Oeste, Lezíria e Médio Tejo vão contar com o apoio dos eurodeputados socialistas.
A eurodeputada Margarida Marques (eleita pelo PS em 2019) garantiu que a sua família política no Parlamento Europeu “vai inequivocamente apoiar” a decisão da criação de uma nova NUT II composta pela região Oeste, pela Lezíria e pelo Médio Tejo. “Do ponto de vista pragmático, de eficácia, é uma boa decisão”, afirmou a socialista, referindo que “no imediato é vantajosa, porque leva a que a região, ficando fora da NUT Lisboa, aceda de uma forma mais favorável aos fundos comunitários”.
A eurodeputada frisou, no entanto, que, do ponto de vista da organização territorial tem “uma visão de regiões mais alargadas”. “Mas considero que do ponto de vista estritamente acesso aos fundos comunitários a região tem vantagem” e percebe “que neste contexto a visão pragmática seja a que se impõe”. “Não sinto que haja uma derrota nessa matéria”, ressalvou, acrescentando que “há uma coisa muito importante, Berlim fez o mesmo”, porque toda a periferia estava incluída na região de Berlim e havia uma zona altamente desfavorecida que não beneficiava do acesso aos fundos estruturais nas mesmas condições. Esse é um facto e um exemplo que poderá ter peso nas ambições da região Oeste. “Berlim não é indiferente”, notou.
O processo já foi aprovado a nível nacional e seguirá em breve para decisão junto das instituições europeias.
Margarida Marques sente que dada a situação atual, os oestinos têm “razões de queixa” e salienta que se nesta região existe esta pretensão, encontra-se aqui “a última oportunidade” para a realizar.
Aos jornalistas, a eurodeputada salientou o “imenso potencial” e a “diversidade de recursos extraordinária” da região Oeste.
Já Ricardo Fernandes, presidente da Câmara do Bombarral, que integrava a comitiva de autarcas convidados pela eurodeputada para conhecerem a capital da Europa, referiu que a NUT II “é um objetivo que temos há muitos anos”.
O autarca sente que a dicotomia existente atualmente, em que em termos territoriais e administrativos a região Oeste pertence à CCDR Lisboa e Vale do Tejo, mas que a nível da obtenção de fundos comunitários pertence à CCDR Centro, “não é muito útil”.
O autarca não tem dúvidas de que, “para os municípios, vai ser muito mais ágil e é muito mais lógico” a criação de uma nova NUT II do que a situação atual. Assim, refere o presidente da Câmara do Bombarral, “não andamos quase a mendigar noutro lado onde não pertencemos em termos territoriais e administrativos”.