Grande Livraria de Santiago vai nascer em Óbidos

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Imagens do que será o novo espaço cultural da vila, com capacidade para 40 mil livros

A igreja de Santiago, situada junto à muralha da cerca do castelo está a ser transformada na Grande Livraria de Santiago, que deverá abrir as suas portas ainda durante o primeiro semestre de 2012.
O projecto que a Câmara quer que seja uma “âncora cultural e social” na vila, terá capacidade para 40 mil livros mas deverá também incluir uma oferta mais vasta de actividades culturais.
O que a livraria vai ser depende do projecto vencedor do concurso público que a Câmara irá fazer para a concessão daquele espaço. O presidente da Câmara, Telmo Faria, explica que a dimensão editorial será uma das vertentes que constará do caderno de encargos, até porque pretendem que sejam editadas as obras produzidas pelo município nos últimos anos.
“As reedições de clássicos da história local e a promoção da literatura portuguesa traduzida são alguns dos aspectos que também queremos privilegiar nesse concurso”, adianta o autarca que gostaria de ter em Óbidos um evento ligado à literatura e ao livro.
“Espero que no futuro possamos aqui tomar um chá a ouvir bons escritores, que as apostas sejam as mais inovadoras”, disse Telmo Faria sobre o projecto que, garante, não será concorrente das livrarias dos centros comerciais.
A Igreja de Santiago deixou de ser local de culto há muitos anos e nas últimas duas décadas foi utilizada como espaço multiusos. Agora, com a abertura de uma livraria, “abre-se também um novo ciclo do que pretendemos que seja a vila”, afirmou o presidente da Câmara, que pretende que aquele espaço traga uma nova centralidade e público a Óbidos.O autarca recorda que quando surgiu o interesse do projecto editorial Bichinho do Conto instalar-se em Óbidos, a Câmara quis colocá-lo dentro da vila, mas os seus promotores procuravam um espaço fora dos centros urbanos e foram para a antiga escola primária dos Casais Brancos.
Fazer a livraria dentro de uma igreja foi um “acto muito arrojado, mas também um desafio”, disse o autarca, dando nota de que foi a actual vereadora Rita Zina, que na altura trabalhava como arquitecta no Gabinete Técnico Local, quem desenhou o mobiliário, com uma preocupação de não tocar no edifício construído.
O projecto permite aos visitantes percorrerem toda a igreja rodeados de estantes, que não tocam na parede.
Tanto o projecto de recuperação do edifício, como o da sua reabilitação para instalação de livraria foram comparticipados com fundos comunitários. A reabilitação da igreja e seu restauro artístico teve um custo de 186,5 mil euros, comparticipado em 80% por fundos do QREN. Já a instalação da livraria tem um custo de 176,9 euros, co-financiados por apoios comunitários em 75%.

Fátima Ferreira
fferreira@gazetadascaldas.pt

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