lniciativa, de âmbito nacional, decorreu também nas Caldas e chama a atenção que os casos de abusos com as crianças não têm diminuído
Perto de 200 crianças e jovens de escolas das Caldas, juntamente com utentes do Centro de Educação Especial Rainha D. Leonor, juntaram-se na Praça 25 de Abril, na manhã de sexta-feira, e, todos de t-shirt azul vestida, formaram um grande laço. A iniciativa, que teve âmbito nacional, foi organizada pela CPCJ e foi mais uma forma de alertar para os maus tratos infantis.
Ana Catarina Almeida, presidente da CPCJ das Caldas da Rainha, destaca a importância destas iniciativas para contrariar a ideia de que não existem maus tratos infantis. Esta comissão acompanha cerca de 250 processos de crianças e jovens e tem na violência doméstica o maior número de casos sinalizados. Um problema que “é transversal a todos os tipos de família”, refere a responsável, que vê na prevenção junto dos mais novos (levando-os a vivenciar outras realidades) e no trabalho com as famílias a resposta para ultrapassarem estas situações. “Não há receitas”, reconhece Ana Catarina Almeida, adiantando que a CPCJ só trabalha com o consentimento das famílias, pelo que tem de haver confiança de ambas as partes e disponibilidade das famílias para a mudança de comportamento.
Problemas comportamentais
Problemáticas associadas a comportamentos dos jovens, como a reação por impulso e sem controlo, e os consumos, têm estado a aumentar. “Atualmente as famílias não têm muito tempo para dedicar às crianças e jovens e estes acabam por estar um pouco em auto gestão”, refere a responsável, acrescentando que tentam ajudar as famílias a “ultrapassar a situação que causou perigo naquela altura e a seguirem o seu caminho”. E desmistifica a ideia de que a CPCJ é uma entidade que retira as crianças aos pais ou familiares. “As famílias têm é que ter competências parentais para cuidar delas e para lhes garantir os cuidados básicos e os seus direitos, e afeto”, realça.
A CPCJ trabalha em conjunto com vários parceiros e está sediada na autarquia caldense. A Câmara das Caldas transferiu o apoio social às crianças para a área da Educação e contratou recentemente duas psicólogas clínicas, uma para reforço da equipa social e que também irá trabalhar com a CPCJ e outra para se dedicar às problemáticas infantis, maioritariamente na área da Educação. “Não sendo um projeto, é uma medida de fundo que infere nesta necessidade”, explicou a vereadora Conceição Henriques, acrescentando que há uma aposta integrada, aumento de recursos humanos e também na criação de melhorias nas instalações da CPCJ. Também a passagem do Serviço de Atendimento e de Acompanhamento Social (SAAS) para a autarquia “capacita os serviços para a intervenção junto das populações vulneráveis e, designadamente, do apoio às famílias e às crianças”, concretiza a autarca.
A campanha de prevenção decorreu durante o mês de abril e, no concelho, envolveu também os idosos das IPSS e alunos das escolas. No sábado, um grupo de utentes do CEERDL, acompanhou os jogadores do Caldas, em campo, no início do jogo contra o Académica. ■