Oeste Lusitano resistiu à chuva

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A Rainha D. Leonor, fundadora das Caldas, assiste ao espetáculo Caldas D’Outrora

A chuva afastou algum público sobretudo nos períodos da tarde de sábado, mas programa cumpriu-se e com muito público a assistir

A 11ª edição do Oeste Lusitano foi marcada pela chuva, que terá afastado mais visitantes do certame nos períodos da tarde, mas sempre que o mau tempo levantou, o recinto encheu-se de gente, sobretudo para os eventos principais. A edição deste ano foi dedicada a Vitorino Froes e, com alguns familiares presentes, ficou no ar a perspetiva de se criar um espaço museológico com o espólio do município ligado ao cavaleiro e também com a ajuda da família.
O Oeste Lusitano teve números idênticos aos do ano passado. Segundo Pedro Columbano, presidente da Associação de Criadores de Puro Sangue Lusitano do Oeste (ACPSLO), organizadora do certame, estiveram no Parque D. Carlos I mais de 250 cavalos, dos quais cerca de 190 para os concursos hípicos, 32 nas boxes dos criadores e 45 os que estiveram envolvidos nos espetáculos do picadeiro principal.
Estes últimos são sempre os momentos altos da feira e, apesar da ameaça de chuva, juntaram milhares de pessoas em redor do picadeiro principal. Nas duas noites, foram apresentados os espetáculos Caldas D’Outrora e Caldas de Agora. No primeiro, contou-se um pouco da história e costume da cidade noutros tempos, perante o olhar da Rainha D. Leonor que assistiu a tudo do seu trono. No segundo, o cavalo juntou-se, como é hábito, às artes circenses e à dança durante cerca de hora e meia de espetáculo.
Pedro Columbano realçou que a chuva, que caiu sobretudo na tarde de sábado e ao início da tarde de domingo, trouxe uma dificuldade acrescida, mas salientou o esforço da organização para que todo o programa da sua responsabilidade fosse cumprido, como acabou por ser.

Além dos eventos no picadeiro, Pedro Columbano realçou que nas largadas de touros também houve uma grande afluência e não se registaram incidentes de maior.
Os mais afetados pela chuva acabaram por ser os expositores, que durante esses períodos viram a afluência e o negócio decrescer, além de terem sido também canceladas algumas atuações sobretudo na área do artesanato, que fica mais desprotegida, “mas penso que, no geral tivemos algum êxito”, referiu o presidente da ACPSLO. “Na hora de almoço de sábado pensámos que o evento tinha acabado e à noite estava repleto, isso significa que o Oeste Lusitano está na mente das pessoas e ficamos muito satisfeitos com isso”, acrescentou, salientando o esforço de toda a equipa de voluntários que ajuda a colocar de pé o festival.
Uma das novidades deste ano foi a criação de um espaço agropecuário, que tinha como figuras centrais imponentes exemplares de bovino das raças Minhota e Barrosã e que juntava ainda um burro, três porcos Malhado de Alcobaça e cabras.
José Ribeiro veio de Guimarães com a sua criação de raça Minhota e ficou satisfeito com a presença no Oeste Lusitano. “As pessoas aderiram, entram aqui e vão buscar os familiares ou os amigos para verem também, e fazem muitas perguntas, têm curiosidade como um animal cresce tanto”, disse, lembrando que o macho reprodutor de maior porte tem um peso que ultrapassa as duas toneladas. “É uma raça autóctone que tem esta facilidade de crescimento. Tem boas características, eram animais de trabalho, que ajudavam no campo e, no fim da vida, serviam para consumo”, explicou. As duas raças estão bem disseminadas pelo país. “É uma carne muito saborosa, estamos a vender para todo o mercado nacional”, acrescentou.
No encerramento, após a homenagem a Vitorino Froes com a presença de vários familiares descendentes, o presidente da Câmara das Caldas, Vítor Marques, lembrou que a autarquia tem espólio ligado ao cavaleiro e lançou a semente para a criação de uma exposição em conjunto com espólio da própria família. Pedro Columbano lembrou também que a ACPSLO tem vindo a realizar contactos com a autarquia para ter uma nova sede que possa receber, também, um espaço museológico ligado ao cavalo e à tauromaquia. ■