Centro Qualifica da Bordalo Pinheiro ganha financiamento

O Centro Qualifica do Agrupamento de Escolas Rafael Bordalo Pinheiro (AERBP) teve uma candidatura aprovada aos Projetos Locais Promotores de Qualificação, do PRR, que vai permitir alargar o espetro das formações para fora da escola e para um grupo mais abrangente de formandos, incluindo os que têm menos qualificações e também os surdos. Os projetos vão desenvolver-se durante os anos de 2024 e 2025, estando o segundo condicionado aos resultados do primeiro, com um financiamento que pode chegar aos 330 mil euros.

Em funcionamento desde 2017, o Centro Qualifica do AERBP tem formado cerca de 400 pessoas por ano, quer no ramo educacional, quer na formação profissional, mas havia ainda alguns públicos aos quais o centro não conseguia chegar, mas que vai passar a abranger.

“Esta candidatura abre algumas portas. Uma delas é que serve para formação de curta duração, ou percursos de formação, para pessoas com mais de 18 anos, não excluindo os reformados ou outras pessoas que não conseguiram completar o 9º ano, ou a antiga 4ª classe”, disse Ana Domingos, coordenadora do Centro Qualifica da AERBP.

Este novo projeto vai permitir dar formações fora da escola. “Podemos ir ao clube do bairro, ao lar de terceira idade, a uma empresa, a uma junta de freguesia”, apontou Ana Domingos. Neste âmbito, estão já firmadas parcerias com as Câmaras das Caldas da Rainha e Óbidos, assim como as associações de bombeiros dos dois concelhos, a Santa Casa da Misericórdia das Caldas da Rainha, ou ainda o Centro Qualifica da associação Barafunda, da Benedita. “E estamos abertos a mais protocolos”, acrescentou.

As ofertas formativas serão os percursos B1, B2 e B3. O primeiro é dirigido a adultos sem escolaridade, que atribui certificação de 4º ano. O segundo atribui certificação de 6º ano e o terceiro certifica o 9º ano de formação.

Ana Domingos destaca que estes percursos vêm permitir chegar aos jovens com mais de 18 anos que não concluíram o 9º ano de escolaridade e que “até aqui praticamente não tinham grande resposta”, destacando esta como uma das prioridades do programa.

Além destes percursos, o programa permite a realização de formações modulares certificadas de curta duração, como a certificação de competências digitais, aprendizagem de línguas estrangeiras, literacia financeira. Inclui, ainda, formação na área da língua gestual, o que foi um dos fatores de diferenciação do projeto caldense.

Os projetos, que são dois com um ano de duração cada, têm como objetivo que pelo menos 100 pessoas concluam formação. Cada projeto tem um financiamento de 165 mil euros, dos quais 3% serão para atividades de promoção, 4% para a aquisição de materiais pedagógicos, “com grande relevo para livros, sobretudo livros do Plano Nacional de Leitura”, realçou Ana Domingos, 22% apoio à qualificação, através do pagamento de apoios de deslocação e aquisição de equipamentos informáticos que poderão ser cedidos aos formandos, e a restante verba para recursos humanos.

A criação destes novos programas vai obrigar ao reforço da equipa do Centro Qualifica, sobretudo nas áreas do ensino da informática, português e de línguas estrangeiras.

Jorge Pina, diretor do agrupamento, disse que este foi “mais um dia importante para nosso agrupamento” que vê assim colmatada aquela que era das principais carências, chegar às pessoas com menos qualificações.

Na apresentação, foi assinalado o Dia Mundial da leitura em voz alta, com a leitura de três textos, inclusivamente por um aluno indiano que está a aprender português. ■