O Centro da Juventude vai ser reabilitado 14 anos depois de ter aberto as suas portas. A intervenção, no valor de 400 mil euros, irá realizar-se no próximo ano e permitirá ao espaço ter uma “cara nova” e dar mais conforto aos seus utilizadores.
O espaço passará a chamar-se Casa da Juventude e a sua imagem institucional estará muito associada ao grafite feito por Daniel Eime e que se encontra numa das paredes do edifício. “Queremos transmitir aos jovens que esta é a casa deles, onde podem vir com os amigos ou utilizar para estudar, fazer um concerto, ou uma peça de teatro”, explica o seu director, Rogério Rebelo.
Degradado, com infiltrações, com um mobiliário e equipamento que não seduz os jovens, o Centro da Juventude tem vindo a perder atractividade. Uma situação que poderá mudar depois das obras que deverão iniciar-se no primeiro semestre do próximo ano e que irão dar mais condições físicas e de conforto aquele espaço, mas também permitir mais actividades e disponibilizar novos equipamentos tecnológicos. O valor da intervenção é de 400 mil euros, financiados em parte por fundos comunitários no âmbito do PEDU (Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano) e pela Câmara das Caldas.
Desde logo o auditório irá sofrer melhorias. O tecto e o chão serão trocados e o soalho do palco será reparado. Uma sala que funciona agora como copa para os funcionários e o laboratório de fotografia já desactivado, que ficam junto ao auditório, darão lugar ao estúdio de gravação. Também o sótão será aproveitado para o mesmo fim, permitindo um espaço mais amplo.
“Ganhamos condições para trabalhar”, explica o director do Centro da Juventude, Rogério Rebelo, acrescentando que pretendem continuar a apostar na música.
“Todos os dias temos jovens a ensaiar e a gravar pequenos projectos, que muitas vezes passam despercebidos, mas que resultam em trabalhos reconhecidos a nível internacional e vão a festivais”, exemplifica.
As bandas amadoras inscritas no projecto de Bandas das Caldas não pagam taxas para ali gravar, mas existe uma tabela de preços disponível para quem tem trabalhos independentes e queira usar o espaço para gravar.
Uma das salas será dotada de equipamento sonoro e ali irão decorrer muitas das aulas que agora se realizam no auditório, como é o caso da zumba ou ginástica. O banco de livros, que actualmente está numa das salas, irá passar para o gabinete do director, mais central e que será transformado em zona de leitura.
Já no local onde está agora o Gabinete de Apoio à Saúde Juvenil serão criados vestiários masculinos e femininos para apoio às várias actividades que decorrem no centro e que são dinamizadas, de forma autónoma, por professores.
O Gabinete de Apoio à Saúde Juvenil passará para a zona agora dedicada às associações juvenis, e que está subaproveitada. Será ainda criada uma pequena sala de espera, que permite dar mais privacidade aos jovens que procuram aquele serviço de aconselhamento.
A parte de serigrafia manter-se-á a funcionar pelo Atelier Arte e Expressão e serão feitas algumas obras para lhes dar melhores condições de trabalho.
Acabar com as infiltrações
Um dos grandes problemas do edifício são as infiltrações. Há alturas em que a água escorre pela parede, vai-se acumulando e entra para dentro das salas, estragando o soalho e pondo em risco os equipamentos e o seu manuseamento. A intervenção prevê a substituição das duas alas que têm um tecto de policarbonato por placas de cimento maciças e a colocação de clarabóias, que irão permitir a entrada de luz natural. Depois será feita toda a climatização do espaço, permitindo-o ficar mais confortável para os utilizadores, que agora sofrem com muito calor no Verão e frio no Inverno.
Na zona central, que actualmente funciona como espaço de convívio, será criado um café concerto com um pequeno palco. “Um jovem que precise de apresentar um trabalho de final de curso ou uma prova tem este espaço à sua disposição, sem custos”, explica Rogério Rebelo.
Também o mobiliário será mudado, assim como a iluminação, trocada por outra mais eficiente. O piso de tijoleira levará uma cobertura, de modo a modernizá-lo.
O pátio exterior que existe dentro do edifício e que está sem utilidade, será fechado e dará apoio ao bar, que passará também a confeccionar refeições.
No recinto exterior será colocado mobiliário novo e criada uma pérgula para fazer sombra, eliminando assim os chapéus de sol. Aproveitando a intervenção física, será também feita uma mudança da imagem institucional, que estará ligada à obra de arte urbana feita pelo artista caldense Daniel Eime e que se encontra na parede lateral do edifício. O espaço continuará a ter a designação de CJ, mas deixa de ser o Centro da Juventude para ser a Casa da Juventude.
De acordo com Rogério Rebelo irão também apostar em actividades que cativem os jovens e dar-lhes mais equipamentos tecnológicos, como novos computadores e tablets. “Devemos ter a preocupação de procurar tecnologia que possibilite que os jovens tenham experiências que agora não têm, por exemplo através da realidade virtual”, disse o responsável, que já adquiriu dois equipamentos (óculos de realidade virtual) que permitem essa experiência. Serão criadas imagens do antes e depois do Centro da Juventude, vídeos da cidade e a rota bordaliana, tudo em realidade virtual.
A funcionar desde 2004, o Centro da Juventude dinamiza várias actividades, como aulas de música e de dança, explicações e teatro. Este ano arrancou com um curso de costura e confecção. Os utilizadores vão dos oito aos 80 anos, mas a média de idades situa-se nos 27 anos.