Foi com um dia cheio de actividades que se celebraram, a 1 de Junho, os 30 anos de existência da Escola de Sargentos do Exército, que é herdeira de um historial que remonta a 1641, quando foi criado o Terço de Elvas, o qual viria a dar lugar ao Regimento de Infantaria 5. O RI5 fixou-se nos Pavilhões do Parque D. Carlos I em 1918, onde permaneceu até 1953, quando se mudou para o actual quartel.
No único discurso da cerimónia, como é tradicional, o actual comandante da ESE, Alves de Oliveira, destacou que os seus antecessores “trabalharam arduamente no sentido de fomentar a excelência, obtendo padrões de exigência de formação mais elevados e promovendo os valores do Exército”.
É por isso que enaltece a herança que recebeu quando assumiu o cargo, naquela que diz ser a casa mãe dos sargentos. “Foram a solidez do conhecimento, a largura de perspectiva e a vontade tenaz, animados por forte sentimento de serviço pátrio que permitiram aos meus antecessores guindar o nome e fama desta casa, aos mais elevados níveis de aceitação e admiração”, disse o comandante, acrescentando sentir-se “grato e honrado por receber a herança de quantos me precederam”.
Actualmente frequentam 39º Curso de Formação de Sargentos (CFS) 147 militares, dos quais três são de Moçambique, um de São Tomé e Príncipe e ainda outro de Timor. Em Março terminou o curso de promoção a sargento ajudantes, que foi frequentado por 104 militares, e está a decorrer o segundo, com 90 primeiro-sargentos.
Está agora a decorrer o concurso de admissão para o 40º CFS, ao qual candidataram-se 1.270 pessoas.
Recentemente a ESE propôs ao comandante de Instrução e Doutrina do Exército, tenente-general Francisco Correia, que esteve presente na cerimónia, um novo modelo de formação dos sargentos, com a introdução de novas áreas do conhecimento na componente militar. Liderança de pequenos grupos, Direito Humanitário e “psy-ops” (operações psicológicas) são algumas das novas matérias propostas.
Propuseram ainda a alteração do curso para unidades de formação de curta duração que poderão ser certificadas de forma autónoma e capitalizadas para a obtenção de uma ou mais qualificações.
Estão ainda a colaborar com a direcção de formação do Comando de Instrução e Doutrina para o processo de certificação da estrutura formativo do Exército.
A ESE é também um dos cinco pólos de certificação do Exército da Carta Europeia de Condução Informática, tendo já sido certificados 115 alunos.
O comandante da escola salientou ainda o apoio que tem sido dado à realização de várias actividades desportivas que se têm realizado na região, com a realização de algumas provas no quartel.
Alves de Oliveira sublinhou ainda que o orçamento atribuído à escola para este ano “está a ser cumprido com todo o rigor”, de acordo com as orientações superiores. Segundo o comandante, tendo em conta as limitações impostas, foram reduzidos encargos fixos e outras despesas que consideram dispensáveis, sem por em causa a qualidade da formação prestada.
Os alunos foram entretanto transferidos para os novos blocos de alojamento, que têm capacidade máxima de 140 pessoas. Para além, disso o comandante anunciou uma série de obras que conseguiram realizar.
Programa intenso de actividades
O programa de aniversário começou, como habitualmente, às oito da manhã com o içar da bandeira nacional.
Às 10h45, na presença das entidades convidadas, teve lugar a cerimónia de homenagem aos mortos pela pátria. O capelão da escola proferiu uma breve prece, sendo de seguida colocada uma coroa de flores junto ao monumento em homenagem aos mortos no quartel.
Durante a cerimónia militar foi feita a apresentação das forças em parada e impostas as condecorações a militares e civis da ESE. Depois do desfile das forças em parada houve ainda uma breve actuação da Banda Militar do Exército.
De seguida teve lugar uma demonstração das actividades militares pelos alunos do curso de formação de sargentos. Ginástica de aplicação militar, esgrima, equitação e combate corpo-a-corpo, foram algumas das actividades apresentadas aos convidados presentes.
Antes do almoço comemorativo na cantina do quartel, foi ainda inaugurada a exposição “Guerra vivida, guerra sentida”, composta por um conjunto de fotografias que retrata a experiência do ex-militar Pedro Monteiro no Afeganistão em 2005 e 2007, como comandante de equipa de uma companhia de comandos.
Nessa noite houve ainda um concerto no CCC com a Banda Sinfónica do Exército.