai acontecer nos próximos anos, porque o ensino de qualidade faz-se, também, com espaços dignos”, afirmou a responsável.
O presidente da Câmara, Hermínio Rodrigues, referiu que “se há algo em que temos unidade no concelho é na educação” e salientou que “a primeira aula pública em Portugal foi em Alcobaça, no Mosteiro, em 1269. “Hoje estamos a celebrar condignamente os 755 anos desta data”, afirmou, destacando que “o ensino público teve início em Alcobaça”.
O edil alcobacense notou ainda que foi dado mais um passo na conclusão das obras previstas na Carta Educativa. “Está a decorrer a requalificação da escola Frei Estevão Martins e esperamos que brevemente comece a obra na EB 2 e 3 de Pataias”, almejou, deixando “o compromisso de que iremos avançar com a requalificação da escola primária de São Martinho do Porto”.
A ministra da Coesão Territorial, Ana Abrunhosa, destacou a importância de dar melhores condições aos alunos, mas também a todos os que trabalham na escola. Admitindo que os professores “sentem-se injustiçados, porque nós governantes não valorizamos devidamente o vosso papel, e temos que o fazer”, deixou explícita “esta vontade de valorizar o papel de todos, professores, técnicos e assistentes”.
A governante disse que “em Alfeizerão sente-se comunidade” e fez questão de lembrar que, no ano em que se comemoram 50 anos do 25 de abril, é importante lembrar que os direitos conquistados não estão garantidos. “Não há maior contributo para a Liberdade do que a Educação”, disse. ■