O Novo Hospital do Oeste vai ser construído no Bombarral

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A localização foi confirmada pelo ministro da Saúde, Manuel Pizarro, numa reunião com todos os autarcas na sede da OesteCIM, nas Caldas

Os terrenos da Quinta do Falcão, no Bombarral, irão acolher o novo Hospital do Oeste, um equipamento que terá cerca de 480 camas, e praticamente todas as especialidades médicas. A informação foi dada aos jornalistas, ao final da manhã de terça-feira (27 de junho), pelo ministro da Saúde, depois de uma reunião de mais de três horas com os autarcas do Oeste. “Não há dúvida que a população do Oeste merece um hospital muito mais diferenciado e de maior dimensão, além de ser um hospital mais moderno e bem equipado”, disse o governante, defendendo a centralidade da solução escolhida.
Manuel Pizarro disse ainda que houve um “acordo muito significativo, embora não unânime”, relativamente à localização escolhida, destacando a acessibilidade rodoviária e a menos de quatro minutos de uma estação de caminhos de ferro. Este foi também de encontro ao parecer do grupo de trabalho, liderado pela antiga ministra Ana Jorge, que “fez uma avaliação muito exaustiva”. Nesta matéria também teve peso o facto de se tratar de um terreno de cerca de 50 hectares, propriedade da Câmara do Bombarral, que “virá para o ministério da Saúde sem nenhum encargo financeiro”, concretizou.
A decisão não foi apoiada pelos autarcas das Caldas e de Óbidos, que defendiam uma localização alternativa em terrenos dos dois concelhos.
Definida a localização e a tipologia do hospital, o passo seguinte será estudar o modelo de financiamento, que poderá passar por um sistema de parceria público-privada para a construção e manutenção futura do hospital ou por uma solução baseada no Orçamento de Estado. Esse estudo deverá estar concluído em Outubro, altura em que o governante pretende voltar, para anunciar o lançamento do concurso e do projeto.
Na hipótese mais otimista o hospital começará a ser construído em cinco anos. Até lá, Manuel Pizarro garante que haverá investimento na melhoria das unidades hospitalares das Caldas e de Torres Vedras e constituir um grupo, com o envolvimento dos municípios, para dar uma utilização futura aqueles equipamentos. “A nossa ideia é que nesses dois espaços continuem a haver serviços de proximidade, meios complementares de diagnóstico e terapêutica, serviços de medicina física e reabilitação, e desenvolver-se-ão novas respostas, como os cuidados continuados, que tão necessários são”, disse.

Reações dos autarcas
“Hoje é um grande dia para o Oeste”, começou por dizer o presidente da Câmara do Bombarral, Ricardo Fernandes, referindo-se ao anúncio feito pelo ministro. O autarca garante que estão “preparados para trabalhar com o ministério da Saúde para que se construa este hospital o mais rapidamente possível” e lembrou que o plano estratégico do concelho, apresentado no dia anterior, já prevê a criação de diversos equipamentos que poderão apoiar o hospital.
O desânimo era visível em Vítor Marques, presidente da Câmara das Caldas, que viu preterida a proposta de localização entre Caldas e Óbidos, embora continuar a acreditar que “é a melhor”. “O que elencámos no parecer técnico levaria, de certeza, a uma decisão diferente, mas não foi essa a forma como o ministro e as entidades que acompanharam este trabalho, viram”, lamentou. O autarca caldense considera que “a régua e esquadro não é a melhor forma de decidir um equipamento que custa mais de 250 milhões ao Estado”. E, embora a decisão esteja já tomada, o autarca garante que não se irão resignar.
O seu homólogo de Óbidos, Filipe Daniel, já espera este desfecho, pois foi-lhes dito que se tratava de uma decisão política, e que acredita que já estaria tomada há muito tempo. “Mostrámos um conjunto de argumentos que ao que parece, não foram considerados, como a questão da ferrovia. Também em relação ao terreno, o nosso é maior e completamente plano, estava com maturidade no PDM para essa finalidade”, exemplifica.
Para Filipe Daniel importante agora é que a obra seja feita o mais depressa possível, lembrando que a decisão foi sempre do poder central.
Ao final da tarde, a presidência da Câmara das Caldas emitiu um comunicado onde manifesta uma “profunda discordância” da decisão anunciada, tanto quanto à forma como foi comunicada como quanto ao conteúdo apresentado. Refere ainda que o presidente da Câmara já “encetou diligências junto das várias forças políticas e órgãos autárquicos, no sentido de apreciar coletivamente os elementos disponíveis”. Garante que irá manter informada a população e apela a todos para que “continuem unidos” na defesa do novo hospital nas Caldas.

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PSD lamenta decisão
O PSD caldense já reagiu, lamentando a decisão da tutela, com a qual discorda por “ser contrária aos interesses dos caldenses e da esmagadora maioria dos oestinos”.Considera que fica “no ar a ideia de ser mais motivada por interesses ligados ao partido político que suporta o atual governo, do que pelo interesse coletivo das populações e que, ao ser feito nas Caldas, o anúncio é, “em si mesmo, uma afronta à maior cidade do Oeste”. Critica ainda a atitude que “demonstra desprezo pelo poder local caldense” e pede união para poderem “reverter esta má decisão”.
Também a JSD caldense já emitiu um comunicado onde refere que são colocados os “interesses partidários acima das necessidades da nossa população” e lamenta que o presidente da Câmara não tenha conseguido exercer “influência política efetiva” para garantir a construção do hospital nas Caldas.
Esta juventude partidária aponta o dedo ao PS e ao presidente da Câmara, a quem exigem o assumir de responsabilidades e a “correção desta decisão prejudicial”. ■

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