Enterro do Entrudo tem vindo a crescer

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A edição deste ano do Enterro do Entrudo foi a mais participada de sempre com centenas de pessoas
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Divertido evento, que assinala o final do Carnaval, foi o mais participado de sempre

Todos os anos, na quarta-feira de Cinzas, as viúvas carpideiras realizam um cortejo fúnebre, pelas ruas da cidade, para uma última despedida ao Carnaval, até ao ano seguinte.
O evento é organizado pela Associação CDR St. Onofre Monte Olivett, que recuperou esta tradição e que tem registado cada vez maior afluência. Este ano bateram-se os recordes de participantes, numa edição que teve como novidade a “cromagem” do falecido entrudo na futura sede da associação.
Além dos participantes, é frequente ver pessoas virem à janela das suas casas para ver passar as ruidosas viúvas, que seguem o carro da agência funenária “Ka Tespero”, onde vai deitado o boneco que simboliza o Carnaval, com um “das Caldas”, de grandes dimensões. À frente do “defunto”, a liderar o cortejo, vêm os bombos, o “padre”, os “acólitos” e os “coveiros”.
Joaquim Sequeira, que é do Bombarral, era uma das enlutadas viúvas. “Todos os anos venho para participar, porque gosto deste convívio e da paródia e depois também se começa a ganhar amizade pelas pessoas”, disse à Gazeta das Caldas o folião, que costuma desfilar no Carnaval das Caldas com esta associação. “Eu trabalhei aqui na cidade e pertenço ao grupo das marchas do Monte Olivett e costumo participar no Carnaval com a associação”, disse. “O Carnaval foi bom, mas senti que este ano havia menos pessoas a ver do que no ano passado, por causa do mau tempo”. Ainda assim, frisa, “o corso tinha mais pessoas este ano”.
No final do evento que assinala o encerramento das comemorações carnavalescas, Joaquim Sequeira admitiu que “ainda agora o enterrei e já tenho saudades do Carnaval, mas para o ano cá estaremos novamente”.
Durante o evento, e entre as lamúrias, as viúvas “lutam” pela reforma do “marido” e dizem-se piadas. A boa disposição é mesmo a imagem de marca deste evento. No final de ser queimado o boneco (a cabeça e o “das Caldas” guardam-se para o ano), ouve-se: “bom, está feito, vamos arranjar outro e para o ano cá estaremos!”.
João Pina, presidente da assembleia da associação, salientou “a maior afluência de sempre” no evento. Num discurso moldado pelo humor, disse que mudaram de local para a cremação “porque o presidente da Câmara correu connosco”, brincou. “No final deste mês vamos avançar com a construção de uma nova laje de 300 metros quadrados no edifício”, revelou. “Não sei quando estará pronta a obra, talvez quando for inaugurado o aeroporto!”, gracejou, não deixando de recordar Américo Barros, que este ano não pôde estar presente, e a sua importância para o recuperar da tradição do enterro do Entrudo nas Caldas. “Ele é o obreiro disto tudo”, destacou.
O presidente da Câmara, Vítor Marques, também usou o humor na sua intervenção, destacando também ele o crescimento do evento. ■
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