
O Orçamento de Estado para 2018 prevê o regresso dos reembolsos do Serviço Nacional de Saúde relativos a despesas com medicina hidrológica devidamente justificadas por prescrição médica. Uma medida que os representantes caldenses dos vários partidos políticos aplaudem e consideram que é um bom contributo para o relançamento do termalismo caldense.
O presidente da Câmara, Tinta Ferreira, está satisfeito com a decisão do governo em voltar a comparticipar os tratamentos termais. O autarca ainda não conhece os valores em causa, mas considera que se forem iguais aos praticados com os tratamentos ao nível da Fisioterapia, de cerca de um terço de comparticipação, trata-se de um “valor interessante”.
“Os utentes com menores posses terão acesso aos tratamentos com menores custos”, destaca, acrescentando que também o Estado irá ganhar, uma vez que poupará nos gastos com os medicamentos.
De acordo com Tinta Ferreira, esta medida está em sintonia com a vontade da Câmara em reabrir o termalismo, destacando que se reporta em específico aos tratamentos prescritos por receita médica, que é a principal actividade do Hospital Termal.
Actualmente está a ser trabalhado o protocolo a estabelecer entre a Câmara das Caldas e o Montepio Rainha D. Leonor para a cedência da exploração do Hospital Termal e Balneário Novo a esta associação mutualista. Tinta Ferreira acredita que o documento será entregue para apreciação na Câmara até ao final do ano.
O PS caldense também se congratula com a medida que permite regressar à situação que existia em 2011 e que havia sido suspensa pelo governo do PSD/CDS-PP. Estão assim criadas, de acordo com este partido, condições para que o Hospital Termal possa voltar a acolher todas e todos aqueles que o procuram, independentemente da sua condição económica.
Em comunicado à concelhia caldense destaca ainda que esta medida é fundamental para o “impulso que é necessário dar ao termalismo no concelho” e espera que, com a também recente concessão das águas termais ao município, “possa acelerar o processo de reabertura do nosso Hospital Termal”.
UMA BOA MEDIDA DO GOVERNO
Vitor Fernandes, da CDU, considera que se trata de uma boa medida do governo e que esta nunca devia ter sido retirada. “As águas termais são preventivas e tudo o que seja para melhorar a vida das pessoas é positivo”, disse, acrescentando que se trata de um primeiro passo para o funcionamento do hospital.
“Temo-nos batido sempre por isso e que o Hospital Termal continue no Estado”, salientou, mostrando a sua oposição à concessão à Câmara das Caldas.
Também Lino Romão, do BE, destaca esta “boa notícia” que, acima de tudo, considera justa. “É o reconhecimento de que as termas dão saúde”, disse, acrescentando que esta medida é também democratizadora no seu acesso e que retira a “visão laboratorial de que a saúde são só medicamentos e intervenções cirúrgicas”.
O dirigente bloquista destaca ainda que as termas têm um enorme impacto na qualidade de vida das pessoas, sobretudo das que sofrem de doenças musculo-esqueléticas, respiratórias e dermatológicas.
De acordo com Lino Romão, é necessário agora o Hospital Termal começar a funcionar para esta medida se concretizar na melhoria da vida dos utentes e permitir que as Caldas se destaque ao nível da saúde, lazer e bem-estar.
VANTAGEM PARA AS CALDAS
Também o CDS-PP vê com “grande satisfação” o regresso dos reembolsos do SNS no que respeita aos tratamentos termais. De acordo com a presidente da concelhia caldense, Margarida Varela, este notícia representa uma vantagem para o termalismo e para as Caldas, que tem na sua génese o Hospital Termal mais antigo do mundo.
A dirigente centrista considera que os tratamentos são uma mais valia incontestada para a saúde dos aquistas e resulta também numa poupança para o Estado. É que esta medida traz vantagens ao nível da saúde, poupança e economia local, uma vez que a vinda de aquistas influencia o comércio e turismo caldense, conclui Margarida Varela.
Os representantes de todos os partidos nas Caldas também assinaram a petição lançada pela Associação das Termas de Portugal pela reposição dos reembolsos para tratamentos termais e que foi entregue em Outubro no Parlamento, depois de recolher mais de 6000 assinaturas. A dar-lhe voz estiveram também os deputados socialistas Luís Soares (Braga), Francisco Rocha (Vila Real), Rosa Maria Albernaz (Aveiro) e António Sales (Leiria) que assinaram uma proposta nesse sentido.
Este último emitiu um comunicado onde diz que “esta proposta mostra bem que o Governo e o PS encaram o termalismo como um desígnio e prioridade nacional”, acrescentando que “tão importante como a preocupação com o impacte económico da actividade é a preocupação com a saúde dos portugueses”.