A Câmara de Alcobaça procedeu à colocação de uma lona na fachada de um prédio devoluto na Praça Damasceno Campos, no centro da Benedita. O edifício, inacabado há décadas, é considerado um dos pontos negros da vila, tendo a autarquia optado por colocar uma estrutura com uma imagem alusiva à antiga Capela da Benedita, dada a tradição religiosa na freguesia.
A intervenção custou cerca de 9 mil euros aos cofres da Câmara, mas a opção parece agradar aos beneditenses. E não só.
Natural de Rio Maior, Sara Félix trabalha numa papelaria ali bem perto, e aplaude a decisão da autarquia. “A praça ficou muito mais cativante em termos visuais. Até os clientes comentam que a praça ficou mais bonita”, diz a jovem, de 20 anos, que valoriza o facto de, com esta obra, se terem garantido, igualmente, “melhores condições de segurança” no local.
A beneditense Lúcia Marques também ficou satisfeita. “Gosto das cores utilizadas, ficou com um aspeto muito interessante”, afiança a mulher, de 54 anos, que identifica “um novo ar” à praça central da vila.
A colocação da lona suscitou, todavia, um debate na Benedita, onde há vários outros prédios devolutos e cujos processos continuam por resolver.
O mais mediático é, sem dúvida, o famigerado Prédio Tomás da Fonseca, que nunca chegou a ser terminado devido à falência do construtor. A obra arrancou ainda nos anos 1980, mas a falta de financiamento impediu, já na fase final, que o edifício fosse terminado, deixando uma estrutura imponente, com vários pisos, estacionamento, lojas e escritórios inacabada e que acabou por ser vandalizado.
A autarquia tem procurado resolver a questão e chegou a admitir a possibilidade de implodir o prédio, mas a ideia nunca avançou. ■