Há 90 anos que a PSP está instalada nas Caldas da Rainha

0
2824
- publicidade -

Há 90 anos que a Polícia de Segurança Pública está instalada nas Caldas da Rainha. Noticiava a Gazeta das Caldas em Novembro de 1928 “a vinda para esta cidade de uma força de polícia, sob o comando de um cabo”. O posto evoluiu para esquadra, situado ao topo da Praça da Fruta (onde agora está o Posto de Turismo) e, depois para secção policial. A Polícia nas Caldas esteve ainda instalada naquele que é agora o edifício da sede da União de Freguesias de N. Sra. Pópulo, Coto e São Gregório e na Rua Manuel Mafra, perto da Fonte Luminosa.
Gazeta das CaldasO nosso jornal noticiava em 1928 que “sobre a necessidade local da existência desta corporação, já a Gazeta se tem referido” e publicava então uma carta de um leitor que referia que “com a chegada da polícia que muito contribue para o modernismo desta recente cidade, bom seria para todos nós, os Zés pagantes, que a sua acção não se limitasse só á procura de zaragatas e prisão de bêbados noctívagos, mas sim ao dedinho do peso nos talhos, pezos comidos de ferrugem e sem chumbo, da praça do peixe; certos estabelecimentos que eu cá sei que torram tremoço e feijão podre por café, etc., etc.”.
Em 2008 a secção passou a ser uma divisão estreando o novo edifício, que alberga quatro esquadras: investigação criminal, trânsito e intervenção e fiscalização policial, além da territorial de Caldas.
Noventa anos depois da vinda da PSP para as Caldas, o nosso jornal foi conhecer a divisão caldense, que inclui Alcobaça, Nazaré e Peniche e dá a conhecer aos seus leitores o dia-a-dia, as competências, os dados estatísticos e as pessoas por trás das fardas.
Mostramos-lhe o interior daquele edifício geométrico, em tons branco e com azulejos azuis, que foi inaugurado há dez anos.

 

- publicidade -

 

 

 

 

 

 

 

 

Uma visita guiada ao comando das Caldas

Gazeta das Caldas - PSP Caldas da Rainha
Neste edifício funcionam quatro esquadras: trânsito, investigação criminal, intervenção e fiscalização policial e a territorial de Caldas

Visitámos o Comando da PSP das Caldas e damos-lhe a conhecer o edifício que a maioria chama de esquadra das Caldas. Ali não funciona uma esquadra, mas sim quatro: a de investigação criminal, a de trânsito, a de intervenção e fiscalização policial e a territorial das Caldas. Aqui trabalham cerca de 80 agentes.

O RÉS DE CHÃO…

Mal se entra no edifício da PSP nas Caldas, à esquerda está o atendimento geral e o graduado de serviço, que é responsável pelas comunicações, e à direita está o balcão de atendimento da esquadra de trânsito.

Gazeta das Caldas - PSP - Caldas da Rainha
Logo à entrada há duas zonas de atendimento: uma dedicada ao trânsito, à direita, e a outra, à esquerda, para o atendimento geral

Já na zona interior e de acesso condicionado, há uma área de atendimento ao público da secção de armas e explosivos, onde as pessoas podem tratar, por exemplo, das licenças de uso e porte de arma. E numa outra porta está o serviço de notificações, que trabalha sobretudo com os tribunais, nomeadamente quando lhes pedem para notificar alguém para comparecer em julgamento ou para averiguar a situação económica e social da pessoa.
Passamos pelo gabinete de proximidade e pelo de apoio à vítima e entramos para a esquadra de investigação criminal, que tem vários gabinetes.
É nesta esquadra que existe a zona de reconhecimento, com uma janela entre duas salas com um vidro que só permite ver para um dos lados.
Segue-se a zona dedicada ao trânsito, sala de convívio e ginásio, um pátio interior e o estacionamento interior, onde têm os carros da polícia e outros que são apreendidos, para ficarem mais resguardados.
O comandante da divisão das Caldas, Jorge Martins, explica que “a maioria dos carros tem seguramente mais de dez anos”, salientando ainda assim, que a PSP tem os meios necessários.

…E O PRIMEIRO ANDAR

Gazeta das Caldas - PSP - Caldas da Rainha
Nesta divisão trabalham 190 pessoas entre polícias e civis. Nas Caldas, em permanência, estão quase 80.

