Obras da regeneração urbana vão avançar ainda em Fevereiro

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O Largo do Termal irá ser calcetado e o estacionamento condicionado às ambulâncias do hospital

As obras de regeneração na zona que compreende o Largo do Termal, Rainha, Praça da Fruta e ruas adjacentes e Loja do Turismo (eixo do comércio) deverão arrancar nas próximas semanas, ainda durante o mês de Fevereiro. A garantia foi dada à Gazeta das Caldas pelo vereador Hugo Oliveira, que já recebeu a aprovação do Tribunal de Contas ao contrato de financiamento ao Mais Centro, que permite dar início à empreitada.
A intervenção terá início no Largo do Termal, que irá ficar em calçada e terá apenas lugares de estacionamento para as ambulâncias que dão apoio ao Hospital Termal. A circulação dos automóveis será feita apenas no sentido da Rua Bordallo Pinheiro e Largo João de Deus, deixando de existir o “efeito de rotunda” como agora acontece.
Haverá também uma obra de subsolo, que consiste em ligar os esgotos que vêm da zona histórica à conduta que existe na Rua de Camões, desactivando a que actualmente passa por baixo da Casa da Cultura, no Parque.
A autarquia está também a avaliar começar já a obra da Praça da Fruta de modo a, “minimizar, ao máximo, a intervenção no período do Verão”, explicou o vereador, acrescentando que juntamente com o seu colega Tinta Ferreira, responsável pelo pelouro dos mercados, querem reunir com os vendedores para, em conjunto, estudar a melhor solução para a sua deslocalização temporária. Tinta Ferreira disse à Gazeta das Caldas que irá convocar a reunião para a próxima semana, após o Carnaval, para os ouvir sobre a deslocalização alternativa durante as obras.

A Câmara vai reunir com os vendedores da praça para combinar qual a localização alternativa durante o período de obras

De acordo com Hugo Oliveira “começar depois do Verão também não é solução porque depois não estaria pronta no período do Natal”. O prazo previsto para a intervenção é de seis meses, mas ficou a promessa de o tentar encurtar para reduzir os prejuízos ao mínimo.
O autarca realça que a intervenção da Praça tem sido alvo de bastante preocupação por parte da equipa que trabalha neste projecto, que já fez dois levantamentos do tabuleiro, um da sua forma original e outro de como está actualmente, com alguns desenhos refeitos.
Com a intervenção prevista, o tabuleiro será reposto com as “mesmas pedras e tendo em conta o desenho original”, explica o autarca, que destaca a simbologia que a praça tem para as Caldas.
A obra prevê também o rebaixamento da cota da estrada para que o tabuleiro fique mais elevado e os automóveis não possam subi-lo.
Hugo Oliveira está consciente que retirar o mercado daquela zona terá repercussões negativas para o comércio e garante que estão a tentar encontrar um lugar o mais próximo possível do centro para colocar a praça.
“Tentámos já vários espaços e não há áreas suficientes para o montar, nomeadamente na praça 5 de Outubro ou atrás do Chafariz das 5 Bicas”, disse o autarca, frisando que querem acordar com os vendedores a sua deslocalização. O autarca disse ainda que muitos vendedores sugeriram que o mercado passasse para o parque de estacionamento junto à OesteCIM.

LOJA DE TURISMO AO CIMO DA PRAÇA

O antigo edifício da PSP, situado ao cimo da Praça da Fruta será transformado na Loja do Turismo, um espaço  que deverá integrar uma loja com produtos regionais, um restaurante e um café, também de produtos regionais. Ali serão criadas casas de banho públicas para apoio aos vendedores da Praça da Fruta e ainda haverá uma zona para mostra de criações contemporâneas, nomeadamente de design industrial, joalharia, etc, com ateliers de trabalho.
No edifício contíguo ao Mercado do Peixe, onde actualmente são feitas algumas exposições do Atelier Arte e Expressão, será criado outro centro de divulgação e promoção dos produtos regionais, onde será desenvolvida a marca Caldas. O imóvel será demolido e reconstruído, estando prevista também a instalação naquele local de algumas associações e da equipa de trabalho da  regeneração urbana.
Depois segue-se a segunda fase da obra de regeneração, que compreende as ruas Coronel Soeiro de Brito e Duarte Pacheco, Rua Dr. Leão Azedo, parque subterrâneo da Praça 25 de Abril, Avenida 1º de Maio e a zona traseira ao tribunal.
De acordo com o vereador, inicialmente foi aprovado o projecto global, mas a Câmara teve que apresentar cada um dos projectos com as empreitadas respectivas ao Mais Centro a fim de poder obter o financiamento para cada um dos eixos.
Hugo Oliveira destaca ainda a preocupação que têm em perceber como vai funcionar a cidade enquanto decorrem as obras. “É preciso ter planos de segurança, de salvaguarda do comércio e de funcionamento da cidade, assim como de escapatória do transito das ruas que estão a ser alvo de intervenção”, concluiu.

