A tradição cumpriu-se por mais um ano e a tradicional Feira do 15 de Agosto voltou a realizar-se, embora sem a popularidade de outros tempos. À semelhança do ano anterior, o certame prolongou-se por quatro dias, entre 14 e 17 de Agosto, contando com a presença de cerca de 150 feirantes. Apesar das boas condições climatéricas e dos muitos visitantes que a feira recebeu durante o passado sábado, os vendedores mostraram-se desanimados com as vendas, que parecem decair todos os anos.
No dia 15 de Agosto, às 22h00, ainda eram muitas as pessoas acabadas de chegar ao recinto. Num rápido passar de olhos pelas bancas, iluminadas àquela hora, puderam encontrar vestuário e calçado (incluindo imitações de marcas internacionais) artigos para casa, acessórios, flores, produtos de limpeza e de bricolage. Se alguns feirantes pareciam pouco motivados, outros mostravam-se empenhados em chamar pelos clientes: “Abra o olho, tudo a 1 euro”, ouvia-se.
A banca de Nuno Monteiro, presente na Feira do 15 de Agosto há muitos anos, vende roupa de casa, maioritariamente lençóis e toalhas. “Este ano está fraco, estão bastantes pessoas, mas poucos compram, além de que há espaços vazios porque há menos feirantes que há uns anos atrás”, afirmou o comerciante de 39 anos, que paga cerca de 200 euros pelo seu espaço no recinto. Questionado sobre o apoio dado pela Câmara, ao nível da limpeza e higiene, com a disponibilização de três módulos de WC e um duche, Nuno Monteiro reconhece as alterações, “que já deviam ter sido aplicadas há muito tempo, pois asseguram as condições básicas dos feirantes”.
As rulotes de farturas, churros, algodão doce e comida fast-food, presença habitual no certame, não faltaram para satisfazer os mais gulosos, enquanto o espaço das atracções tornou a ficar aquém daquilo que se espera de uma feira popular, embora tenha revelado alguns melhoramentos face à edição de 2014.
AS DIVERSÕES
Mara Lima, caldense de 14 anos, acaba de sair de uma diversão e ainda está meio atordoada. Trata-se de uma roda que atinge altas velocidades, onde os assentos giram em vários sentidos, uma atracção “assustadora, mas no bom sentido”, revela a adolescente, que costuma visitar a feira, especialmente as atracções.
Lisandra Mimoso, de 31 anos, por outro lado, veio com os dois filhos pequenos e já se encontra perto dos três carrosséis, indicados para o público infantil. “Aquilo que mais nos atrai são os carrosséis, mas também aproveito a feira para comprar alguma coisinha, casacos, ou roupa de casa”, conta.
Além destas atracções, os carrinhos de choque, tanto para crianças como para adultos, também animaram os visitantes, mas faltou o Kanguru, uma das diversões mais apreciadas pelos mais velhos e que, noutros anos, chegou a ter um lugar na feira.
Na rulote da Churreria Lorador, Bernardo Reis, 20 anos, frita a massa das farturas ao mesmo tempo que conversa com a Gazeta das Caldas. “A minha sugestão era que a feira durasse mais tempo, não apenas um dia ou três, mas sim uma semana ou mais, como noutras cidades do país”, isto claro, “se houvesse publicidade, o que não acontece”.
Na verdade, ano após ano, a escassa publicidade é apontada como um dos principais factores que contribui para a fraca adesão à feira, que só é considerável no dia 15 de Agosto, mas não cumpre as expectativas nos restantes dias. Na página do Facebook do Município das Caldas, por exemplo, não existiu qualquer tipo de divulgação alusiva ao evento durante os dias 14 e 17, ao contrário da Expotur ou da festa “Remember the 80’s & 90’s” (Foz do Arelho), acontecimentos que decorreram no mesmo período e mereceram destaque na respectiva página.
Maria Beatriz Raposo
mbraposo@gazetadascaldas.pt































Recordo-me de as feiras serem um acontecimento, em que toda a gente sentia um prazer enorme em ir. Eu moro na Freguesia de Vidais. Os transportes públicos nesses dias não tinham horário, estavam continuadamente a transportar pessoas. Tanto na ida como na vinda para casa. Quando havia a Feira do gado era um espectáculo, haviam agricultores que se deslocavam hás Feiras para comprar juntas de gado e esse gado era para fazer o que hoje fazem os tractores, transportar as uvas das vinhas para os lagares, o trigo para as eiras etc, para ser debulhado. As Feiras eram diferentes de Concelho para Concelho. Estamos a falar da feira das Caldas, mas também quero deixar umas palavras sobre a Feira da cebola que é a Feira de Rio Maior em que os agricultores iam vender as cebolas directamente ao publico. Vendiam toneladas de cebola, esta Feira ainda existe mas já não se compara ao que era.