Faltam profissionais de atendimento de restaurante e bar

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Noticias das Caldas
David Murta foi recebido na EHTO com um cocktail servido por um aluno do curso de técnico de restauração e bebidas | J.R.
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Numa altura em que ser chef está na moda e que existe cada vez mais procura por formação nesta área, o director da Escola de Hotelaria e Turismo de Vila Real de Santo António, David Murta, encontra uma carência de profissionais no atendimento.

David Murta esteve durante três dias (de 13 a 15 de Fevereiro) nas Caldas da Rainha num programa inovador de rotação de directores da rede de escolas do Turismo de Portugal, que teve como objectivo uma partilha de conhecimentos e ideias entre os vários estabelecimentos de ensino.
David Murta disse à Gazeta das Caldas que a grande dificuldade no recrutamento das escolas e do sector hoteleiro prende-se com o atendimento de restaurante e bar. “Os portugueses sabem receber, mas é preciso um upgrade, é preciso ter pessoas mais preparadas, que saibam sorrir, falar idiomas, recomendar um prato, um vinho”, observa. Este é um esforço necessário a nível nacional, porque embora a aposta no turismo seja crescente em todo o território, “se o turista é mal atendido não volta”, acrescenta.
O problema sente-se quer ao nível da constituição das turmas, que não esgotam a capacidade em termos de alunos, como nas unidades hoteleiras, que rapidamente absorvem os jovens que as escolas colocam no mercado de trabalho.
Em relação à realidade algarvia no sector, David Murta diz que continua a ser o principal polo do turismo nacional e a grande alavanca económica e do emprego da região. A sazonalidade continua a afectar as relações de emprego, que existe em grande quantidade entre Maio e Setembro mas decresce a partir dessa altura.
No entanto, acredita que “nunca como agora foram dados passos tão assertivos para quebrar isto”, num esforço que é, e deve ser, concertado entre empresários, autarquias e outras entidades governamentais.
A conjuntura internacional, aberta sobretudo com a crise resultante da “Primavera Árabe”, trouxe ao Algarve novos mercados, como o francês e o holandês. No entanto, hoje aquela região “já não é só sol e mar”, acrescenta. Foram abertos novos mercados com o golfe, o turismo residencial, o turismo gastronómico ligado à dieta mediterrânica e aos vinhos, actividades ligadas à natureza, como bird watching (observação de aves), ou o turismo desportivo. A abertura de mais rotas para o aeroporto de Faro e o programa Algarve 365, que garante que todos os dias do ano há um evento a acontecer na região, têm-se revelado “boas apostas”, considera.
O turismo é, por isso, “um mundo de oportunidades” para quem procura emprego, “e para isso estão cá as escolas de hotelaria”, conclui David Murta.
No âmbito deste programa de rotação de directores estre as escolas de hotelaria, Daniel Pinto fez o percurso inverso e esteve três dias em Vila Real de Santo António.

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