O espaço solidário funciona agora no Bairro Azul e continua a ajudar quem mais precisa
Um espaço solidário, um lugar para dar e receber. É desta forma que o Espaço Rainha, da Liga dos Amigos do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha, se apresenta. Criado há cerca de oito anos, o espaço que recebe, e entrega aos que necessitam, roupa para bebé, criança, adulto e artigos para o lar, foi criado no Hospital Termal e, no início da semana, abriu portas no 24, r/c esq. da Rua Projetada à Rua da Alegria, no Bairro Azul.
Cidália Silva, Cacilda Cardoso, Luísa Ferreira e Graciete Filipe são as quatro voluntárias que gerem o espaço. A elas juntam-se outras mais, nomeadamente Manuela Paula, que é a responsável pelo Cantinho da Costura, onde reciclam roupa, fazem os polvinhos em crochet, que entregam na Maternidade, as batas para os profissionais na Pediatria.
Atualmente as voluntárias não estão a receber vestuário (porque têm bastante em armazém), mas aceitam cobertores, lençóis e, sobretudo, utensílios de cozinha.
No ano de 2022 apoiaram perto de 900 pessoas, uma ajuda que ganha maiores proporções porque os beneficiários levam, muitas das vezes, roupa ou outros bens, para a respetiva família. Nos últimos tempos têm apoiado imigrantes a residir na região. “Chegam cá e pedem-nos cortinas para dividir os quartos e depois não têm um tacho ou panelas”, exemplificou a voluntária, fazendo notar que neste momento dão mais bens a adultos do que para crianças.
As entregas, mas também a recepção dos bens, são feitas às terças e quintas-feiras, na sede do Espaço Rainha, entre as 14h30 e as 17h30. No caso das doações, as voluntárias recebem as peças e depois fazem a sua triagem. Algumas ficam no Espaço Rainha, outras seguem para a Cáritas e para associações que prestam ajuda a países do continente africano. “Os pedidos de ajuda têm vindo a aumentar, mas também as doações”, agradece a voluntária.
Na cerimónia de abertura, o presidente da Liga dos Amigos do Centro Hospitalar das Caldas da Rainha, Joaquim Urbano, lembrou que aquela é “uma casa em que se recebe e tudo o que se recebe se dá”, acrescentando que a grande recompensa do grupo está no carinho manifestado por quem precisa e também pelos benfeitores. O responsável deixou ainda o desejo de que este “bom trabalho se prolongue nos anos e se torne uma presença cada vez mais efetiva ao serviço de quem precisa”.
O novo espaço é alugado pela autarquia a uma entidade da cidade e as melhorias foram asseguradas pelos funcionários do município. “Nós entramos e há carinho, segurança da pessoa que vem receber, e é isso que torna especial o espaço que dinamizam”, salientou Sara Oliveira, adjunta do presidente da Câmara, que articulou a intervenção com as voluntárias da Liga. Também o presidente da Câmara, Vítor Marques, destacou o envolvimento de todos e manifestou a disponibilidade para continuarem a desenvolver parcerias, tal como a União de Freguesias de N. Sra do Pópulo.
Helena Mendes, que faz a ligação entre o voluntariado e a administração do CHO, reconheceu o trabalho “inexcedível” dos voluntários da Liga, que considera uma mais valia, que é muito difícil de contabilizar. “Se o fizéssemos, veríamos o quanto este grupo poupa ao hospital e, por conseguinte, ao erário público”, disse, acrescentando que o Espaço Rainha permite que rapidamente se consiga arranjar roupa e bens condignos para dar alta imediata a alguns doentes que saem do hospital, sem meios, e que, de outra forma, obrigaria a que ficassem mais tempo internados, até que fossem criadas condições. A Liga precisa de voluntários, os interessados em colaborar poderão inscrever-se no Espaço Rainha, às terças e quintas-feiras à tarde. ■