Até o tempo ajudou para que a 7ª edição do Oeste Lusitano corresse de feição, com o primeiro fim-de-semana de Maio com sabor a Verão nas Caldas da Rainha a convidar a uma visita ao Parque D. Carlos I. Durante os três dias (de 4 a 6 de Maio) milhares de pessoas passaram pelo certame para apreciar os exemplares de puro sangue Lusitano dos criadores do Oeste, os espectáculos equestres e toda a animação complementar. A maior afluência aconteceu no domingo e teve grande impacto também na restauração caldense, com muitos estabelecimentos lotados à hora de almoço.
Não houve grandes novidades ao nível da programação, mas foi um Oeste Lusitano diferente dos anteriores, sobretudo na disposição dos diversos espaços ao longo de todo o Parque D. Carlos I. Esta foi uma aposta ganha, uma vez que permitiu que os visitantes se dispersassem mais por todo o recinto, sem constrangimentos à circulação.
Se nas primeiras seis edições os diversos focos estavam concentrados na zona principal, em redor do lago, este ano a organização optou por distribuir mais os pontos de interesse por toda a feira.
Por exemplo, o palco onde actuaram diversas bandas caldenses e que antes ficava próximo dos Pavilhões do Parque, passou para o parque de merendas, conferindo àquela zona uma animação própria, mais roqueira, e diferente da vivida por exemplo junto ao picadeiro, onde a música era mais ligada ao mundo rural, como o fado.
Os diversos espaços tinham também uma ligação mais efectiva. Se em edições anteriores havia alguma quebra entre a zona principal do certame e o picadeiro dos saltos de obstáculos e das largadas de touros (que no ano passado voltaram ao parque depois de uma incursão pela Praça de Touros), este ano houve uma linha mais contínua que mantinha o interesse dos visitantes em perceber o que ainda podiam encontrar. Isso foi conseguido com a criação de uma zona onde as escolas tinham espaços de jogos tradicionais, uma zona infantil com insufláveis, e outra de street food antes de chegar ao parque de merendas, onde estavam os restaurantes e também com o picadeiro do concurso de obstáculos.
“Tínhamos receio se as pessoas estariam disponíveis para andar mais, mas isto fez com que o certame resultasse melhor. O distender da festa fez com que as pessoas tivessem mais espaço para conviver com as famílias e uma escolha maior em relação ao que queriam fazer”, realçou Jorge Sobral, presidente da Associação de Criadores de Puro Sangue Lusitano do Oeste, entidade organizadora do Oeste Lusitano.
ESPECTÁCULOS EQUESTRES SÃO O EX-LIBRIS
O Oeste Lusitano é uma feira dedicada ao cavalo, mas que envolve toda a comunidade caldense. Escolas, colectividades, empresas, artesãos e artistas dão uma envolvência forte ao evento e todas têm o seu espaço, não só físico, como na própria dinâmica do certame.
Um dos grandes palcos de variedades foi a zona do artesanato, em frente ao Museu Malhoa. As bancas dispostas funcionaram como um anfiteatro animado de forma constante com espectáculos musicais, de dança, ou de actividades físicas.
A diversidade é mesmo a palavra de ordem. Noutras zonas foi também possível assistir a actuações tão díspares como as artes de rua, com andas e malabarismo, ou ranchos folclóricos.
Na zona mais distante do parque em relação ao picadeiro principal decorreram os concursos de saltos de obstáculos e, ao final da noite de sexta e sábado, a festa brava, com as largadas de touros.
A Avenida dos Plátanos, onde ficam as boxes com os poldros expostos, é sempre dos locais mais concorridos e apesar das placas a pedir para “por favor não tocar nos animais”, é quase impossível resistir a fazer uma festinha aos equídeos, tanto os mais novos como os mais velhos.
E à hora dos espectáculos principais, o local para onde quase todos convergem é o picadeiro principal. Equus é o nome dado ao espectáculo de sábado à noite. Para o conseguir ver em pleno é preciso rumar à bancada com pelo menos meia hora de antecedência. Quem chegou em cima da hora pouco mais conseguiu ter que um pequeno vislumbre. O Equus prometia e cumpriu, foi mais de uma hora de variedades com o cavalo como figura central, com uma mistura improvável de equitação, dança, música, fogo, luzes, cor e até acrobacia. Quem não estava no Parque teve oportunidade de assistir em directo na Internet pela transmissão garantida pelos alunos do curso de audiovisuais da escola Rafael Bordalo Pinheiro.
No domingo, especialmente à tarde, foi quando estiveram mais pessoas na feira. Muitos visitantes de fora garantiram à restauração, dentro e fora do recinto, trabalho de sobra. E quem chegou depois do almoço só com uma grande dose de sorte conseguiu estacionar perto.
Quando terminou o espectáculo de encerramento, ainda o sol ia alto e com um ambiente muito agradável, já os expositores desmontavam a feira e ainda o parque estava repleto de gente.
Foi isso que Jorge Sobral destacou à Gazeta das Caldas, findo o evento: “o ambiente fantástico criado à volta de uma coisa tão popular, mas tão fantástica que é o cavalo”.
O presidente da ACPSLO salientou que a associação não ganha nada com o evento, pelo contrário. “Há pessoas que tiram férias e outras que perdem dias de trabalho para que o Oeste Lusitano seja possível”, sublinhou. Pelo que sentir que a região gosta e que o evento está a entrar no calendário nacional é o que mais recompensa a associação.
“A feira esteve carregada de pessoas e, pelo que me dizem, a cidade também estava. Se o certame contribuiu para isso, ficamos muito felizes. Esta festa tem como grande parceiro a Câmara das Caldas, mas o retorno que o concelho tem é muito grande e é isso que nos move”, concluiu.