No primeiro andar há uma zona de quartos para os novos agentes, ou para os que tenham necessidade de pernoitar, e a Unidade de Polícia Técnica, que recolhe impressões digitais e provas.
É também no primeiro andar que encontramos os gabinetes e a zona de comando, bem como o gabinete médico, com atendimento três vezes por semana. Numa das portas está a secção de operações, onde tudo é planeado ao pormenor antes de cada saída.
O processamento das contraordenações também é tratado no primeiro andar, onde nos esclarecem que os agentes autuantes não recebem nenhuma percentagem sobre as multas. Ali é elaborado o auto de contraordenação, mas depois o procedimento é todo da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária.
Há ainda a central telefónica, o gabinete de Psicologia (cuja psicóloga atende uma vez por semana) e uma sala de formação. Junto à janela está uma mota antiga da PSP (uma Sachs), que já não é utilizada, exposta junto a uma vitrina onde estão um antigo selo branco e outros carimbos e o número 1 da Revista Polícia Portuguesa, de 1937 (que ainda hoje é publicada), e que mostra o trabalho desenvolvido por esta força de segurança.
A Escola Segura, cujo rosto mais conhecido é o agente Henrique Henriques, também tem o seu espaço neste piso.
No comando distrital existe uma equipa da Unidade Especial de Polícia que está afecta à inactivação de explosivos que é responsável pela área do distrito de Leiria, Santarém e de Coimbra.
Na divisão das Caldas, que inclui Alcobaça, Nazaré e Peniche, trabalham 190 pessoas, das quais 77 estão em permanência no edifício das Caldas, enquanto as restantes estão divididas pelos outros locais.
As esquadras destacadas, como é o caso de Alcobaça, Peniche e Nazaré também têm uma configuração semelhante, ou seja, além das pessoas que estão afectas ao policiamento tradicional, também têm elementos afectos à investigação criminal e trânsito.
No comando distrital de Leiria existe apenas mais uma divisão, com sede em Leiria, e que abrange as esquadras de Leiria, Marinha Grande e Pombal.
A média de idades, nas Caldas, é de 46 anos. Mais de metade dos 190 agentes está na casa dos 40 anos e apenas 14% nos 30. Em 190 pessoas que trabalham na divisão, 12 são mulheres, sendo que apenas uma não é polícia.
Jorge Martins, comandante da PSP de Caldas, considera que as instalações, inauguradas em 2008, “trouxeram melhores condições de trabalho” e nota que este foi um “edifício construído para ser uma esquadra de polícia, enquanto os anteriores foram sendo adaptados”.
O responsável salienta ainda que no espaço anterior chegaram a ter problemas de infiltrações, além de que o espaço era muito exíguo. “Este edifício está adequado às nossa funções. Tem 10 anos e daqui por outros 10 anos não sei se continuará adequado”, realça Jorge Martins.

 

Nas Caldas a criminalidade desceu porque foram detidos os criminosos

Gazeta das Caldas - PSP Caldas da Rainha
O símbolo da PSP está desenhado na calçada em frente à esquadra

No último ano a criminalidade desceu nas Caldas da Rainha, um dado que segundo o comandante Jorge Martins, está ligado à detenção dos criminosos. Nos meios pequenos o número de pessoas que praticam crimes é reduzido, pelo que com a detenção de poucas pessoas, nota-se logo a diminuição das ocorrências.
“Ao nível da criminalidade violenta tivemos uma diminuição na ordem dos 40%”, contou o comandante, esclarecendo que ao nível da criminalidade geral, a diminuição foi de 10%. Dados que levam o responsável a considerar as Caldas como “uma cidade segura”.
Mas se a criminalidade tem vindo a decrescer, a sinistralidade rodoviária tem aumentado. A existência de vítimas depende muito de um factor que está nas mãos (ou no pé) dos condutores: a velocidade.

Nas Caldas houve uma diminuição ao nível da criminalidade geral e da criminalidade violenta e grave, que abarca os roubos na via pública. “Ao nível da criminalidade violenta tivemos uma diminuição na ordem dos 40%”, contou o comandante Jorge Martins, esclarecendo que passaram de 27 para 16 crimes registados.
A criminalidade violenta e grave integra também uma lista de crimes como homicídio voluntário consumado, rapto, sequestro, violação, toda a panóplia de roubos e outros crimes menos comuns como a extorsão, pirataria aérea e participação em organizações terroristas.
Neste domínio da criminalidade violenta e grave, o que é mais comum são os roubos na via pública, que inclui o de esticão. “São estes que mais afectam o sentimento de insegurança das pessoas”, nota Jorge Martins, esclarecendo que “são estas duas tipologias estatísticas que contribuem para este quadro, quer positiva quer negativamente”. E foram precisamente estes os roubos que diminuíram mais.
Este decréscimo está ligado a vários factores, como a taxa de desemprego. “A melhoria das condições sociais também ajuda, mas nestes meios pequenos o número de crimes praticados deve-se a duas ou três pessoas”, explicou o comandante, notando que o universo de pessoas que comete crimes é muito pequeno face à população em geral. “Se estas pessoas são detidas, deixam de praticar os crimes”, pelo que a diminuição “é resultado do trabalho da polícia e dos tribunais” e de “uma maior coordenação”, explica.

Criminalidade desce 10%

Ao nível da criminalidade geral, de 2017 para 2018, no primeiro semestre, nas Caldas da Rainha assistimos a uma diminuição de 10%. Em termos de números passou dos 424 crimes em 2017 para 380 este ano.
Na criminalidade geral, os crimes que mais contribuem para estes números, são contra a propriedade (todos os furtos) e contra a integridade física. No segundo caso incluem-se as ofensas à integridade física e violência doméstica.
No caso dos crimes contra a propriedade, registou-se uma diminuição de 8%, especialmente em furto de veículos (comparando o primeiro semestre deste ano com o do ano passado) e no que respeita aos crimes contra a integridade física, sobretudo simples, e violência doméstica, com uma diminuição na ordem dos 30%.
Tudo isto leva a que o comandante da Divisão afirme que as “Caldas é uma cidade segura, que se insere neste nível de segurança que felizmente temos a nível nacional”.