Arte contemporânea e peças da Bordallo vão animar espaço público

“Caldas History District” dá nome ao projecto de animação para a zona histórica da cidade, que está a ser preparado por uma empresa caldense e que, em breve, será apresentado publicamente.
Os principais largos, como é o caso do Termal, João de Deus e D. Manuel I, irão ter expostas peças de arte contemporânea, que serão completadas com a história desse local, acessível através de um mecanismo electrónico.
“Vai haver um pedido à população para que se pronuncie sobre as histórias de cada um dos largos”, explica o vereador Hugo Oliveira.
O projecto de animação para a zona de estância termal é de cerca de 40 mil euros, financiados por uma candidatura ao PROVERE.
Estas peças terão ligação às da Bordalo Pinheiro, que serão colocadas na  zona mais nova da cidade, criando assim a rota bordaliana.
As figuras de movimento Zé Povinho, o polícia, o padre, o saloio e a saloia e as populares rãs, vespas, caracóis, sardões e andorinhas, com dimensões entre 1,4 e 1,8 metros serão colocadas em vários pontos da cidade, entre eles junto à Praça da Fruta, no Largo da Rainha, na estação ferroviária, Rua Leão Azedo e Avenida da Independência Nacional. “No fundo, irá ser criada uma rota bordaliana entre a estação da CP e a fábrica”, afirmou Carlos Elias, responsável pelo sector comercial das Faianças Bordallo Pinheiro, dando nota que Bordallo Pinheiro foi um dos impulsionadores da linha férrea para as Caldas.
Com esta produção a empresa irá receber cerca de 100 mil euros.

PS fala em “orientação urbanística errada”
A empreitada “Caldas Comércio e Cidade – Área 2 – Eixo Serviços”, que deverá ter início ainda durante o mês de Fevereiro, foi adjudicada ao consórcio formado pelas empresas Mário Pereira Cartaxo Lda. e Constradas, Estradas e Construção Civil SA, pelo valor de 1,24 milhões de euros. Esta deliberação foi tomada em sessão de Câmara por maioria, com os votos favoráveis do PSD e CDS-PP e a abstenção do PS.
Os vereadores socialistas Delfim Azevedo e Rui Correia consideram que este plano resulta de uma “orientação urbanística errada” que, entre outras anomalias, exclui “sem justificação credível e devidamente fundamentada toda a freguesia de Sto Onofre”. Os autarcas referem ainda, na sua declaração de voto, que não podem aprovar os procedimentos referentes à concretização de um projecto feito à pressa.
Igual votação teve a proposta de empreitada para o Arranjo Urbanístico da Praça 25 de Abril e Parque, adjudicada à Sociedade de Construções José Coutinho, SA, por 3,39 milhões de euros.
Os vereadores Delfim Azevedo e Rui Correia, mostraram o deu descontentamento com a criação de um parque de estacionamento “caríssimo, cuja necessidade não está documentada, e que não foi sequer originalmente projectado para o local onde será construído”. O PS nunca considerou a solução do parque subterrâneo na Praça 25 de Abril uma resposta “contemporânea para o enorme problema de trânsito que esta autarquia criou e que não consegue fazer debelar”. Apesar disso, os autarcas mostram-se “indisponíveis” para votar contra uma proposta que represente uma receita nos orçamentos do concelho, “pelas contas entretanto actualizadas em valor de adjudicação, de três milhões de euros”.

Fátima Ferreira
ffferreira@gazetadascaldas.pt