Comissão de utentes viu recusado pedido de auditoria ao CHO

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A Comissão de Utentes do Centro Hospitalar do Oeste requereu à Inspecção-Geral das Actividades em Saúde (IGAS) uma auditoria interna à gestão do CHO, mas a semana passada ficou a saber que este pedido foi arquivado. Esta entidade considera que o arquivamento foi “feito levianamente” e pretende deduzir oposição, destacando que quer clarificar a situação económica daquele centro hospitalar.
O parecer, assinado pelo inspector Paulo Silva, refere que os documentos que foram enviados pela comissão de utentes para este organismo “não eram suficientemente esclarecedores para fundamentar uma acção inspectiva”, pelo que foi pedido ao CHO para se pronunciar relativamente à gestão das recentes administrações.
O documento revela que a resposta só foi dada “após insistência” e apresenta os saldos dos anos de 2015 a 2017, em que as dívidas a terceiros foram de 33,35 milhões, 35,87 milhões e 35,35, milhões de euros, respectivamente. Acrescentam que estes valores são inferiores aos 50 milhões de “buraco orçamental” referido pela comissão de utentes e que o “total de dívidas a terceiros desceu ligeiramente em 2017, relativamente a 2016, sendo o nível de endividamento conhecido e público, correspondendo às conhecidas dificuldades de financiamento do SNS”.
O porta-voz da comissão de utentes, Vítor Diniz, não aceita o arquivamento, que diz ter sido “feito levianamente” e pretende deduzir oposição. Relativamente ao argumento da IGAS de que não há documentos que comprovem a acusação, o responsável diz que, se os tivesse “não precisava de pedir a auditoria”.
Vítor Diniz também discorda dos valores apresentados e acrescenta que estes apenas se referem aos últimos três anos, o tempo de exercício do actual conselho de administração do CHO, quando a comissão pedia dados relativos à última década. “Pedimos a auditoria para clarificar a situação económica do hospital e só podemos chegar a uma conclusão de tivermos o balanço dos últimos 10 anos, porque foi nessa altura que o Hospital Termal deixou de financiar o hospital de saúde”, explica o porta-voz.
Caso o IGAS não efectue a auditoria, Vítor Diniz diz que pondera apresentar o caso ao Ministério Público.
A comissão de utentes pediu também uma audiência ao Presidente da República, mas não sabe ainda se será recebida por Marcelo Rebelo de Sousa ou se por um seu assessor.

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