O Espaço F – de Felicidade prevê acompanhamento terapêutico gratuito à população de Óbidos, de forma a melhorar a qualidade de vida no concelho. É composto por três valências
No pavilhão municipal de Óbidos há, agora, um espaço dedicado à felicidade. O Espaço F integra, entre outras valências, uma sala Snoezelen, uma das poucas disponíveis na região e que pretende ir ao encontro das pessoas que necessitam de estimulação sensorial, seja por terapia ou por lazer.
“As pessoas têm à disposição um espaço agradável, confortável e seguro, onde podem usufruir de várias experiências sensoriais, obtidas através da luz, do toque ou do som”, explica Vanessa Rolim, coordenadora do Espaço F.
Na piscina de bolas é possível usufruir da experiência de relaxamento, mas também de estimulação táctil, visual e de outros níveis cognitivos, pois há material pequeno ajustado às necessidades de cada pessoa. Há, também, o tapete de fibras óticas, a cama e a coluna de água, que permitem aos utilizadores momentos únicos de relaxamento e bem-estar melhorando-lhes a qualidade de vida.
O projeto foi atrasado pela pandemia, mas, por outro lado, ganhou uma maior relevância em termos de necessidade de resposta. Arrancou recentemente e tem entre os primeiros utentes os idosos do programa Melhor Idade, alunos da unidade de multideficiência do agrupamento e outros munícipes com necessidade desta valência. Filomena Oliveira, que ficou paraplégica há cerca de quatro anos, foi uma das primeiras a conhecer o espaço e tece-lhe os maiores elogios. “Entramos aqui e conseguimos mesmo relaxar, faz-nos esquecer um pouco a vida lá fora, o cansaço”, conta à Gazeta das Caldas.
A atleta paralímpica cansa-se bastante física e psicologicamente, porque precisa de se concentrar para dar os passos e não se desequilibrar, tendo encontrado neste espaço uma solução. Aquele espaço afigura-se também como uma resposta às pessoas que foram infetadas com a covid-19 e que agora apresentam sintomas de cansaço físico e psicológico, concretiza Vanessa Rolim.
Cada sessão demora 20 a 30 minutos e é gratuita para as pessoas do concelho. Parte dos utentes chega referenciada pelos médicos de família e de saúde pública, mas também há a possibilidade de auto-proposta para usufruto do serviço, sendo avaliada a sua necessidade pela equipa multidisciplinar afeta ao Espaço F, que conta com técnicos reabilitação psicomotora, psicologia clínica e social, professores de atividade física, entre outros.
A sala Snoezelen pretende, também, ser uma resposta para pessoas do concelho que não estão institucionalizadas porque não conseguem ter vaga. “Pretendemos ajudar as famílias e, acima de tudo o utente, na parte social e terapêutica”, explicou a vereadora Margarida Reis.
Uma resposta também para as pessoas infetadas com covid-19 e que se deparam com cansaço físico e psicológico
Investimento de 40 mil euros no espaço, que foi apoiado pelos rotários
Turismo acessível
A complementar esta valência há, ainda, a sala “Incluir pela Arte”, que aposta na inclusão social pela prática artística. O objetivo passa pela intervenção junto de pessoas com deficiência, jovens em risco de abandono escolar e idosos, desenvolvendo ateliers de pintura, escultura, música, mas também jogos, e fazer uma correspondência cultural à Vila Literária.
“Nos primeiros dois meses serão pessoas da comunidade a ensinar a arte que sabem, desde a modelação do barro à pintura, passando pela criação de coroas de flores e tapeçaria”, explicou a autarca, acrescentando que no final será feita uma exposição de todos os trabalhos na vila.
A sala será também de turismo acessível, disponibilizando atividades para pessoas com dificuldade em movimentar-se, de idade avançada, ou alguma deficiência, enquanto familiares ou amigos visitam a vila.
O minigolfe adaptado é outra das valências, com impacto na componente física, psicológica e social dos seus praticantes.
No Espaço F estão investidos mais de 40 mil euros. A autarquia contou com a parceria do Rotary Internacional e dos clubes da Moita e do Bombarral, que apoiaram na aquisição do equipamento.