
A direcção do Centro Paroquial das Caldas da Rainha tomou
a decisão de acabar com o primeiro ciclo na instituição. Ou seja, no próximo ano lectivo já não pretendem abrir o primeiro ano do 1º ciclo. Mas há pais que não concordam com a decisão
A direcção do Centro Paroquial das Caldas da Rainha decidiu, na reunião do passado dia 18 de Fevereiro, não dar continuidade ao projecto do 1º ciclo, que está a funcionar há nove anos naquela instituição. Deste modo, o Colégio de N. Sra de Fátima vai começar a cessar a sua actividade, não abrindo o 1º ano de escolaridade no próximo ano lectivo. O presidente da direcção, o padre Joaquim Pedro, contactado pela Gazeta das Caldas não quis prestar declarações sobre esta assunto. Também a direcção da entidade foi contactada para explicar esta decisão, mas não respondeu até ao fecho desta edição. Quem está em desacordo com esta decisão é Faustino Cunha, vice-presidente da instituição desde a colocação da primeira pedra do Centro Paroquial há 27 anos. O empresário sempre participou voluntariamente nesta instituição de cariz religioso e que ao longo dos anos foi somando valências e não esconde a desilusão. “Há nove anos abrimos o Colégio, possibilitando continuar a apoiar as crianças e as famílias até aos dez anos”, disse aquele responsável, acrescentando que, além do Colégio, “também está em risco o Centro de Actividades de Tempos Livres”. No total, esta escola privada é frequentada por 56 crianças com idades entre os 6 e os 10 anos e garante oito postos de trabalho. “O corpo docente foi criado com todo o critério, de acordo com a instituição católica que é”, referiu o vice-presidente demissionário, que salienta que a escola tem obtido bons resultados no aproveitamento dos alunos. “Temos dos melhores resultados entre as escolas da cidade nas provas oficiais”, disse à Gazeta aquele ex-dirigente do Centro Paroquial, explicando que não aceita que se aleguem razões financeiras para não abrir o 1º ano, visto que apresentou soluções que permitiriam a continuidade do Colégio. A média mensal que os pais pagam pela frequência dos seus filhos é de 208 euros, “pois mantivemos mensalidades sociais”, que são estabelecidas de acordo com os rendimentos da família. Se a decisão se mantiver, “dentro de três anos e meio terminará o 1º ciclo, actividade que não impede qualquer outra actividade do Centro Social. Como tal esta é uma decisão que não faz sentido”, rematou Faustino Cunha. Ana Rita Mateus é mãe de uma criança que está no último ano do Jardim de Infância do centro Paroquial das Caldas. Fará 6 anos em Setembro e como tal, a encarregada de educação gostaria que o filho frequentasse a escola daquela instituição onde está há três anos.
Uma solução conjunta
“Só posso dizer bem daquela instituição e da forma como interagem com as crianças e como proporcionam o contacto intergeracional com os mais velhos”, refere a mãe, que gostaria que a escola pudesse manter-se, dado que o seu filho gosta e “é muito feliz” no Centro Paroquial. “Por que é que não há continuidade? Não sabemos a razão que levou a esta decisão”, referiu a encarregada de educação que, em conjunto com outros pais, gostaria que a escola continuasse e se achasse “uma solução em conjunto” com os pais. Em caso de necessidade, admite abertura para “rever inclusive o aumento do valor das mensalidades”. Segundo a encarregada de educação, mais de metade da turma – que tem 21 elementos – que agora termina o Jardim de Infância, estaria interessada em continuar na instituição. “Gostamos da instituição e, por nós, a escola do 1º ciclo não terminava”, referiu a encarregada de educação, que sublinhou a existência do ATL, da praia, da natação e prolongamento de actividades até às 19h00, que são ofertas“que dificilmente se encontram na escola pública”.
Ana Rita Mateus queixa-se da falta de comunicação da direcção da instituição a quem os pais já enviaram vários e-mails pedindo justificações para esta decisão e também pediram reuniões para abordar este assunto e “que não foram atendidas”.































