A Junta de Freguesia das Gaeiras assinalou o 10º aniversário da elevação das Gaeiras a vila com a realização da segunda mostra de actividades económicas, inaugurada a 19 de Abril. Os antigos armazéns do vinho deram lugar a um espaço expositivo que concentrou 65 empresas das mais de uma centena que exercem actividade nesta freguesia.
Na inauguração, o secretário de Estado da Inovação, Carlos Zorrinho, destacou que Óbidos, além da forte identidade histórica, também lidera na modernidade.
A segunda mostra das actividades económicas das Gaeiras, que esteve patente entre os dias 19 e 25 de Abril, foi inaugurada pelo secretário de Estado da Inovação, Carlos Zorrinho. O responsável, depois de visitar o certame, deu conta que existem dois portugais: um macro-económico, que está a viver momentos difíceis e ou outro, micro-económico, que está a resistir e a fazer o seu papel. “Ando muito pelo terreno e noto que há uma contradição muito forte entre o que vemos e o que passa na televisão”, disse Carlos Zorrinho, contente com a dinâmica da sua terra, ou não se auto-intitulasse ele como o “obidense mais alentejano que há”.
O governante e cabeça de lista pela distrital socialista de Évora comparou ainda Óbidos aquela cidade alentejana, ao considerar que ambas têm uma forte identidade histórica e lideram na modernidade.
Referindo-se à mostra, destacou que esta segue o caminho correcto, com os empresários a mostrar que o espaço é pequeno para a oferta que têm. O que normalmente acontece, pelo contrário, é encontrar “pelo país muitos pavilhões que são difíceis de encher”.
Também presente na inauguração, o presidente da Câmara de Óbidos, Telmo Faria, teceu os maiores elogios ao governante que “há anos considera que as novas tecnologias são fundamentais para o país e para criar valor acrescentado, e as pôs na agenda portuguesa”.
A lição foi levada à letra por Óbidos que nos últimos tempos tem “fomentado o empreendedorismo, incentivado os jovens a criar o próprio emprego e a apostar em estruturas de base tecnológicas”, adiantou o autarca, lembrando que foram construindo uma relação de concentração de muitos empresários, nas diversas estruturas que têm no concelho.
Telmo Faria disse ainda que é importante que os empresários tenham consciência da importância do sector e que “em tempos de crise fazer estes eventos são tónicos essenciais”. O autarca reconheceu as dificuldades com que os profissionais se debatem e deixou a promessa de que a Câmara irá continuar a ajudar, nomeadamente a arranjar espaços para que se possam fixar.
“Hoje não há desenvolvimento sem se conhecer os activos da economia”, disse, fazendo notar que Óbidos não é só o património histórico e o castelo, mas o seu património tecnológico.
“Há mais vida para além da muralha”
“Estes empresários aqui representados estão vivos e querem arregaçar as mangas e continuar a garantir postos de trabalho”, realçou o presidente da Junta de Freguesia das Gaeiras, Eduardo Silva, acrescentando que se tiverem unidos poderão ser uma componente forte no Oeste.
Entre as 65 empresas presentes estão algumas de tecnologia de ponta, como a Sea for Life, que está a construir um dispositivo inovador de extracção de energia das ondas, as de incubação no Convento de S. Miguel e os saberes tradicionais.
Eduardo Silva salientou ainda que “há mais vida para além da muralha e do cluster do turismo”, destacando o empenho das empresas em construir riqueza no concelho. Para o autarca o futuro obriga a que as empresas partilhem recursos e se unam, e foi o que a Junta tentou possibilitar. Segundo o responsável, tem havido procura por parte dos empresários, para se fixarem nesta freguesia, e diz mesmo que tem pena que a Zona Empresarial das Gaeiras, prevista em 140 hectares na zona da Charneca, “não se tenha projectado em vez do Parque Tecnológico, que hoje estaria cheia de empresas”.
Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt