Iniciativa decorre até ao dia 9 de setembro em todas as freguesias do concelho
Esta semana há 51 estudantes de Medicina da Universidade do Porto a realizar rastreios, formação de Primeiros Socorros e Suporte Básico de Vida, ações de sensibilização e a dinamizar um Hospital dos Pequeninos no concelho das Caldas. O projeto Medicina Vai, da Associação de Estudantes da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto está nas Caldas até ao dia 9 de setembro.
O presidente da Câmara, Vítor Marques, deu as boas-vindas aos jovens e partilhou as preocupações de um concelho com cerca de 50 mil habitantes, dos quais 20 mil não têm médico de família. O autarca revelou ainda que já haviam demonstrado interesse em receber os estudantes de Medicina no ano anterior, mas não foi possível. Já Sara Oliveira, adjunta do gabinete de apoio à presidência, disse que acreditam “muito no potencial do projeto que certamente vai trazer benefícios à nossa comunidade”, elogiando a simbiose da iniciativa: “é uma oportunidade para vocês de explorarem novos territórios e contextos de aprendizagem, mas sobretudo é muito importante para nós porque é um valor acrescentado às ações que temos dinamizado na educação para a Saúde”.
Helder Almeida, vogal do Conselho de Administração do CHO, apresentou a instituição como “uma das últimas oportunidades de futuro no país, porque é uma das poucas regiões que vai ter um hospital novo”, numa região “que está a crescer”. Mostrou-se esperançado “que possa ser o posto de trabalho de muitos de vós”, fazendo um retrato do centro hospitalar, que tem 1843 trabalhadores, dos quais 163 médicos especialistas e 111 internos, 664 enfermeiros, 160 técnicos superiores de diagnóstico e terapêutica. Hélder Almeida admitiu a dificuldade em contratar não só médicos e enfermeiros, como ao nível de auxiliares. “Com três urgências – uma básica e duas médico-cirúrgicas – que implicam uma necessidade de 372 mil horas, das quais temos que comprar ao exterior, porque não temos médicos que as assegurem, cerca de 300 mil. Se fossemos contratar médicos para assegurar as horas em falta eram mais de duas centenas”, explicou, esclarecendo que se fosse um hospital único, com uma urgência, as necessidades seriam menores. Por sua vez, Alexandra Cosme, do ACeS Oeste Norte, veio apresentar o agrupamento, que congrega 20 unidades (das quais, 10 Unidades de Saúde Familiar) e que tem assimetrias. Também ela corrobou a dificuldade em contratar recursos humanos. António Curado, da Ordem dos Médicos, elogiou o projeto. ■