Em cinco anos fecharam 40 caixas multibanco no Oeste

Nos últimos cinco anos fecharam 40 caixas multibanco no Oeste, 13 das quais em Alcobaça. Nas Caldas da Rainha, entre 2013 e 2018, fecharam seis caixas o que significa uma redução de 9%, em linha com a descida a nível nacional.
Em cinco anos existe menos uma caixa multibanco por cada 10 mil portugueses e menos 1,2 por cada 10 mil caldenses. A possibilidade de se fazerem operações bancárias no computador ou no telemóvel, o encerramento de agências bancárias e o avanço das caixas de marca ATM nos sítios mais turísticos, explicam esta redução do número de caixas multibanco.

Isaque Vicente

ivicente@gazetadascaldas.pt

Em 2013 existiam 67 caixas multibanco no concelho das Caldas. Já em 2018 esse número fixava-se, segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, nas 61. Este decréscimo de seis caixas representa uma diminuição de 8,9% e, na prática, significa que existem 11,8 caixas de multibanco por cada 10 mil habitantes (menos 1,2 do que as 13 que existiam em 2013), o que é, ainda assim, um valor acima da média do Oeste e do país.
Em 2017 fecharam nas Caldas quatro caixas. Este foi o ano em que se verificaram mais encerramentos a nível nacional (foram 341 em todo o país). No Oeste, nesse ano, fecharam 10 multibancos.

A observação dos dados do INE permite concluir que em cinco anos fecharam 13 caixas multibanco em Alcobaça, que é, dos sete concelhos analisados, o que mais caixas tinha. Dos 74 multibancos ficaram 61 (o mesmo número que existem actualmente nas Caldas). Mesmo assim, estas representam 11,3 caixas por cada 10 mil habitantes – um valor que corresponde à média oestina e que, comparado com as Caldas, se traduz em menos uma caixa por cada 20 mil habitantes.
No Bombarral existem 14 caixas, menos quatro que em 2013. Só que estas quatro a menos representam a maior descida em termos percentuais, uma vez

que correspondem a mais de um quinto do total (22,2%). Em vez de 14 caixas para cada 10 mil pessoas, naquele concelho existem agora apenas 11,1.
Destes sete, o concelho onde existem menos multibancos por habitantes é o Cadaval. Já

o era em 2013, quando haviam 12 caixas, e ainda é agora, que fechou uma. Das 8,6 caixas por cada 10 mil pessoas passaram para as oito.
Nestas contas às caixas multibancos, a Nazaré é o único dos concelhos analisados onde existem mais caixas hoje do que há cinco anos: passou a haver mais uma, num aumento de 4,5% que corresponde a mais uma caixa por cada 10 mil nazarenos. Dos sete este é mesmo o município onde existem mais caixas por habitantes, num total de 16,1 por cada 10 mil.
Em Peniche abriram duas caixas em 2016, fecharam três em 2017 e abriu uma em 2018. Contas feitas, a situação mantém-se exactamente igual ao que era há cinco anos no que ao número de caixas diz respeito, com três dezenas de caixas de multibanco. Só que essas 30 representam 11,2 caixas por cada 10 mil habitantes, quando em 2013 as mesmas três dezenas de caixa significavam que existiam 11 caixas para cada 10 mil penichenses.
Para estes dados contribui o encerramento das agências, como por exemplo, da Caixa Geral de Depósitos, que nas Caldas chegou a ter três e actualmente, desde que fechou na Praça da Fruta, tem apenas uma. Também o BCP fechou a sua “loja” junto à rotunda dos Arneiros.
A isto juntam-se ainda os vários assaltos a caixas multibancos que ocorreram no Oeste. Nalguns casos, as agências optaram por não voltar a abrir caixas nos locais assaltados.
E há ainda um outro motivo para a existência de menos caixas, que é a emergência da tecnologia e a possibilidade de fazer inúmeras acções sem sair de casa, ou apenas recorrendo ao smart-phone. Aliás, o encerramento de caixas e balcões é considerado um pilar da sustentabilidade da banca, que poderá manter os mesmos serviços e rendimentos, com gastos muito menores. Acresce que, ainda por cima, os bancos acabam por pôr os clientes a pagar para fazer os serviços que eram feitos no Multibanco ou ao balcão. É o caso das transferências bancárias realizadas na Internet, as quais passaram a pagar comissões.