O mercado semanal das Caldas reabriu na segunda-feira, com todas as medidas de segurança. Clientes e vendedores satisfeitos com a reabertura, mas notaram uma falta de clientes
A 8 de Junho, no regresso do tradicional mercado semanal de segunda-feira, nas Caldas, as entradas e saídas estavam definidas e os vendedores distanciados, com largos corredores de circulação entre as bancas. Foi uma reabertura calma, com menos gente e mais silêncio, depois de cerca de três meses encerrado.
Antes de entrar, o cliente tem o mapa do recinto (vedado), com indicação das zonas de entrada e saída, das casas de banho e até da zona de isolamento. Aí estão as regras de segurança para os clientes: desinfectem as mãos à entrada, não se aproximem das bancas, mantenham uma distância de segurança de dois metros, não toquem nos produtos e utilizem máscara.
Jorge Francisco, que é de Coimbra, mas que há mais de 20 anos que à segunda-feira vem à cidade vender árvores de fruto, disse à Gazeta das Caldas que tudo estava “bem pensado e organizado, com espaços amplos”.
“Não esperava ver tantos vendedores na reabertura e é uma pena não poder dizer o mesmo ao nível dos clientes”, queixou-se, antes de apregoar a uma cliente que olhava para as suas árvores. “Pode escolher senhora!”, diz-lhe, antes de voltar à conversa com a Gazeta. “Nota-se uma quebra muito grande face à situação antes da pandemia”, contou, acrescentando que com o encerramento dos mercados, algumas das suas plantas acabaram por se estragar.
Quem também nota menos clientes é Manuel Domingos, que vende roupa interior há mais de 15 anos. “Acho que está bem organizado, só precisamos de clientes. Temos muito espaço e devia ser assim em todo o lado”, elogiou, queixando-se, no entanto, da falta de alcatroamento do recinto. “No Inverno, com chuva, faz lama e com o vento uma peça cai na lama e lá se vai o nosso ganho”, fez notar. Essa ideia também foi defendida por Nuno Monteiro, que há uma década vende ali. “A organização está razoável, mas podiam medir a temperatura dos vendedores e alcatroar o recinto, criando ruas certas, com marcas”, sugeriu. “Em termos de negócio está fraco”, revelou.
António Ribeiro veio da Usseira à feira das Caldas para comprar umas botas. “Pelo caminho comprei também uma grelha para assar peixe”, contou animado. “O mercado está bem organizado, faltam é clientes, mas isso vai aos poucos”, analisou, recordando os tempos em que este mercado se realizava noutras zonas da cidade. Já Manuel Sábio, de Salir de Matos, veio pela curiosidade. “Vi que estava aqui a feira, então parei”, disse. “Acho que está bem, mas deveria ter mais entradas”, fez notar.