Deixou de se realizar em 2013, altura em que a nova direcção, liderada por Paulo Agostinho, entendeu que aquele concurso não se enquadrava na estratégia para promoção do tecido empresarial. Agora a ACCCRO aposta na Tronchuda e no pastel Bordallo para a área da gastronomia.
O Concurso de Gastronomia das Caldas da Rainha e Óbidos foi lançado em 1996 com o intuito de “mostrar e incentivar a dinâmica empresarial dos hoteleiros ligados à restauração, bem como as potencialidades e o bom gosto dos mesmos”, referia então a ACCCRO na apresentação do projecto.
Além da vertente de concurso, a associação comercial pretendia igualmente desenvolver e potenciar a atracção turística dos dois concelhos, mostrando todas as características da gastronomia da região.
A refeição a concurso era escolhida por cada restaurante participante, devendo incluir entrada ou sopa, pão, prato, vinho aconselhado, sobremesas e café. De acordo com o regulamento, os vinhos sugeridos deveriam ser preferencialmente da zona Oeste.
Os restaurantes “Sabores de Itália” e “Convívio” foram os vencedores da primeira edição, que contou com a participação de 36 restaurantes dos dois concelhos.
O presidente da ACCCRO da altura, Amador Fernandes, destacou o número significativo de clientes a visitarem os restaurantes participantes e a saborearem os respectivos pratos, “tornando-se em alguns casos clientes assíduos”, refere a Gazeta das Caldas.
O concurso teria continuidade por mais 15 edições, terminando em 2012. Nesse último ano participaram 16 restaurantes que apresentaram ementas completas de gastronomia tradicional ou cozinha internacional, entre eles rojoada de porco preto, osso buco em palete de cores, duo de enguias da lagoa sobre migas de lingueirão com aroma de coentros, lombinhos de porco confitados com castanhas e boletos, arroz de tamboril, entre outros.
A ACCCRO lançou um guia do concurso, onde constam todas as ementas, assim como um roteiro noturno com vários bares e pubs da região, bem como informação turística sobre os concelhos de Caldas da Rainha e Óbidos, com cupões de desconto e ofertas.
Projecto pensado de raiz com o tecido empresarial
Em 2013 a nova direcção, liderada por Paulo Agostinho, deixou cair o evento. De acordo com o dirigente, os concursos não se enquadram na estratégia que definiram para a promoção do tecido empresarial. “Os concursos de gastronomia caíram em desuso, são aliás poucos os que ainda se realizam a nível local, existindo alguns com dimensão nacional”, explica Paulo Agostinho, acrescentando que este já não tinha dimensão (considerando o reduzido número de participantes) e que não se justificava o elevado investimento e esforço realizado.
Para a área da gastronomia e da doçaria foram então desenvolvidos dois projectos: a Tronchuda e o pastel Bordallo. A Tronchuda é apresentada por Paulo Agostinho como uma iguaria pensada de raiz com o tecido empresarial da gastronomia e que fez realçar a criatividade, competência, saber e capacidade de inovação dos chefes caldenses e a excelência dos produtos da zona, conseguindo assim promover a gastronomia e os produtos locais. Este produto gastronómico tem por base a couve tronchuda e apresenta a imagem de uma trouxa, tudo o resto é resultado da criatividade dos chefes que a confeccionam. A primeira mostra gastronómica decorreu entre 7 e 20 de Maio e contou com a participação de 26 restaurantes.
Paulo Agostinho destaca que mostras gastronómicas, como é o caso da Tronchuda, é algo muito em voga por todo o pais e com bastante sucesso porque consegue promover e potenciar o que melhor se faz e produz localmente. Este responsável salienta ainda que basta comparar o número de participantes neste novo projecto – 26 restaurantes – para verificar que teve uma adesão três vezes superior ao último concurso de gastronomia. Isto mostra que o tecido empresarial “adere com mais facilidade aos novos conceitos de eventos promocionais do que aos concursos”, remata.
Vendidos 120 mil pastéis em menos de um ano
Já o pastel Bordallo, feito de grão de bico, queijo fresco (metade de leite de cabra e metade de vaca), canela, limão e açúcar, e cada um com 35 gramas e 126 quilocalorias, tem sido um sucesso desde que foi apresentado, na última Feira dos Frutos. O bolo foi criado pelo chefe pasteleiro do Beco do Forno, Paulo Santos, em conjunto com Luís Tavares, da Fábrica Paris. Pedro Maia, da Gracal, foi o autor da concepção da embalagem, que foi depois desenhada pela designer Maria João Botas, que se baseou nos azulejos de Bordallo Pinheiro. A caldense venceu o concurso de embalagem promovido pela ACCCRO a nível nacional.
Em menos de um ano de vida do produto já foram vendidas mais de 20 mil caixas, o que equivale a mais de 120 mil pastéis já produzidos. “Estamos ainda a desenvolver um outro projecto que vai envolver a gastronomia e a doçaria e que será apresentado em 2019”, disse o responsável, sem revelar do que se trata.
Paulo Agostinho lembra também que a ACCCRO deixou de realizar o concurso das Montras. Para promover a área do comércio de cidade lançaram o evento “FBC 18 – Flower Bike City” (bicicletas decoradas com flores ou outro objectos). Participaram na iniciativa este ano mais de 150 empresas, com um total de cerca de 200 bicicletas expostas e que “conseguiu de novo apelar a atenção para as montras e lojas do comercio de cidade”, refere o responsável, fazendo notar que muitas lojas ainda mantêm as suas bicicletas decoradas expostas.