Sinistralidade rodoviária

Jorge Martins fez ainda questão de falar na questão da sinistralidade rodoviária, porque de 2016 para 2017 houve um aumento, quer do número de acidentes, quer de vítimas (sendo a maior parte leves).
As causas são, sobretudo, “a desobediência à sinalização e às regras de prioridade, em especial nas rotundas, mas também a velocidade excessiva e a não manutenção da distância de segurança do veículo da frente”. O comandante realça ainda que a existência de vítimas no domínio dos acidentes de viação tem a ver com um factor que está no domínio do condutor, que é a velocidade.

O que acontece com as apreensões?

Quando um bem é apreendido vai servir de prova de determinado crime. Essas apreensões têm que se manter durante o processo. A partir daí os bens que são proibidos, que se provou que foram utilizados na prática do crime ou que resultaram da prática do crime, são declarados perdidos a favor do Estado.
Depois, em função da natureza do próprio bem, pode ir parar à Polícia (como carros ou armas), a outras instituições, ou pode ser vendido em hasta pública.
Existem ainda os bens encontrados e entregues pelos achadores, que têm um ano para ser reclamados. Findo esse ano, se não for reclamado, o achador pode ficar com ele, se este não for apreendido.
Todos os bens cujo dono não é possível identificar, são colocados em depósito e vendidos em leilão. No caso de droga, dinheiro falso, roupa contrafeita, são incinerados.
“Nas Caldas os tipos de bens mais apreendidos, além dos carros, são drogas, ferramentas para arrombar as casas e os artigos que foram encontrados na posse dos suspeitos”, explicou Jorge Martins.
Houve alturas em que a roupa contrafeita tinha um peso grande nas Caldas, o que agora não se verifica. “Começámos a apoiar a acção da ASAE mais vocacionada para esse domínio e depois acabam por ser eles a fazer a apreensão dos bens, mas chegámos a ter salas cheias de bens apreendidos, entre roupa e calçado”, lembrou.

 

Uma cobra no Museu da Cerâmica

Gazeta das CaldasQuando imaginamos o trabalho da polícia, normalmente não temos em mente que tenham que apanhar cobras, mas foi o que aconteceu no Museu da Cerâmica. Recebida a chamada de socorro os policiais foram ao local, improvisaram “ferramentas” e conseguiram capturar o réptil que se encontrava nos jardins do palacete. A cobra foi depois levada para a esquadra numa caixa para transporte de animais e posteriormente devolvida à natureza.

 

A população reconhece o trabalho da PSP, diz o comandante Jorge Martins

Gazeta das Caldas - PSP
Jorge Martins: ”quando os agentes entram de serviço, não sabem o que lhes vai acontecer”

O facto de todas as instituições quererem ter a PSP como parceira é, para o comandante da esquadra das Caldas, Jorge Martins, a prova do reconhecimento desta força policial. O responsável, que já foi comandante em Beja, Odivelas e Peniche, considera que esta é uma profissão de carreira e reconhece vantagens no policiamento de proximidade.
Em relação ao futuro, gostaria que as Caldas mantivesse os dados de criminalidade que se registam actualmente, que considera “suportáveis”. Os últimos dados revelam que na cidade houve uma diminuição ao nível da criminalidade geral, que diz respeito a todos os crimes registados, e da criminalidade violenta e grave.

Jorge Martins, de 53 anos, é o actual comandante da esquadra das Caldas, em regime de substituição de Ricardo Ferreira, que desde o ano passado integra uma missão internacional da ONU. Com mais de 30 anos de profissão, entende que os polícias são, regra geral, respeitados pela comunidade, não tanto pela ideia de que representam a autoridade, mas pelo facto das pessoas verem que se trata de alguém que os pode ajudar. “Todas as instituições gostam de ter a PSP como parceira e isso é um indicador de reconhecimento”, diz à Gazeta das Caldas.
E é esse mérito reconhecido da instituição que leva actualmente os jovens a querer integrar a PSP, acredita o responsável, ressalvando que não é pelos altos vencimentos e que ninguém enriquece sendo polícia. “Provavelmente muitas pessoas vieram à procura de um emprego, mas cada vez mais já são conhecedores do papel da polícia e das condicionantes a que estão sujeitos. Por isso é muito raro as pessoas, depois de entrarem, quererem sair”, disse, acrescentando que esta é também uma instituição onde há progressão na carreira, dando o seu próprio exemplo, que entrou como guarda e que actualmente é comissário.

