Gazeta das Caldas e os seus leitores

0
651
- publicidade -

Todos vamos passar muito provavelmente as maiores provações nos próximos meses, face à crise que enfrentamos e às medidas draconianas que nos foram impostas externamente, mas que também foram assumidas acriticamente pela actual governação, especialmente pelo primeiro-ministro e pelo ministro das Finanças.
Vários outros membros de governo, bem como responsáveis partidários da actual maioria, tal como de forma clara pela oposição e a maioria dos comentadores não alinhados, têm, uns – os primeiros de forma velada – e os outros – de forma clara e estridente -, mostrado as suas dúvidas quanto às medidas que têm sido tomadas, na maioria dos casos impostas pela troika (Comissão Europeia, Banco Central Europeu e FMI) que gere o plano de intervenção no nosso país.
O próprio Presidente da República, Prof. Cavaco Silva, na sua mensagem de Ano Novo, criticou duramente as prioridades governamentais no combate à crise, clamando contra a insensatez de querer ajustar a economia sem crescimento económico. Num discurso muito vigoroso, em que justifica a promulgação do Orçamento de 2013, mas anuncia ter muitas dúvidas em relação ao seu conteúdo, pelo que o envia para o Tribunal Constitucional.
Também o Conselho Económico e Social, entidade cuja carácter de imparcialidade não levanta muitas dúvidas e que mais se tem batido contra a trajectória actual do nosso país, defende que se inicie no “mais curto prazo de tempo” um processo de renegociação dos juros e dos prazos associados ao empréstimo externo que recebemos. Este conselho, que funciona na égide do governo, é formado pelos parceiros sociais, tanto representantes das entidades patronais como dos trabalhadores, tendo produzido alguns dos mais clarividentes alertas nos últimos tempos, como é reconhecido por Cavaco Silva.

Também o Conselho Económico e Social, entidade cuja carácter de imparcialidade não levanta muitas dúvidas e que mais se tem batido contra a trajectória actual do nosso país, defende que se inicie no “mais curto prazo de tempo” um processo de renegociação dos juros e dos prazos associados ao empréstimo externo que recebemos. Este conselho, que funciona na égide do governo, é formado pelos parceiros sociais, tanto representantes das entidades patronais como dos trabalhadores, tendo produzido alguns dos mais clarividentes alertas nos últimos tempos, como é reconhecido por Cavaco Silva.
Se até há alguns anos estas questões nos pareciam distantes e sem influência imediata nas nossas vidas, hoje constatamos que condicionam directamente a sustentabilidade de muitas famílias e de muitas empresas.
Diariamente escutamos às horas dos noticiários informações que colocam em risco de forma imediata os orçamentos familiares e das empresas, que podem inviabilizar repentinamente tantas expectativas que todos tínhamos em relação ao futuro.
Gazeta das Caldas quer testemunhar e formalizar neste início de 2013 o seu compromisso solidário com os leitores, assinantes, anunciantes, bem como com o tecido económico da região, de que desejamos contribuir com a nossa informação e prática jornalística para a defesa da viabilidade e da sustentabilidade das comunidades em que nos inserimos.
Faremos tudo o que nos seja possível para promovermos as atitudes e práticas daqueles que nos rodeiam e que desejam também enfrentar e vencer a actual crise, uma vez que entendemos que não existe uma condenação definitiva, divina ou tecnocrática, dos povos do sul da Europa, onde nos inserimos.
Nesta parte do mundo temos recursos imensos e condições inigualáveis para poder acompanhar a restante Europa desenvolvida no processo de consolidação económica e política, bastando que seja valorizado de forma inteligente esse potencial.
Poderemos necessitar de alguma ajuda no curto prazo, mas essa era a razão da existência da Comunidade Económica Europeia e depois a União Europeia, à qual aderimos com convicção e sem preconceitos em 1986. O que se está a passar poderá constituir um rude golpe nessa confiança e esperança inicial e contribuir de forma irreversível para o descrédito deste espaço dito solidário junto da população.
Estamos cientes que em 2013 se vão libertar novas forças e energias para inverter o actual caminho e que a confiança vai regressar. Senão, provavelmente será o princípio trágico do fim de uma história que começou bem e que criou infinitas esperanças a milhões de pessoas…

- publicidade -