Nova Escola Rafael Bordalo Pinheiro sem dinheiro para pagar as novas facturas da energia eléctrica

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“Temos um grave problema com o consumo de água e de electricidade”, diz o director da recentemente remodelada Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro.
“Estamos a tentar consumir menos, não acendo algumas luzes e nunca utilizámos ar condicionado ou aquecimento. Não o ligo porque não temos dinheiro para pagar”, revelou António Veiga à Gazeta das Caldas.
Tendo em conta que a factura da energia eléctrica iria passar para mais do dobro do que antes da modernização, foi pedido um reforço financeiro ao Ministério da Educação, mas ainda não houve resposta.
“O investimento foi feito na base de que seriam instalados cerca de 200 metros de painéis fotovoltaicos e não foi colocado nenhum. Se eles tivessem sido colocados teríamos uma escola de muito conforto, com menos gastos e até poderíamos vender electricidade”, lamentou António Veiga.
O director questionou a Parque Escolar que terá informado que “nesta fase da obra não iriam colocar os painéis”, o que faz com já não acredite que estes venham a ser instalados.
Por outro lado, “a obra ainda não foi entregue porque há vários pequenos problemas que estão a travar esse processo. Os espaços exteriores não estão em condições e no interior ainda existem pequenas coisas a resolver ”, adiantou também o responsável.
Embora esteja muito satisfeito com a “nova” escola e se sinta privilegiado, António Veiga gostaria que a direcção da escola tivesse sido ouvida na elaboração do projecto.
“Há algumas opções de arquitectura que poderiam ter sido outras, nomeadamente ter salas maiores, acessos e maior exposição à luz solar, evitando gastos em electricidade”, disse.
A Escola Secundária Rafael Bordalo Pinheiro tem este ano lectivo 960 alunos, um nome considerado apropriado para a sua capacidade.
Na escola foram investidos cerca de 10 milhões de euros, numa remodelação que a transformou numa das melhores ao nível da Europa, mas agora não há verba para utilizá-la a 100%.
A intervenção foi da responsabilidade da empresa Parque Escolar, no âmbito do Programa de Modernização das Escolas com Ensino Secundário, lançado em 2007.
A Parque Escolar tem estado recentemente a ser alvo de diversas notícias, na sequência de uma auditoria do Tribunal de Contas (TC) que aponta para várias irregularidades nos investimentos realizados.
O TC considera que o esforço financeiro pedido às escolas é “incomportável” e critica o facto dos custos das obras terem sempre aumentado à medida que o programa ia avançando.

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Pedro Antunes
pantunes@gazetadascaldas.pt

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