Óbidos com programa para tornar as pessoas mais saudáveis e activas

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Gazeta das Caldas
Margarida Reis é a vereadora com o novo pleouro de Saúde e Bem-Estar
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Melhorar a qualidade de vida dos munícipes de Óbidos é o objectivo do novo [e inédito] pelouro de Saúde e Bem-estar criado na autarquia e que é liderado pela vereadora Margarida Reis.
Nesta quadra natalícia a aposta vai para as caminhadas e actividades na Lagoa de Óbidos. No próximo ano começará a rodar pelo concelho uma unidade móvel e será criada a Academia Sénior de Saúde e Bem-Estar.

Gazeta das Caldas
O Pai Natal andou pela Lagoa no passado fim-de-semana a sensibilizar para a prática desportiva

Um Pai Natal em cima de uma prancha a fazer paddle ou numa canoa não é comum, mas aconteceu no passado fim-de-semana na Lagoa de Óbidos. O “senhor das barbas brancas” foi um dos intervenientes nas actividades do “Natal + Ativo” que pretendeu assinalar a quadra de forma activa nas piscinas municipais e na Lagoa.
O aproveitamento da Lagoa de Óbidos, e também o Rio Arnóia, para a prática desportiva e de lazer terá continuidade durante o ano, com a realização de diversos desportos aquáticos, como paddle e canoagem, assim como os passeios pedestres nas suas margens.
A autarquia está a trabalhar no sentido de trazer uma etapa de surf adaptado para a zona costeira do concelho. “Acho que era uma mais valia para dar a conhecer a modalidade e dizer que toda a gente tem possibilidade de praticar um desporto adaptado”, disse a vereadora Margarida Reis à Gazeta das Caldas.
Estas iniciativas estão incluídas no pelouro da Saúde e Bem-estar, criado neste mandato e que pretende melhorar a qualidade de vida dos munícipes de Óbidos. Este inclui um programa abrangente, “que procura servir todas as gerações e envolver várias áreas como a educação, o desporto, o lazer, o turismo e a economia”, explica a autarca.
Está a ser criado o Gabinete “Óbidos + Ativo”, que pretende oferecer vários serviços, com diversos profissionais, em áreas como a psicologia, a nutrição e a actividade física. Entre a oferta disponibilizada estão as consultas a grávidas, o aconselhamento da prática de exercício físico em função da obesidade e apoio a jovens. Também incluído no programa está o funcionamento de uma unidade móvel pelo concelho. O veículo, que já foi adquirido pela autarquia e que deverá começar a percorrer as várias localidades na Primavera, contará com a presença de psicólogo, nutricionista, enfermeiro e um veterinário. Margarida Reis explica que a ideia é que a unidade móvel pare num local, no meio da povoação, e que os técnicos possam falar sobre um determinado assunto que seja pertinente para a população ou, por exemplo, apresentarem uma receita.
A autarca reconhece que há muitos problemas escondidos, nomeadamente ao nível da saúde mental e comportamental, e diz que querem chegar até eles, de forma a contribuir para a sua resolução. A isto acresce o facto de Óbidos ser um concelho rural e disperso, em que embora haja acessos, nem toda a gente tem a mobilidade que seria desejável. 

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2 COMENTÁRIOS

  1. Para quando as tão almejadas ciclovias a unir Caldas da Rainha e Óbidos e entre esta localidade e outras freguesias do mesmo concelho? As alterações climáticas, a curta distância e a alteração dos estilos de vida no sentido de se tornarem mais saudáveis, pressupõe uma vontade política firme nesta matéria que será o melhor legado que se pode deixar às futuras gerações. Investir na formação, saúde, desporto, estilos de vida saudáveis é o melhor investimento que se pode fazer na juventude e não só, e um dinheiro que nunca poderá ser usurpado por ninguém.

  2. Faz falta uma área de formação em Cidadania porque nunca é tarde para aprender que as leis e regras não existem para se embelezarem a si mesmas, mas para fomentar o “diálogo” democrático, esclarecido, sem complexos, aberto e do qual nasce a luz que ilumina as melhores soluções partilhadas. A avaliar, por exemplo, pela escassez de comentários na maioria das notícias do presente jornal, fica-se com uma ideia da ainda fraca participação e discussão pública de assuntos que interessam a todos. Seria um bom exemplo de “ginástica mental” usando de forma bem mais inteligente as redes sociais na Internet e um caminho possível para os mais velhos porem a render em prol da sociedade o seu saber e os mais jovens experimentarem seus talentos de escrita com ideias decerto inovadoras. Ou será que temos medo do debate à luz do dia? será que é preferível a murmuração pelas costas ou nas ruas e cafés? O pior que pode acontecer a uma sociedade é ficar estagnada na ilusão de uma “paz podre” em que a política é deixada só aos políticos e os cidadãos adotam a postura do politicamente correto, do que é tradição ou previsível e teimam em se esconder nas suas “grutas de conforto” de onde olham com desconfiança os que os rodeiam. É impossível superar atrasos sem agitar águas paradas. Os “saltos qualitativos” só são possíveis com uma grande dose de inconformismo, de desejo de mudança e esta nunca se fará sem fazer algum “barulho”( no sentido de algum “grito de Ipiranga”) ou será que está tudo bem? A política é feita diariamente por todos os cidadãos que dão a sua opinião nas instituições próprias e lugares reservados para o efeito, nos fóruns de opinião, nas caixas de comentários, nos livros de reclamações obrigatórios em diversos serviços, nos serviços de provedoria, nas administrações de condomínios, etc. E são esses que participam na construção da sociedade e não os lamentadores crónicos que não conseguem nunca reduzir a escrito o que pensam ou sentem. Há que não ter medo de dar uma opinião escrita mas que seja verdadeiramente esclarecida e fundamentada e , ainda que com liberdade de expressão, se saiba separar os “problemas” das “pessoas” e por isso não se injurie nem difame ninguém. É aí que se constrói a democracia e enquanto se participa ocupa-se tempo livre, desenvolve-se a assertividade e criatividade que também é um factor de bem estar. Reclamar, denunciar, queixar-se é de facto prestar um favor aos outros pois estamos a detetar erros e deficiências que resolvidas beneficiarão a vida de todos. Mas que se reclame nos locais próprios, criados pela democracia e de forma educada e correta. Óbidos é um concelho com características rurais. Grande parte dos seus jovens sairão inevitavelmente do seu concelho mais tarde ou mais cedo. Quando migrarem definitivamente para as cidades precisarão de estar munidos de competências em Cidadania pois a complexidade da vida urbana assim o exige. Não pode pensar que os problemas se resolverão à moda da sua aldeia, em que vigora o controlo social baseado no inter-conhecimento das vizinhanças que vivem de forma mais “orgânica” numa comunhão de interesses. Viver em cidades não é o mesmo que viver em aldeias e há que saber respeitar direitos e cumprir deveres que existem e regulamentam de forma mais rígida uma sociedade composta por diferentes estilos de vida todos eles respeitáveis e que eles próprios irão adotar certamente. Os jovens tem poucos hábitos de leitura e os mais idosos preferem a companhia, a diversão e a distração inserido num grupo para mitigar a solidão e isolamento. Incrementar os hábitos de leitura exige saber estar só mas muitos ainda desconhecem que o prazer da leitura pode superar o de “estar juntos”. De nada vale tentar combater a obesidade se apenas se oferece mais do mesmo. Por isso defendo mais ciclovias para que os mais jovens e não só, tenham incentivo à deslocação sem depender de transportes motorizados, dependência acentuada pelas características de povoamento disperso do concelho.