Uma Profissão de risco

Jorge Martins reconhece que esta é uma profissão de risco e nada monótona. “Quando os agentes entram de serviço não sabem o que lhes vai acontecer no turno”, valendo-lhes a boa preparação que têm.
O desenvolvimento das novas tecnologias obrigou também a uma maior preparação da polícia, para poder dar uma resposta eficaz a burlas informáticas ou a crimes de natureza sexual através das redes sociais. “São contingências a que toda a sociedade está sujeita e a que temos que nos habituar”, diz o comandante, dando nota de que, por exemplo, ao nível das burlas, as pessoas sujeitam-se muito quando compram bens sem nunca os terem visto.
Apesar da crescente inovação também ao nível da metodologia utilizada na prática do crime, poucas são as vezes que os polícias são surpreendidos. Estão habituados a “ver sempre coisas novas” e já contam que, mais dia menos dia, apareça algo de diferente.
Para Jorge Martins a utilização de um sistema de videovigilância no centro da cidade poderia contribuir como meio de prevenção e dá o exemplo do centro histórico de Leiria, onde a segurança de pessoas e bens foi reforçada através da instalação de 19 câmaras, destinado a prevenir condutas criminosas e desviantes.

Policiamento de proximidade

Relativamente às preocupações da população, sobretudo sobre os assaltos de que são alvo e dos quais depois não sabem o resultado, o responsável explica que em muitos dos casos o inquérito é arquivado por falta de provas. “A maior parte das vezes não temos sequer vestígios para saber como o crime foi praticado, quanto mais para saber quem foi o autor”, diz, reconhecendo que é verdade que há muitos crimes desta natureza que ficam por esclarecer.
Também para dissuadir esse tipo de crimes existe o patrulhamente apeado, pelas ruas da cidade. No âmbito do patrulhamento de proximidade, existe também a Escola Segura, em que os agentes da PSP actuam nas escolas dos quatro concelhos, e há o acompanhento a idosos e vítimas de violência doméstica, neste último caso em articulação com o Gabinete de Apoio à Vítima da autarquia.

A importância dos gratificados

No centro da cidade a existência de mais elementos da polícia é responsabilidade da própria PSP, mas também da Câmara das Caldas, que contrata os serviços, os chamados gratificados, que são também uma forma de financiamento da própria PSP.
O responsável garante que este serviço remunerado não prejudica o normal funcionamento da instituição pois é feito na hora da folga dos elementos policiais.
O comandante reconhece que o policiamento de proximidade é muito vantajoso pois permite uma aproximação da polícia à comunidade e vice-versa. Ao longo dos anos tem havido várias experiências nesse sentido, mas que acarreta um investimento muito grande, diz o responsável, acrescentando que, por outro lado, não podem abdicar da resposta aos incidentes.
“Vamo-nos esforçando por conciliar esses interesses todos”, diz Jorge Martins, dando o exemplo do carro patrulha, que é por natureza um serviço de policiamento reactivo, mas que também pode ser utilizado nesta vertente de visibilidade nas ruas.
O comandante desvaloriza as queixas, tornadas públicas, de que os agentes têm que pagar parte dos materiais necessários à sua função. Garante que tudo o que é necessário ao cumprimento da missão é-lhes fornecido. São os agentes que pagam o uniforme, mas recebem um subsídio “suficiente” para essas aquisições. O responsável realça que há elementos que em vez de gastar 50 ou 60 euros nas botas que foram feitas para a Polícia podem comprar outras por 150 euros, mas que isso é uma opção de cada um. O armamento é todo fornecido pelo Estado.

O ladrão que fugiu e deixou os documentos

Tal como qualquer polícia, Jorge Martins tem muitas histórias, mas a maior parte delas não as pode revelar, por respeito ao bom nome das pessoas envolvidas. Ainda assim, o comandante recordou um assalto feito, há anos, a um estabelecimento em Peniche em que o ladrão acabou por não levar nada porque se assustou com o barulho, e ainda lá deixou a carteira com os seus próprios documentos. Também em Peniche, noutra altura, os agentes foram surpreendidos por um surfista a perguntar-lhes se tinham detectores de metais, pois antes de ter entrado na água enterrou a chave no areal, com um pau a marcar o lugar. Entretanto, passou um senhor com um cão e arrancou o pau, tendo perdido a marcação e ficado as chaves enterradas sem qualquer sinalização.
Natural de Peniche, Jorge Martins gosta muito da cidade das Caldas, que conhece desde os tempos de estudante na Escola Rafael Bordalo Pinheiro. Vê de forma “muito positiva” a evolução que tem tido e a sua organização.
Em relação ao futuro, o que se prevê? “Seria bom que em termos sociais e criminais se mantenha neste nível de quantidade de qualidade de crimes que se vão verificando”, responde. O comandante está consciente que os crimes não irão acabar, mas pretendem mantê-los “a um nível suportável”.
Entre as suas expectativas estão também a evolução dos meios na PSP, de modo a irem-se adaptando à realidade, ainda que, conclua, “a nossa mudança seja sempre reactiva à da sociedade”.

