Desde o início do ano lectivo (13 de Setembro) que a escola primária do Chão da Parada se encontra sem auxiliares de acção educativa. Os encarregados de educação têm, desde essa data, vindo a pedir explicações ao Agrupamento de Escolas D. João II para esta anomalia, mas apenas têm obtido a promessa que esta situação será resolvida a curto prazo.
Indignados com as condições a que os 49 alunos estão sujeitos, um grupo de sete encarregados de educação têm enviado cartas e e-mails para a direcção daquele agrupamento a questionar até quando é que as crianças vão continuar sem auxiliares. “Temos feito pressão junto do Agrupamento. Cada encarregado está incutido de enviar cartas e e-mails, mas apenas nos respondem a dizer que devemos aguardar porque a questão está a ser tratada”, explicou Fátima Silva, mão de uma aluna.
Esta encarregada de educação contou que desde a semana passada, a empresa que ia fazer a limpeza à escola do Chão da Parada, deixou de prestar serviço à mesma. Tal como era esperado, o lixo foi-se amontoando e as casas de banho perdendo a sua higiene. Porém, as próprias crianças – com idades compreendidas entre os seis e os dez anos – têm consciência da situação e continuam a depositar os resíduos nos caixotes, ou pelo menos, no lugar em que era suposto estarem. “Há um local com uma estrutura em ferro com espaço para meterem dois caixotes. Esses caixotes nunca chegaram a lá estar, mas as crianças colocam o lixo nesse sítio”, disse a encarregada de educação.
Esta já não é a primeira vez que esta situação acontece. Célia Rodrigues, também encarregada de educação, disse que no ano passado esta escola tinha 47 alunos e que apenas conseguiram um pessoa para cuidar dos mais novos por causa de um aluno que era autista, o que levou a Câmara das Caldas a contratar uma auxiliar.
Mas não é só a falta de higiene que preocupa os pais. A escola primária do Chá da Parada pertence ainda às típicas escolas do Estado Novo e, por isso, contempla também várias deficiências ao nível da sua estruturação. Tiago Marques foi aluno daquele espaço de ensino há cerca de 23 anos e contou que “a última intervenção mais profunda na escola foi há 22 anos, com a mudança do telhado”. Hoje, o ex-aluno tem o seu educando no mesmo local e com as mesmas condições estruturais. Também já o pai de Tiago Marques havia estudado lá. Ou seja, um passar de gerações que acabou no culminar do envelhecimento da escola. O encarregado de educação enumera alguns exemplos: “As janelas ainda são de vidro simples, têm vidros quebrados, as casas de banho são no exterior, o aquecimento é feito através de um radiador e ainda por cima, chove lá dentro”.
Tiago Marques declarou que a Junta de Tornada garantiu que tem efectuado algumas reparações no estabelecimento, mas que “a Câmara das Caldas pediu para que não se gastasse nada porque não há verba”. Uma intervenção na escola poderá custar 90 mil euros.
Contacto pela Gazeta das Caldas, o subdirector do Agrupamento de Escolas D. João II, Carlos Simões, disse que “dentro de três a cinco dias já teremos uma auxiliar”.
Também na escola primária do Campo, os alunos não têm auxiliar de educação, visto que não se enquadram entre os 48 a 96 alunos por 1º ciclo do ensino básico para que seja necessário pelo menos uma funcionária. Carlos Simões disse que o Agrupamento está a resolver o caso e que, possivelmente, irão ter alguém a trabalhar em part-time neste estabelecimento.