Mais de 80 voluntários recuperam centro de convívio da Areirinha

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A iniciativa, que juntou os caloiros e docentes do curso de Medicina da Universidade Católica Portuguesa e voluntários da Just a Change, permitiu que, na passada segunda-feira, os utentes encontrassem o centro “de cara lavada”

A azáfama foi grande durante todo o dia de sábado. 82 voluntários, a sua grande maioria jovens estudantes universitários, pintaram o interior e exterior da antiga escola primária da Areirinha, cortaram a erva, ajardinaram todo o espaço exterior e ainda criaram uma pequena horta, que agora será mantida pelos utentes do Centro de Convívio da Areirinha.
De acordo com Soraia Costa, animadora do Centro “Melhor Idade” da Areirinha, em julho deste ano um grupo da Just a Change (associação que reabilita casas de pessoas carenciadas) tinha estado naquele local, onde pintou os muros, portões e a pérgola existente, de modo em embelezar um pouco o centro. No entanto, era necessária uma intervenção maior, que foi agora concretizada graças ao “team building” dinamizado com o novo curso da Universidade Católica, o de Medicina.
“Entenderam que se ajustava ao objetivo que tinham, porque temos bastante espaço exterior e uma grande necessidade de manutenção, que envolveria todas as pessoas”, explica a animadora Soraia Costa, à Gazeta das Caldas.
Os preparativos começaram em meados da semana passada, com a vinda de dois coordenadores da associação para preparar o edifício para esta intervenção, assim como a aquisição dos materiais.

A iniciativa solidária decorreu no passado sábado durante todo o dia

Os funcionários do município de Óbidos também colaboraram, com a lavagem das paredes e a colocação dos andaimes que foram, depois, utilizados pelos voluntários nas pinturas. Os jovens foram divididos em equipas de cerca de 10 elementos, com um professor e um elemento da Just a Change a coordenar os trabalhos.
António Almeida, diretor da Faculdade de Medicina da Católica, que também integrou o grupo, explicou que a iniciativa pretendeu dar as boas vindas aos caloiros, permitindo-lhes conhecerem-se melhor entre eles e também a equipa docente, fora de um contexto profissional e de aulas. O objetivo passou também por incutir o cariz de responsabilidade social.
“É uma característica muito importante de um médico não só trabalhar em equipa, como estamos aqui a fazer, mas também de beneficiar a comunidade à sua volta”, explicou o responsável.
António Almeida destacou a participação ativa de todos, mostrando que futuros médicos têm de perceber um pouco de tudo, até de pinturas e arranjos.
No início da semana, o “novo” centro da Melhor Idade passou a receber 8 idosos diariamente. A funcionar desde 2005, este equipamento reabriu em maio (após maio de um ano encerrado devido à pandemia), com quatro utentes. Depois, e de forma progressiva, foi aumentando esse número, até aos oito que agora podem estar, em simultâneo, no espaço. Atualmente este centro está a dar uma resposta social a 18 idosos da freguesia, com idades compreendidas entre os 73 e os 90 anos, embora a procura seja muito maior.
Com o edifício pintado e o espaço exterior limpo, a animadora vai agora pedir apoio para arranjar alguns equipamentos para o valorizar e que possam ser aproveitados por toda a comunidade. E, tendo em conta que aquele é o local que, na aldeia, acolhe as acções de sensibilização dos vários partidos políticos durante a campanha eleitoral, pretende começar por pedir a colaboração dos candidatos. ■

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