Percurso

Jorge Martins, de 53 anos, é natural de Peniche, onde também reside. Licenciado em Direito e pós-graduado em Segurança Interna, o comissário tem formação profissional específica em investigação criminal e policiamento de proximidade.
Ingressou no curso de guardas em 1987, Depois de terminado o curso, começou a trabalhar como polícia em Lisboa, na Esquadra do Rego, na zona da Praça de Espanha. Depois já foi comandante de esquadra em Beja, Odivelas e Peniche.
A primeira experiência de Jorge Martins nas Caldas foi entre 2000 e 2003, período em que comandou a esquadra da secção policial. Depois de cinco anos como comandante de esquadra de Peniche, voltou às Caldas para durante um ano comandar a Divisão Policial. Em 2009 regressou ao seu anterior cargo em Peniche.
Em Dezembro de 2013 foi promovido a comissário e desde Janeiro de 2014 que integra o Comando da Divisão Policial de Caldas (como adjunto do comandante). Desde o ano passado que comanda esta divisão, em regime de substituição.

 

Quando Vasco nasceu, já José era polícia há 13 anos

Falámos com o agente mais novo nas Caldas, o alcobacense Vasco Costa, de 24 anos e com José Seco, um dos agentes há mais anos em actividade na cidade. Quando Vasco Costa nasceu, já José era polícia há 13 anos. As conversas reflectem isso mesmo, a memória e experiência de um e a juventude e irreverência do outro.

O mais novo agente das Caldas tem 24 anos…

Gazeta das Caldas
“Os maiores conflitos com a polícia são no trânsito, talvez pelo embaraço que é causado pela falta de transportes públicos” | I.V.

Vasco Costa é o mais novo agente nas Caldas. Este alcobacense de 24 anos está na Polícia há dois anos. Depois do curso, em Torres Novas, escolheu vir para as Caldas no ano probatório e como tinha conseguido uma boa nota, foi colocado aqui há um ano e três meses.
Em criança não sonhava ser polícia. “Sempre admirei o trabalho da polícia, mas nunca foi a minha ideia. Com o passar dos anos, quando acabei o secundário, vi na Polícia uma opção de construir uma carreira digna, concorri e hoje estou aqui”.
O curso teve uma duração de nove meses e, como não foi militar, não estava preparado para a carga física e psicológica. A formação compreende sete horas de aula e uma de educação física. Além disso, tinham aulas de defesa pessoal pelo meio, tinham de marchar, estar na parada todos os dias de manhã, formar antes de almoço e jantar e andar uniformizado todos os dias.
Ainda assim, na sua opinião, o curso poderia ter sido menos teórico, “mas o estágio de um mês nos comandos deu para colocar os conhecimentos em prática”.
No seu ano a falta de verbas estatais fez com que entrassem menos candidatos, pelo que continua a haver um défice entre os homens que entram para a polícia e os que se reformam. Isto impede uma renovação geracional em todo o país, havendo comandos onde a média de idades supera os 50 anos.
Vasco Costa afirma que o curso, e a própria Polícia, está a adaptar-se à realidade da evolução da sociedade. Por exemplo, em termos de multiculturalidade, “antigamente a polícia praticamente só lidava com cidadãos portugueses, hoje em dia temos de saber falar inglês e francês, temos que nos adaptar”, contou à Gazeta das Caldas.
O jovem afirma-se orgulhoso do que alcançou e diz que gosta de ser polícia numa cidade como as Caldas, onde “as pessoas vêem a Polícia como alguém que está aqui para ajudar”. Ainda assim, já se apercebeu que “os maiores conflitos que as pessoas têm com a Polícia são ao nível do trânsito, talvez porque a falta de transportes públicos cause muito embaraço no trânsito”.
Quando há menos ocorrências optam pelo policiamento de visibilidade (agentes em pontos estratégicos da cidade) e por fiscalizações.
Em breve, o mais novo agente das Caldas segue para Lisboa, onde irá enfrentar pelo menos 12 anos de serviço, para suprir os défices existentes na capital. Não sabe a zona ou a esquadra para onde vai. “Vai ser de um dia para o outro”, contou, acrescentando que tem colegas que vêm da Madeira para Lisboa e que também não sabem nada. “Não vamos ter casa, nem nada”, acrescenta, pelo que se prevê que aconteça o que tem acontecido em anos anteriores, com agentes a dormir em automóveis.
Também os pedidos à hierarquia para depois voltarem às suas terras são muitos. Sabe, por exemplo, que existem listas de espera a rondar as duas centenas de agentes que se querem mudar para Leiria.
Estas pequenas situações causam stress, que Vasco Costa admite que pode prejudicar o trabalho. “Já lidamos com situações de risco, temos de estar nas nossas melhores capacidades para lidar com as pessoas”, nota.
Admite que gosta é de “andar na rua, falar com as pessoas, de ajudar e proteger os cidadãos”.
Confessa também que os turnos “trocam um bocadinho a cabeça, ao início”, e faz notar que, por exemplo, se um agente tiver um serviço externo (os chamados graduados) e tiver que ir a tribunal com um arguido, pode ficar praticamente sem horas de sono.
Numa época de greves da Polícia, perguntamos pela principal carência na profissão que escolheu. “É não ser considerada uma profissão de risco, quando lidamos com situações de risco, como facadas, agressões, injúrias, vamos para ocorrências que não sabemos o que vamos encontrar”, responde.
Reconhece que deveriam existir mais agentes e que a frota automóvel também está algo envelhecida e defende uma maior informatização da instituição.
Na era da tecnologia, não há partilha de informação entre a PSP e a GNR. Por exemplo, um suspeito que tenha cometido crimes na área da GNR, aparece com ficha limpa no cadastro a que a PSP tem acesso. O agente não sabe isso até levar o suspeito a tribunal.
Por outro lado, ter um computador no carro também poderia facilitar. Poupando 10 ou 15 minutos a cada ocorrência, poder-se-ia ganhar tempo para outros trabalhos.
Vasco Costa aponta a condução com álcool e sem carta de condução como crimes praticamente diários nas Caldas.
Outro problema nesta cidade são os arrumadores de automóveis, que também ocupam parte do tempo desta polícia, que pode passar contraordenações de 60 euros por não terem licença da Câmara.
Com mais de 30 anos de carreira pela frente, perguntamos qual será o seu futuro, ao que responde que ainda está em dúvida, entre a Unidade Especial de Polícia, o Curso de Oficial de Chefe e a Investigação Criminal.

