Na Estufa do Parque aprende-se a lidar com plantas e com bichos

0
46

Conhecer plantas e animais e até construir “cidades” para minhocas foram algumas das iniciativas que tiveram lugar na Estufa

Há no parque D. Carlos I uma estufa onde a artista plástica Sandra Roda desenvolve atividades com os mais novos. Crianças com idades entre os sete e os 10 anos conheceram plantas, bichos e de que forma se usa a terra, e até passaram a conhecer melhor as espécies que são posteriormente plantadas por todo o parque.
Aos participantes pediu-se que imaginassem e criassem a partir do que o espaço tinha para oferecer.
“A ideia não foi impor, mas dar ferramentas para uma cidadania ambiental informada e ativa, promovendo a curiosidade e dando instrumentos para que possam continuar a aprender no dia a dia e de forma independente”, disse a coordenadora.
Sandra Roda ensinou os petizes a identificar plantas recorrendo a apps e a livros, descobrindo também as suas potencialidades curativas ou alimentares. Também criaram ninhos para pássaros, cidades para minhocas, barcos de casca de árvores para o pequeno lago e uma tenda improvisada para a hora do lanche. “A estufa é um espaço de liberdade onde a criatividade é bem vinda”, resumiu a artista. Mafalda Cardoso foi uma das participantes e o que mais gostou foi da pintura com as tintas naturais.
Simone Pessoa, de sete anos, é de Óbidos. Também adorou pintar e considera a hipótese de voltar à oficina da natureza. Martim Fonseca, de oito anos, deu a conhecer como se fez tinta com as diferentes tonalidades da terra. “Juntamos também cola, feita com farinha”, referiu o participante que o que mais gostou foi ter construído ninhos para pássaros. A caldense Laura Andrade diz que “gostou de tudo” e salientou a construção da tenda exterior onde lanchavam.
“Tenho uma relação emocional com este espaço e pretendo devolver-lhe a dignidade que merece”, referiu a autora que, em 2018, se interessou pelo tema da Estufa, tendo encontrado documentação referente a uma outra estufa. Na memória do antigo jardineiro Tobias Ventura -que Sandra Roda entrevistou-, “a estufa era uma casinha muito bonita que foi desmontada para dar lugar à estátua de Ramalho Ortigão em 1961”, contou a artista, acrescentando que esta ficava entre a Casa dos Barcos e o Museu Malhoa.
Hoje a Estufa fica junto à Parada mas precisa de ser renovada. Sandra Roda, no próximo dia 23 de setembro, fará nova ação, integrada nas Jornadas Europeias do Património. Em conjunto com a União de freguesias N. S. do Pópulo, Coto e S. Gregório, a autora realizará uma conversa guiada à Estufa e coordenará uma oficina Eco Ativista no mesmo espaço. ■