Informações da Câmara das Caldas vão ser traduzidas para Língua Gestual Portuguesa

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CMB_20160217_256250 copyA tradução de iniciativas do município e de conteúdos do site da Câmara das Caldas para Língua Gestual Portuguesa são os principais pontos de um protocolo de colaboração assinado entre a autarquia e a Federação Portuguesa de Associações de Surdos (FPAS) no dia 17 de Fevereiro. Mas a colaboração vai além do protocolado e a aplicação móvel City Guide (Guia Turístico para a cidade) também será traduzida.

A Câmara das Caldas quer tornar o concelho mais inclusivo sendo a assinatura do protocolo com a FPAS mais um passo nesse sentido. Depois de disponibilizar a Rota Bordaliana em Braille, de melhorar a acessibilidade na cidade para os invisuais e de implementar uma iniciativa de sensibilização à Língua Gestual Portuguesa para o pré-escolar, prepara-se agora para ter alguns dos conteúdos do site, os eventos da autarquia e a aplicação móvel City Guide traduzidos para Língua Gestual Portuguesa, tornando-os acessíveis a pessoas com incapacidade auditiva.
Para além disso, os funcionários e agentes camarários irão ter formação em Língua Gestual Portuguesa e a cerimónia de entrega das medalhas do 15 de Maio deste ano, entre outras iniciativas, já irá contar com a colaboração da FPAS na tradução.
A FPAS irá ceder 20 horas de interpretação em Língua Gestual Portuguesa em iniciativas do município e compromete-se a um desconto de 20% caso as 20 horas sejam ultrapassadas. Para além disso colabora com a autarquia na disponibilização de conteúdos do site acessíveis a pessoas surdas, fazendo os vídeos e fica responsável por uma acção de formação e sensibilização para a Língua Gestual Portuguesa e pelos formadores. A acção terá a duração de quatro horas, em data a agendar.
Por seu turno, a Câmara cede anual e gratuitamente dois auditórios para a realização de actividades, dois autocarros municipais, material (canetas, pastas e mapas do município), para além de se comprometer a tornar os conteúdos do site acessíveis e de realizar a acção de formação anual em parceria com a FPAS.
Hugo Oliveira, numa nota introdutória, salientou a importância do protocolo lembrando que no mesmo dia havia estado numa reunião com o Turismo do Centro acerca do Turismo Acessível. “É um nicho de mercado e uma aposta do Turismo do Centro no Oeste”, informou, antes de explicar que o protocolo vai de encontro com a visão autárquica para as Caldas: “que todos tenham o direito de usufruir da cidade”.
Tinta Ferreira, presidente da Câmara, afirmou que espera que este acordo “possa contribuir para uma comunidade mais integrada, educada e desenvolvida”.
Lembrou que a iniciativa partiu de uma sugestão do vereador socialista Rui Correia e disse que é uma forma de criar uma ligação entre a comunidade e a Língua Gestual Portuguesa, que assim a vai aprendendo.
Já Pedro Costa, presidente da FPAS, destacou a abertura e receptividade da Câmara, que “percebeu claramente que as pessoas surdas também são portadoras de direitos”. Mostrando-se esperançado que a assinatura deste protocolo “possa sensibilizar outras entidades, como Câmaras, Juntas de Freguesia, autoridades e empresas”, questionou: “quem sabe no futuro termos a página da Câmara ou o discurso do presidente em Língua Gestual Portuguesa?”. E respondeu: “se eu sou um cidadão de igual direito, é importante ter a mesma informação”.
A concluir, a ideia de que “há cada vez mais esta sensibilidade nacional” para a comunidade surda e que espera que a assinatura deste acordo “possa trazer muito mais cidadãos surdos activos à cidade”.
Nas Caldas, e apesar da associação local não ser associada da FPAS, a Federação tem conhecimento da existência de entre 80 e 100 pessoas surdas, mas acreditam que exista perto do triplo.
Este é o quarto município a assinar um protocolo com a FPAS, depois de Leiria, Lisboa e Amadora.
O desporto como forma de inclusão

No dia seguinte, quinta-feira, 18 de Fevereiro, mais de uma centena de alunos das escolas Bordalo Pinheiro, de Sto. Onofre, Colégio Rainha Dona Leonor e Centro de Educação Especial Rainha Dona Leonor participaram numa actividade de Voleibol Sentado no Pavilhão Rainha D. Leonor.
O voleibol sentado possibilita um espaço onde todos são iguais. Nesta modalidade paralímpica competem atletas amputados (principalmente de membros inferiores) e atletas com deficiências locomotoras. Mas pode (e deve) ser jogado por qualquer pessoa. A facilidade – tanto no jogo propriamente dito, como no material necessário para o mesmo – e, ao mesmo tempo, a diversão que proporciona, têm sido os factores mais elogiados.
Pode ser jogado individualmente ou em equipas e disputa-se em cinco sets de 25 pontos. O campo é mais pequeno e, como o nome diz, os atletas jogam sentados no chão.
O primeiro núcleo nacional surgiu a 29 de Outubro de 2015 no agrupamento de escolas Josefa de Óbidos, através do Gira-volei.
Para além das demonstrações de voleibol sentado, no concelho das Caldas realiza-se anualmente o evento indoor de remo adaptado e já foi dado a conhecer o basquetebol em cadeira de rodas e o boccia, todas elas também modalidades paralímpicas.
A iniciativa foi organizada pela Câmara, com o apoio da Federação Portuguesa de Voleibol e Sporting Clube das Caldas.

 

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