 

José Seco é polícia há 37 anos e encara a profissão como uma missão

Gazeta das Caldas
“Adorava regular o trânsito porque sou do tempo em que este passava todo dentro da cidade”| F.F.

Chama-se José Maria Penacho Seco Baptista (apelido que foi buscar à esposa), mas na esquadra é conhecido por agente Seco. Tem 60 anos e é um dos polícias mais antigos das Caldas, com 37 anos de profissão.
José Seco nasceu no concelho de Soure, distrito de Coimbra, e ingressou na PSP um dia antes de fazer 24 anos, a 10 de Novembro de 1981. Primeiro foi para Torres Novas, para a escola prática, onde tirou o curso de nove meses e depois foi para Lisboa, em 1982. Foi também na capital que teve a sua primeira experiência como polícia, na terceira divisão, na Avenida João Crisóstomo, perto do Saldanha. Na altura, José Seco apenas conhecia Lisboa de visita, mas por sorte ficou com mais dois colegas da terra na mesma esquadra. “Gostei muito de lá estar, era uma zona pacífica”, recorda o polícia, que por lá se manteve perto de dois anos. Depois tirou o curso de trânsito e foi para Santa Marta e daí para as Caldas, em 1986.
José Seco também conhecia as Caldas de passagem porque a esposa é do concelho do Cadaval. Quando veio de Santa Marta passou uns dias na esquadra caldense, na altura situada ao cimo da praça, para se ambientar e depois, como tinha o curso de trânsito, foi convidado para ir para esse sector. Em Lisboa era tudo muito rigoroso e o jovem agente Seco vinha com “a caneta afiada”. Um dia o comandante, na altura o subintendente Barroso, mandou-o chamar e disse-lhe que este tinha que “levantar um pouco mais a caneta, porque a cidade era pequena, quase uma família, em que todos se conhecem”, recorda o polícia, acrescentando que compreendeu logo a mensagem.
José Seco regulou muito trânsito ao cimo da praça, junto ao café Bocage, numa altura em que os camiões também ali passavam. Também a Rainha era um dos sítios onde costumava estar, chegando a fazer seis horas no local. O agente recorda que no Verão era difícil de aguentar tanto tempo parado ao sol e chegava a aproveitar o facto das senhoras irem regar as flores para molhar os pés na água da rega.
“Adorava regular o trânsito porque sou do tempo em que este passava todo dentro da cidade”, recorda o agente que andou na rua entre 1986 e 2002. Depois, José Seco fez um interregno de cinco anos. Pediu uma licença sem vencimento e foi para a Alemanha onde trabalhou em obras nas estradas.
A decisão de emigrar foi tomada depois de ter estado com a vida em risco por duas vezes.
O agente garante que não saiu por medo, mas porque tinha família na Alemanha. Decidiu então aventurar-se, juntamente com a mulher e a filha, e ir para aquele país.
Acabaria por regressar à PSP e à divisão do trânsito. Entretanto, um colega que era cozinheiro na messe convidou-o para ir trabalhar com ele. E, embora José Seco não tivesse experiencia de cozinha, os seus petiscos eram famosos entre os colegas, tendo acabado por aceitar e esteve na cozinha da polícia durante 14 anos. Até há um ano, altura em que a messe encerrou e o agente passou para a secção de logística.
Entre as suas muitas histórias, o agente Seco lembra duas, em que teve a vida em risco. Uma delas passou-se em Fevereiro de 1988, altura em que estava a trabalhar no trânsito. Era um final de tarde, tinha acabado de acompanhar a travessia das crianças junto à Escola Bordalo Pinheiro e estava no bar da esquadra a comer uma sandes quando soube que a ourivesaria Carvalho estava a ser assaltada. O agente Seco foi juntamente com um colega ver o que se passava, mas ia relativamente descansado porque era frequente haver falsos alarmes. No entanto, nesse dia foi diferente. Os polícias aperceberam-se que os assaltantes estavam dentro da loja e deixaram o carro da polícia a trancar a rua, seguindo a pé. Quando os ladrões estavam a sair com o saque, o agente gritou-lhes e eles voltaram a entrar para a loja, para saírem pouco tempo depois com o proprietário da loja como refém.
Os assaltantes encaminharam-se para a Praça 5 de Outubro, houve troca de tiros e, entretanto estes largam o refém e dividem-se. O agente Seco persegue um dos ladrões e ouve uma senhora a gritar, começa a descer a rua do Bairro Azul e vê o ladrão, grita-lhe, este dispara e continua a fugir. “Há um civil que se apercebe da perseguição e faz frente ao ladrão, que lhe aponta o revólver. A sorte do senhor é que o ladrão já não tinha balas e eu bati-lhe com a cronha da metralhadora”, recorda à Gazeta das Caldas.
Na altura viriam a ser apanhados os quatro assaltantes que tinham vindo da Musgueira para assaltar a ourivesaria.
A outra situação decorreu no início da década de 90. O agente Seco e os colegam vinham de uma ocorrência no carro patrulha e são mandados ir a S. Cristóvão, porque o Lobo (alcunha do agressor) tinha dado um tiro de caçadeira à avó e estava barricado na casa. “Saímos do carro antes do local, eu encostei-me de um lado do café enquanto que os colegas foram pelo outro lado”, recorda, lembrando ainda que foram recebidos a tiro pelo agressor.
No início o individuo não queria falar com ninguém, mas o agente Seco arriscou e ofereceu-se para ir falar com ele. Já na semana antes tinha-o ido buscar a casa porque estava a agredir os pais, lembra, acrescentando que se o jovem o tem reconhecido, provavelmente teria disparado. Mas tal não aconteceu e José Seco subiu ao primeiro andar, desarmado e sozinho. Quando entrou na sala viu-o escondido atrás do sofá e com a caçadeira apontada, não o deixando aproximar-se.
Como não conseguia aproximar-se para tirar a arma ao agressor, barricado, o polícia pediu para entrar um amigo do jovem, que o entreteve, enquanto este se lançou sobre ele e deteve-o.
José Seco vê a profissão como uma missão e sente a consideração das pessoas para com a polícia, mas não esconde que antes havia mais respeito para com as forças da autoridade. “Antigamente mesmo estando à civil, mostrava a carteira de polícia e tinha impacto, hoje não faço isso, pelo menos sozinho”, conclui.

