As crianças que estudam na EB da Encosta do Sol vão no próximo ano lectivo ser provisoriamente transferidas para Salir de Matos enquanto durarem as obras de requalificação do seu estabelecimento escolar. A medida é polémica porque há pais que preferiam uma solução dentro da cidade.
As obras na escola caldense vão custar 1,5 milhões de euros e têm participação de fundos comunitários.
A EB da Encosta do Sol vai ser alvo de uma intervenção que vai durar um ano e que custará 1,5 milhões de euros. O equipamento vai passar a ter Educação Pré-escolar e as salas do 1º ciclo passarão de oito para quatro.
A intervenção prevê a requalificação dos três edifícios existentes e a criação de um refeitório no edifício principal.
A direcção do Agrupamento de Escolas D. João II promoveu reuniões com os Encarregados de Educação (EE) dos alunos que estavam a terminar o ano lectivo na Escola Básica da Encosta do Sol.
Nestes encontros, onde participaram os professores titulares de cada turma e a vereadora da Educação, Maria João Domingos, foram apresentadas aos pais três alternativas para a reinstalação da escola.
A primeira previa a colocação de cinco contentores devidamente climatizados (salas de aula, refeitório e casas de banho) em espaços individualizados (vedados) no campo de jogos da escola da Encosta do Sol ou na sede do agrupamento. A terceira hipótese previa a utilização de salas de aula no Centro Escolar de Salir de Matos.
A direcção do agrupamento e a autarquia procuraram envolver os encarregados de educação na tomada de decisão que, “não sendo unânime, reuniu um largo consenso, tendo uma ampla larga maioria optado pela utilização dos espaços do Centro Escolar de Salir de Matos”, afirmou a vereadora Maria João Domingos, acrescentando que a escola de Salir de Matos “é um equipamento escolar de construção recente, com boas condições de funcionamento pedagógico, refeitório com confecção no local”, que pode receber os alunos da Encosta do Sol “com pares do mesmo ciclo de ensino e afastados dos incómodos do ruído da obra”.
Não há outra opção?
Essa não é a opinião de Sandra Pita, que tem dois filhos na Escola da Encosta do Sol e que fez chegar à Assembleia de Freguesia um comunicado onde expressa a sua opinião contra a ida para Salir de Matos. Diz que esta opção não seria a mais adequada e questiona-se se não haveria mesmo outra hipótese para colocar as três turmas no centro da cidade. “Ninguém está a dizer mal da escola de Salir de Matos, mas não há outras hipóteses?”, questionou esta encarregada de educação, que diz que representa a maioria dos pais das turmas que frequentaram o 1º e o 3º ano.
“Os alunos vão ter que se levantar meia hora mais cedo e ter que fazer o percurso de, pelo menos, 12 quilómetros por dia”, afirmou Sandra Pina. A representante, contou ainda que houve uma segunda reunião entre os pais do 3º ano da Encosta do Sol e que estes, face à escolha feita pelas turmas do 1º e 2º ano, entenderam “que não é benéfico separar os alunos da mesma escola”, tendo aceite a ida para Salir de Matos. Contudo, na última comunicação feita à vereadora da Educação por e-mail, os pais expressam o seu desagrado por terem que optar por uma escola na periferia das Caldas. Nesse e-mail, pedem que “não dessem este assunto como encerrado por forma a encontrarmos juntos uma opção dentro da cidade”.
Questionado pela Gazeta das Caldas, Jorge Graça, director do agrupamento D. João II respondeu que “não há outras escolas com condições para acolher três ou quatro turmas”.
O município disponibilizou-se para realizar o transporte diário de todos os alunos, garantindo regresso em horas diferenciadas para os alunos com e sem AEC´S (Actividades Extra Curriculares).
Durante a realização das reuniões com os pais, foram levantadas outras hipóteses como, por exemplo, a EB do Parque e a ocupação do antigo externato Ramalho Ortigão. Ambas não foram possíveis dado que a primeira não tem salas suficientes e a segunda porque tem um projecto social em desenvolvimento no curto prazo.
Segue-se a remodelação da EB do Avenal
Está prevista para breve a requalificação da EB do Avenal, que custará cerca de um 1,1 milhões de euros. Maria João Domingos diz que não possível prever o início da obra porque o processo tem de passar ainda pelo Tribunal de Contas.
A remodelação esta escola contemplará a requalificação do edificado e ainda a correcção de algumas patologias construtivas do edifício do pré-escolar, a construção de um novo edifício destinado a cozinha e refeitório, além da reconversão do edifício que actualmente desempenha as funções de biblioteca e refeitório, remodelação e tratamento do espaço exterior.