Combate às espécies invasoras nas Berlengas

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Controlar as populações de coelhos e ratos-preto, que são consideradas espécies invasoras nas Berlengas, é o próximo passo do projecto Life Berlengas, que pretende repor o ecossistema que ali existia antes da presença humana.
Depois de dois anos a estudar e caracterizar estas populações de mamíferos, a traçar o plano para as remover e a avaliar os métodos mais eficazes e com menos impacto no ecossistema, começou este mês a fase efectiva de controlo das populações.
Joana Andrade, coordenadora do projecto, afirmou que este é “um importante passo para a recuperação do ecossistema natural da ilha da Berlenga”. Recordando o trabalho feito para remover o chorão (planta exótica invasora), disse que “a remoção dos mamíferos da ilha da Berlenga será um marco decisivo para a recuperação da fauna e flora nativas”.
O projecto conta com mais de cem voluntários e técnicos que nos últimos dois anos têm caracterizado a vegetação, semeado plantas nativas e testado técnicas de controlo (por exemplo, das gaivotas). Têm também construído ninhos artificiais e colocado dispositivos de seguimento individual em aves marinhas para saber onde se alimentam.

Em comunicado a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA), que coordena o projecto, alertou para o facto de estas espécies serem consideradas pelas União Internacional de Conservação da Natureza (UICN) como duas das cem espécies invasoras mais prejudiciais do mundo e que “a presença de espécies exóticas invasoras é uma das principais causas de extinção animal”, sendo, “globalmente considerada como a segunda maior ameaça à biodiversidade, a seguir à fragmentação e perda de habitat”.
O Life Berlengas começou a 1 de Junho de 2014 e conta com a parceria do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), Câmara de Peniche e Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. A Escola Superior de Turismo e Tecnologia do Mar (Peniche) é observadora.
O projecto dura até 30 de Setembro de 2018 e custará cerca de 1,4 milhões de euros, recebendo um financiamento do programa Life+ da União Europeia de 50%.