Lançamento da obra, da autoria de Sofia Bandeira Duarte, atraiu dezenas de pessoas
Dezenas de pessoas marcaram presença no lançamento do livro “Este nosso bairro – Uma viagem pela memória coletiva das Caldas da Rainha”, no final de tarde de sexta-feira, 15 de março, na Igreja do Espírito Santo, nas Caldas.
A obra, cujos textos são da autoria de Sofia Bandeira Duarte e que foi promovida pela agência imobiliária O Meu Bairro, tem uma vertente social, uma vez que os lucros da venda dos livros revertem para melhorias na ermida onde foi apresentada.
Nuno Pina, da agência imobiliária, explicou que o projeto nasceu através de textos escritos para publicações nas redes sociais relativas ao património arquitetónico das Caldas durante 49 semanas, entre 2021 e 2022. “Teve mais visualizações do que as casas”, gracejou. Mas como são uma agência imobiliária e não uma editora decidiram dar um cariz social a este projeto, melhorando um local de que o empresário se recorda de usufruir em criança, enquanto escuteiro, e para o qual ficou alerta em relação à degradação quando o visitou recentemente em iniciativas culturais.
Na apresentação, o escritor caldense Paulo Caiado partilhou as suas memórias de alguns dos locais e edifícios abordados no livro, focando especialmente as pessoas associadas a cada um, como, por exemplo, o ardina Henrique Vilão, que tinha “uma boina basca, um fato macaco azul e uma beata permanente no canto da boca”, com uma voz caraterística, que tinha o seguinte pregão, junto aos PIDE no Café Central: “Olha o Lisboa, Capital, República, Popular”.
Não esquece também uma história que envolve a Gazeta das Caldas, quando este jornal publicou, a 1 de abril, a inauguração do metro para a Matoeira. “Não imaginam a quantidade de pessoas a descer as escadas para ver”, lembrou.
O momento em que o Salão Ibéria ruiu também foi lembrado pelo escritor, que estava a ter uma aula de alemão nos pavilhões ao lado.
Já a investigadora Helena Gonçalves Pinto, que prefaciou a obra, recordou o percurso da autora, salientando o facto de serem abordados 40 elementos patrimoniais nesta obra que sugere um roteiro pela cidade, de livro na mão, começando na fundação da cidade e terminando na estação dos caminhos de ferro.
A investigadora destacou ainda o património da Igreja do Espírito Santo, algo que também esteve em foco na apresentação da autora, Sofia Bandeira Duarte, que explicou também que sentiu que existia uma lacuna em termos de obras deste tipo. A autora fez uma leitura do património do centro histórico das Caldas, que procurou apresentar de forma concisa e didática. Para a sua pesquisa socorreu-se de documentos e fotografias antigas, tendo visitado, também, a Gazeta das Caldas para recolher informações.
Sofia Bandeira Duarte admite agora vir a ampliar esta obra, que se foca no centro histórico das Caldas, a outros locais. ■