O executivo PSD-PS na Junta de Freguesia de São Martinho do Porto continua sob fogo cruzado da oposição, mas escapou à moção de censura apresentada pela bancada do Nós, Cidadãos na última assembleia de freguesia (3 votos a favor e 6 contra).
Na moção, discutida na reunião daquele órgão da passada quarta-feira, o Nós, Cidadãos não poupou nos adjetivos para classificar o desempenho do executivo de Nuno Vieira (PSD) no primeiro ano de mandato, falando de “compromissos assumidos e não cumpridos”, à “degradação da Junta enquanto instituição credível” e identificando um executivo da “Junta desmembrado e sem rumo”.
A maioria rejeitou as pretensões da oposição, justificou o voto contra à moção de censura, que poderia originar eleições intercalares na autarquia, com a vontade de trabalhar em prol da freguesia e o intuito de resolver as ineficiências que se têm verificado neste primeiro ano de mandato.
Os sinais de tensão na Junta de São Martinho do Porto arrastam-se praticamente desde a tomada de posse, mas tornaram-se mais evidentes no passado mês de julho, quando a assembleia de freguesia rejeitou uma alteração orçamental proposta pelo executivo, com o PS a votar ao lado da oposição. Na ocasião, o presidente da Junta garantiu ter condições para manter-se no cargo, mas agora voltou a ser colocado em causa pelo Nós, Cidadãos.
As eleições autárquicas em São Martinho em 26 de setembro de 2021 foram tão equilibradas que PSD, PS e Nós, Cidadãos garantiram três mandatos, tendo os social-democratas feito um acordo pós-eleitoral com os socialistas que viabilizou a eleição do executivo. Contudo, um ano depois a instabilidade é a palavra de ordem na Junta.