Oeste quer tornar-se uma região mais igualitária e inclusiva

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O seminário final foi apresentado na OesteCIM, com os parceiros do projeto
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Projeto que envolveu os 12 municípios permitiu fazer o diagnóstico e dinamizar ações de formação e sensibilização. O Observatório do Oeste irá coordenar e monitorizar em contínuo o seu desenvolvimento

40% dos jovens acreditam que os rapazes têm mais e melhores oportunidades de carreira do que as raparigas, 53% dos cidadãos acreditam que os homens encontram melhores empregos ou progridem nas suas carreiras com mais facilidade e 17% afirmam ter sofrido discriminação. Estes são os principais resultados do diagnóstico feito aos 12 municípios do Oeste no âmbito do Oeste + Igual, um projeto -piloto de implementação das Políticas de Igualdade de Género e de Conciliação da Vida Profissional, Familiar e Pessoal. Promovido pela OesteCIM em parceria com a Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e o Centre for Gender and Equality (University of Adger), começou a ser desenvolvido em 2021 e o seminário final teve lugar no passado dia 30 de abril, na sede da OesteCIM .
Ainda de acordo com o mesmo diagnóstico, que teve por âmbito os 12 municípios do Oeste, os homens enfrentam dificuldades em assumir os seus direitos e responsabilidades nas dimensões parentais e domésticas, regista-se uma falta de apoio, sobretudo ao nível central, às famílias, especialmente famílias monoparentais ou durante os fins de semana, e há uma necessidade de intervenção escolar precoce para a igualdade. “Os estereótipos ainda contaminam a nossa sociedade e uma igualdade feliz”, começou por dizer Susana Lopes, da SHL Portugal, que realizou o estudo. A responsável reconheceu a pouca adesão e uma participação muito limitada de líderes e gestores de empresas, defendendo que no futuro os têm de atrair mais para o projeto.
Foram realizadas ações de formação para escolas, sessões para estudantes e também seminários abertos à população em geral. Estão também já a ser implementadas boas práticas, como manuais de conduta, campanhas de consciencialização, iniciativas de empoderamento de mulheres e campanhas de masculinidade não violenta para rapazes. Para o futuro, Susana Lopes defende a criação de um pacto social onde as empresas também estejam incluídas, assim como a desconstrução de estereótipos de género na orientação vocacional para os jovens.

Um observatório para o Oeste
Com um investimento aproximado de 250 mil euros, financiado pelos EEA Grants, o projeto envolveu 1996 participantes, foram dinamizadas 16 atividades e um plano de ação. Está também a ser desenvolvido o Observatório do Oeste, uma plataforma que vai coordenar e monitorizar em contínuo o desenvolvimento do projeto através de vários indicadores.
Paulo Simões, secretário executivo da OesteCIM, destacou a relevância do projeto Oeste + Igual para a região, que pretende ser “inteligente, sustentável e inclusiva, onde o foco da governação são as pessoas”.
De acordo com o responsável, o Oeste tem como objetivo construir três grandes pactos, o pacto verde, o digital e o social. As políticas de igualdade de género incluem-se no pilar social, que terá de envolver o compromisso entre o sector público, terceiro sector e empresas, concretizou. “É importante agora, numa fase subsequente ao projeto e com base no benchmark de politicas mais eficazes, que consigamos envolver as empresas para também elas incorporarem estas dimensões de política pública, serem mais competitivas e criarem maior valor acrescentado”, concluiu.
A Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género é o operador, em Portugal, do programa Conciliação e Igualdade de Género, no âmbito do qual foram financiados 33 projetos.
Joana Marteleira, coordenadora da equipa de Apoio ao Programa EEA Grants, destacou que são “projetos dinâmicos e participados como este que devem continuar a ser financiados e replicados em todos os municípios portugueses”. ■

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