Os médicos do Centro Hospitalar Oeste Norte e do Centro Hospitalar de Torres Vedras dizem que se vive actualmente, e em ambos os centros hospitalares, uma “situação de penúria” que levou já a “situações repetidas de carência de materiais básicos de uso corrente, bem como de alguns reagentes laboratoriais ou medicamentos”.
A denúncia foi feita na passada semana, depois de uma reunião que juntou na sede do Distrito Médico do Oeste da Ordem dos Médicos, nas Caldas da Rainha, os profissionais dos hospitais em questão, preocupados com as eventuais alterações que venham a ser introduzidas com a reorganização hospitalar em curso.
Em comunicado, os médicos defendem que é “absolutamente indispensável a manutenção de dois serviços de Urgência Médico-Cirúrgica, nos hospitais de Torres Vedras e Caldas da Rainha” e que há que manter nas duas unidades o internamento das especialidades de Medicina Interna, Cirurgia Geral e Pediatria. Não esquecem também o Hospital Termal “como parte integrante do serviço nacional de Saúde”, salientando “as suas características únicas como instituição hospitalar”.Alertam também para “consequências inevitáveis de aumento de listas de espera e falta de capacidade de resposta” nas especialidades que existem apenas em uma das unidades e que “veriam aumentar grandemente a população da sua área de influência, nomeadamente Oncologia Médica, Gastrenterologia, Dermatologia, Psiquiatria e Pneumologia”. Além disso, reclamam “condições consignas de destino, orientação e acomodação dos doentes actualmente internados nos hospitais que se prevê alienar do futuro Centro Hospitalar do Oeste”.
De acordo com as propostas da ARS, que se mantém em negociações com as autarquias, prevê-se o encerramento do Hospital de Peniche e do antigo Sanatório do Barro (Torres Vedras) e a saída do Hospital de Alcobaça, que deverá passar a reportar ao Hospital de Leiria.
Convictos de que é “imperioso que os profissionais das instituições em causa sejam chamados a participar activamente” nos processos de reestruturação dos serviços de saúde, os médicos dizem sentir um “profundo receio de que a eventual diminuição dos actuais défices financeiros venha a ser obtida essencialmente à custa de venda de património, encerramento de serviços e valências médicas, dispensa de profissionais, e drástica limitação do acesso dos doentes aos cuidados de saúde”.
Esta não foi a primeira vez que os médicos reclamaram ter uma palavra a dizer na reorganização em curso. Já no passado mês de Fevereiro reuniram-se nas Caldas da Rainha, onde classificaram de “insensata” a criação de um único centro hospitalar para toda a região e lamentaram não ter tido conhecimento da intenção da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo de forma oficial.
Joana Fialho
jfialho@gazetadascaldas.pt
Petição defende manutenção da Terapia da Fala no hospital caldense
Assim que se tornou pública a intenção da tutela de levar a cabo mudanças profundas na reorganização hospitalar no Oeste, surgiram diversas petições a reclamar a manutenção dos serviços e a salvaguarda dos cuidados de saúde e dos seus profissionais. Mas até agora os pedidos incidiam sobre questões gerais, que preocupam a maioria dos cidadãos.
Começam agora a surgir requerimentos sobre casos específicos como a petição “Juntos pela continuidade da Terapia da Fala para os utentes da terapeuta Ana Faria no CHON”, lançada na Internet. Os signatários, (167 pessoas à hora de fecho desta edição) dizem ter tomado conhecimento da “rescisão do contrato com a terapeuta Ana Faria sem qualquer razão plausível e qualquer alternativa para os utentes que tinham terapia da fala que irão passar a estar em lista de espera”. E por isso estão “preocupados com os direitos das crianças com necessidades educativas especiais ou com dificuldades de aprendizagem”.
Reclamam uma “solução imediata para a situação”, o que poderá passar pela recontratação da terapeuta em causa ou pela adopção de “medidas que sejam viáveis por forma a dar continuidade aos projectos terapêuticos dos utentes do CHON – Hospital Termal”. Os signatários insistem na urgência da resolução deste caso, reclamando que o desenvolvimento das crianças “não pode ficar em espera”.
J.F.
Seria uma medida sensata os municipios do Oeste associarem-se para a construção de um forno crematório, não vai haver cemitérios que cheguem para o previsível aumento da mortalidade, e deveria ficar situado no concelho de Peniche, que será o que vai ficar pior a nível de cuidados médicos e hospitalares