 

Agente Mário Duarte tem perto de 300 chapéus de polícia

Gazeta das Caldas - PSP
Mário Duarte colecciona chapéus das polícias de todo o mundo

Chapéus há muitos. O ditado é famoso e adequa-se também à polícia. Que o diga Mário Duarte, que é agente na esquadra das Caldas há três anos e possui uma colecção com perto de três centenas de chapéus de polícias de todo o mundo.
Entre as últimas aquisições está um chapéu da gendarmeria do Vaticano. Os das altas patentes são os mais bonitos, mas também “os mais caros e os mais difíceis de encontrar”, explica o colecionador, que a curto prazo quer ter chapéus representativos das polícias de toda a Europa.

Mário Duarte é agente nas Caldas há três anos. Nasceu em Lisboa, mas os pais são do Landal, onde o agente fez casa quando casou e para onde se mudou quando veio de Sacavém para a esquadra caldense. Nesta cidade exerce funções diferentes das que tinha. É graduado de serviço, quando antes era adjunto do comandante de esquadra.
Foi em 2007, quando ainda vivia em Sacavém, que comprou um chapéu do KGB (serviços secretos da União Soviética) numa Feira de Artesanato. No mesmo ano, um amigo foi aos Estados Unidos da América e trouxe-lhe um chapéu da Polícia de Nova Iorque.
Mais tarde, um acaso deu um grande empurrão ao gosto que já havia nascido. Um dia foi à esquadra de turismo em Lisboa, no Palácio Foz, e um colega tinha a sua colecção exposta numa vitrina. “Eu cheguei, vi e falei com ele sobre os chapéus”, recorda, acrescentando que no dia seguinte tinha à sua espera uma caixa cheia de chapéus, oferecidos pelo amigo.
Além de mais de duas dezenas de chapéus, o colega e amigo deu-lhe também algo que é muito importante no mundo do coleccionismo: contactos.
Desde então, tem vindo a comprar e a trocar chapéus com pessoas de vários pontos do globo. O contacto é feito via internet e os coleccionadores são quase todos polícias ou pessoas com familiares na polícia.
“Às vezes falamos anos a fio com uma pessoa, fazemos trocas e depois, quando a vamos conhecer pessoalmente nem sempre é fácil, pelas barreiras linguísticas, mas o Google tradutor faz milagres”, conta o agente Mário Duarte.
Quando visita coleccionadores noutros países, tira uma fotografia com a colecção deles. Actualmente ainda não pode fazer o mesmo na sua casa, uma vez que os chapéus mais importantes estão guardados numa vitrina no escritório e os outros estão dentro de caixas. “Quero arranjar um anexo ainda este ano para os pôr em exposição”, revela.
No total tem perto de três centenas de chapéus de polícias de todo o mundo.
Mas tem de haver um grande conhecimento para suportar esta colecção, pois há países que têm uma política criminal muito rigorosa sobre os uniformes policiais e não permitem a sua comercialização. Por outro lado, há muitas réplicas. Isso obriga Mário Duarte a saber, por exemplo, quem são os fabricantes para confirmar se são verdadeiros, mas também a conhecer os detalhes de cada chapéu.
Uma das últimas aquisições é sonante: um chapéu da gendarmeria do Vaticano (Corpo della Gendarmeria dello Stato della Città del Vaticano). Recentemente chegaram também bonés das polícias da Suécia e da Coreia do Sul, bem como um da Ontario Provincial Police (no Canadá).
Os chapéus têm preços variáveis. Por exemplo, um capacete da Polícia da Isle of Man custa mais de 400 euros e não é o mais caro. Há deles a rondar os 600 euros e outros que não se vêem à venda, mas que poderiam valer mais de mil euros (como é o caso dos do Vaticano, mas da Guarda Suíça, a chamada Polícia do Papa).
Os de altas patentes são os mais bonitos, os mais trabalhados e os que têm mais valor. “São os mais caros e os mais difíceis de encontrar”, explica.
Outros difíceis de ter são os da Austrália, que tem cinco polícias dos Condados e a Federal. “Só se conseguem réplicas ou se forem reformados que vendam, porque no verso do crachá tem o número de identificação deles”. Mário Duarte tem quatro da Austrália, sendo que de apenas dois tem a certeza de serem verdadeiros.

