Apesar de muitas vezes passarem despercebidos, os nadadores salvadores são uma peça fundamental na segurança das praias portuguesas. A praia da Foz do Arelho não é excepção e desde o dia 16 de Junho que podemos aproveitar o sol com a garantia de maior segurança.
Com um horário de trabalho de dez horas, os nadadores salvadores começam o seu dia com a montagem do seu posto e a colocação da bandeira por volta das 10h00. Ao longo do dia vão vigiando a praia dentro ou fora de água de modo a garantir a segurança de todos os banhistas.
As bandeiras verde e amarela têm sido uma constante na praia do mar da Foz do Arelho na actual época balnear, ao contrário do que é mais habitual, que são as bandeiras amarela e vermelha.
Curiosamente, no mês de Julho a bandeira verde ondulou muito mais do que é habitual na praia da Foz do Arelho mar. Mas em Agosto voltou ao amarelo e vermelho.
Este ano são também visíveis em todas as praias portuguesas bandeiras listadas, de cor vermelha e amarela, que na Foz do Arelho já são colocadas há três anos e que delimitam a zona onde se pode tomar banho. “Muitas pessoas não conheciam esta bandeira porque era pouco divulgada, mas como este ano foi bastante promovida pela comunicação social, os banhistas começam a ter um maior conhecimento. Mesmo assim nós advertimos as pessoas e com o tempo vão sabendo qual é a zona de banhos”, acrescentou Pedro Serrenho. Uma zona de banho que é, para muitos nadadores, demasiado estreita tendo em conta a dimensão da praia.
Na sua actividade, os nadadores salvadores queixam-se de situações difíceis de controlar, como é o caso da entrada de cães na praia, algo que é proibido e que acaba por os obrigar a alertar os banhistas. No caso da praia da lagoa, há também o problema dos banhistas que indevidamente vão para o velho cais pois este não se encontra em boas condições e, apesar de também existir sinalização que informa as pessoas destes perigos, por vezes é necessário que os nadadores-salvadores intervenham para não haver um mal maior.
A praia da lagoa, apesar de não ter ondulação, está sujeita às correntes devido aos movimentos das marés, que às vezes arrastam os banhistas. E aí os nadadores salvadores têm de entrar em acção. Tal situação já ocorreu nesta época balnear: num dia em que a maré estava a encher na lagoa, duas senhoras foram arrastadas pela corrente, que nessa altura era muito forte, para um fundão abaixo do cais, tendo de ser retiradas pelos nadadores-salvadores.
Melissa Vieira, nadadora salvadora nesta praia, contou à Gazeta das Caldas que diariamente têm diversos pedidos de ajuda “por parte de pessoas com mobilidade reduzida ou que se deslocam de cadeira de rodas, que muitas vezes vêm até nós perguntar se temos o “tiralô”, que é uma cadeira própria para essas pessoas irem à água. Por vezes também nos pedem ajuda por causa de picadas dos peixes aranha”.
No mar é possível observar diariamente banhistas a praticar surf. Para o nadador salvador, Pedro Serrenho, os surfistas tanto podem ser um problema como uma boa ajuda. No caso de serem pessoas de fora, turistas estrangeiros ou nacionais, acabam por ser um problema porque, como não conhecem o mar da Foz e não sabem como trabalha a zona de banhos pode tornar-se algo bastante perigoso para estes. No que toca aos surfistas já conhecidos pelos nadadores salvadores e que frequentam regularmente esta praia podem tornar-se uma excelente ajuda no caso de verem alguma situação mais complicada dentro de água, como por exemplo alguém a ser arrastado pela corrente, muitas vezes são os primeiros a ajudar os banhistas.
Com o mau tempo que se fez sentir na região no mês de Julho, as pessoas foram menos à praia. No entanto, os nadadores salvadores têm de se manter no seu posto todo o dia. “Às vezes é bom porque é como se fosse uma folga, dá para descansar um bocadinho… mas outras vezes torna-se chato porque são dez horas que nós passamos aqui e parece que o tempo não passa, visto que não há muita coisa para fazer, não temos pessoas para vigiar, não temos pessoas para conversar…”, confessou Melissa Vieira.
No que toca às diferenças entre vigiar a praia da lagoa e a praia do mar, Pedro Pereira, que presta serviço na praia do mar e na da lagoa, diz que no mar a atenção dos nadadores-salvadores tem de ser redobrada a fim de manter as pessoas sempre em zona segura. “Aqui na lagoa os banhistas podem estar sempre mais à vontade, tal como nós”, acrescentou.
Este ano, a praia da Foz do Arelho dispõe de mais equipamentos, nomeadamente uma moto 4, que permite, em caso de alguma ocorrência, uma mais rápida actuação por parte dos nadadores salvadores.
Com a chegada das 20h00 estes guardiões das praias retiram a bandeira e arrumam o posto, deixando assim a praia da Foz do Arelho sem vigia.
S.J.