Municípios disponibilizam linhas de apoio psicológico para saber lidar com a pandemia

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Autarquias disponibilizam profissionais para o atendimento telefónico aos munícipes que carecem de apoio
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Municípios de Óbidos e de Alcobaça disponibilizam linhas de apoio psicológico para ajudar as comunidades a lidar com as situações de ansiedade e stress provocadas pelo novo coronavírus.

Em Óbidos o serviço de apoio psicológico é disponibilizado desde 19 de Março e a psicóloga Joana Duarte já foi contactada por 12 pessoas, a sua maioria idosos, que se encontram sozinhos. De acordo com a profissional, têm-na contactado pessoas que estão a viver o momento com alguma ansiedade, stress e angústia e o seu trabalho passa muito por “normalizar” e ajudar a lidar com a situação de isolamento social. Joana Duarte explica que o que as pessoas estão a sentir “é normal atendendo ao período que estamos a viver”, mas tranquiliza-as, assegurando que esta “não é uma situação que vai durar para sempre”.
Outros dos conselhos dados pela psicóloga passam pela importância das pessoas filtrarem a informação, optarem por seguir os dados da Direcção Geral de Saúde e não acreditar em quaisquer noticias que causam alarmismo.
“Passa também muito por dizer para acreditarem na ciência porque temos muitos profissionais especializados a tentar resolver a situação, a estudar o vírus”, acrescenta a psicóloga, que também deixa sugestões a quem lhe telefona. Entre elas, incentiva à manutenção das rotinas do quotidiano e à capacidade de se reinventarem e arranjarem uma forma de estar ocupados, quer exercendo as actividades domésticas, a ler ou mesmo a concretizar aquelas tarefas que já queriam fazer há tanto tempo e nunca conseguiram. “Estamos muito habituados a não ter tempo, agora que o temos, temos que ver o que fazer com ele, e pensar que é uma situação passageira”, sintetiza
De acordo com Joana Duarte é expectável que, com o aumento do número de dias de quarentena, também cresça a ansiedade, angústia e apreensão em relação ao que será o futuro. E o conselho continua a ser, por isso, “confiar na ciência e nos profissionais que temos para tentar resolver esta situação”, diz, fazendo notar que é importante encarar esta quarentena como uma necessidade para minimizar o impacto da pandemia na sociedade.
O serviço, destinado a todos os funcionários do município de Óbidos e a munícipes e a funcionar das 09h00 às 13h00 e das 14h00 às 22h00, é actualmente garantido pela psicóloga Joana Duarte, por telefone (através do 937755605), pelo mail psicologajoanaduarte@gmail.com ou por via Skype (vídeo chamada). Contudo, caso venha a crescer o número de chamadas há a possibilidade de colocar mais técnicos para dar resposta às situações. O município continua também a disponibilizar o serviço de psicologia municipal, embora agora feito à distância, por telefone.
Joana Duarte está também a colaborar com o projecto Crescer Melhor, que se encontra a desenvolver, nas redes sociais, actividades diárias para crianças que estão em casa. Nesse âmbito, na passada segunda-feira à tarde, participou numa videoconferência, em que foram dadas dicas para pais quando os filhos os questionam o porquê de estarem em casa e o que é o vírus.

SITUAÇÕES DE FRAGILIDADE EMOCIONAL

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Também a Câmara de Alcobaça criou, no início da semana, uma linha telefónica de apoio psicológico individualizado para ajudar a comunidade a lidar com as situações de ansiedade e inquietude, durante o período da pandemia. Os interessados em solicitar o serviço poderão contactar o número 967178998.
De acordo com o presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, as problemáticas a abordar são diversas, mas neste momento “centram-se mais na ansiedade, ataques de pânico e situações de grande fragilidade emocional, provocadas pela insegurança e incerteza dos tempos que estamos a vivenciar”.
Além de procurar mitigar estas situações, o serviço de Acção Social da autarquia contempla também todas as valências anteriormente disponíveis, nomeadamente o atendimento a vítimas de violência doméstica e restantes casos com crianças jovens e adultos carenciados. “No momento, salvo situações muito urgentes, o atendimento é apenas realizado por telefone”, revela o autarca.
Também o Ministério da Saúde está a preparar, juntamente com a Ordem dos Psicólogos Portugueses, uma linha de apoio psicológico direcionada a todos os cidadãos e profissionais de saúde.

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