A estética e os pormenores importam

A curto prazo o objectivo é ter chapéus representativos da polícia de toda Europa. “Falta-me do Lichtenstein, que é muito difícil porque tem uma política muito restritiva, da Finlândia, que é um chapéu muito caro – custa mais de 100 euros”, especifica. Para além destes, ainda não tem os bonés dos países da ex-Jugoslávia, porque estas polícias mudam muitas vezes de fardamento. Falta-lhe o da Macedónia, o actual chapéu da polícia da Sérvia, que também já mudou, e o da Albânia, que em 10 anos já mudou quatro vezes. Depois, falta-lhe o do Luxemburgo, que também mudou.
O que faz então o agente ao chapéu que deixa de estar em uso quando compra o mais recente? “Nalguns casos recebo o novo e o velho dou para troca porque já não está actualizado”, refere, enquanto que noutros casos guarda-os. A estética e os pormenores de cada chapéu também importam.
O chapéu português da PSP que interessa mais no estrangeiro é o de superintendente. Mas os da GNR são mais procurados, por serem mais vistosos. Há um, em particular, que é proibido vender e que gera uma grande procura: o branco da Cavalaria da GNR.
Mário Duarte conta-nos que pelo mundo há muitos encontros de coleccionadores desta área, mas que em Portugal ainda não se realizou nenhum. “Como já somos muitos estamos a pensar em criar um swapping meeting (encontro de troca) de artigos ligados à polícia, como chapéus, emblemas, pins, carros em miniaturas e outros”, partilha.
Entretanto, apresenta-nos alguns dos seus chapéus: “Este aqui tem um nome característico, chamam-lhe o Bobby, é da Polícia Inglesa, já este é do Nepal e é dos mais difíceis de obter, é de general, de cerimónia, e as cores têm a ver com a bandeira nacional”, esclarece.
Tem também da Índia (parecidos com os ingleses) e de Angola, que são basicamente iguais aos portugueses. Nesse país adoptam o mesmo sistema de distinção de postos (que também são os mesmos), só alteram a cor do chapéu e o símbolo (à semelhança do que acontece com Cabo Verde).
Mário Duarte mostra-nos ainda o chapéu de commandant da polícia francesa (equivalente ao coronel em Portugal), e que também é usado nas ex-colónias francesas, bem como um chapéu de coronel da Venezuela.
A sua colecção já esteve exposta na esquadra no Parque das Nações e dos Olivais, no Comando Metropolitano de Lisboa e também no Dia do Comando de Leiria, além de terem sido mostrados no Securex, no centro comercial Vasco da Gama, um evento em que a PSP mostra os equipamentos.
Nas Caldas ainda não lhe pediram para expor e realça que tem regras para o fazer, como a necessidade de estarem trancados em vitrines.
Além dos chapéus, em 2012 começou a fazer colecção de emblemas de polícias e já tem quase 500 de todo o mundo. A maioria é dos Estados Unidos da América, onde existem mais de 1000 polícias, cada uma com o seu emblema. “Deve ser dos países do mundo onde há mais forças policiais”, conta, acrescentando que em terras do Tio Sam levam a questão dos emblemas muito a rigor.
“Tenho a colecção completa das polícias dos 50 estados e das polícias das capitais dos estados”. Uma vez que cada Estado tem uma capital e cada capital tem a sua polícia.
Mas dentro de cada cidade do Estado, há várias forças policiais. O que faz multiplicar o número de emblemas. “Agora estou a fazer das várias polícias da Califórnia, e já tenho praticamente todos dos condados e das várias cidades, incluindo as polícias das universidades e outras”, contou Mário Duarte.

Ver artigo em PDF

- publicidade -