O Orçamento Participativo 2019, cuja votação foi encerrada a 3 de Outubro, registou menos 72 votos do que o do ano passado. Em 2018 votaram 255 cidadãos e este ano apenas 183, o que representa um decréscimo de 28%.
Foram aprovadas três propostas que quase esgotam os 200 mil euros disponíveis: um sistema de comunicação geográfica para promoção da Lagoa de Óbidos (83 mil euros), um parque de prevenção rodoviária (70 mil euros) e o arranjo urbanístico de um espaço público na Rua Camb Les Bains (40 mil euros).
Perante pouco mais que uma dezena de pessoas, decorreu uma assembleia participativa no auditório da Câmara na noite de 3 de Outubro. A votação já estava encerrada pois tinha estado aberta online durante três meses e presencialmente durante um dia no Posto de Turismo e na sede da União de Freguesias de Santo Onofre e Serra do Bouro.
A assembleia servia para abrir as urnas e adicionar os votos presenciais aos online, que foram divulgados durante o dia, ainda com a votação a decorrer.
O projecto vencedor (com 231 pontos) foi um sistema de comunicação geográfica para promoção da Lagoa de Óbidos. Trata-se de uma maquete em três dimensões, com um sistema de projecção e informações sobre a fauna, a flora, as actividades, a geologia, entre outras.
Em segundo lugar ficou o parque de prevenção rodoviária com 178 pontos. Este terá uma simulação dos principais pontos da cidade para criar situações de circulação como método de aprendizagem.
O último projecto aprovado é o arranjo urbanístico de um espaço público na Rua Camb Les Bains para usufruto da população (141 pontos).
Contaram-se ainda dois votos nulos.
Depois de ser criado, em 2013, o Orçamento Participativo foi somando cada vez mais adeptos, até que em 2015 chegou aos 339. No ano seguinte não houve Orçamento Participativo, que pasou a bienal devido aos atrasos na execução dos projectos.
Em 2017 votaram 255 pessoas, num decréscimo de 25% face a 2015. Agora votaram menos 72 pessoas do que na edição anterior (menos 28%). Comparado com o melhor ano (2015), a votação caiu quase para metade.
Presente na sessão, Ana Costa Leal, presidente do Conselho da Cidade, salientou as dificuldades no registo de novos cidadãos na plataforma.
A vereadora responsável pelo Orçamento Participativo, Maria João Domingos, revelou que já começaram a ser executados projectos de 2017 e admitiu que “a plataforma não era amigável, não era ágil e também não é para o OP Jovem, mas não íamos alterar a meio do processo”.
Carlos Fernandes, um dos cidadãos mais interessados nesta ferramenta democrática (e proponente do projecto das Hortas Urbanas), considerou que “este resultado é uma mensagem para a Câmara”. Notou que “a votação online não está a resultar”, mas defendeu que presencialmente se consegue mobilizar as pessoas e defendeu que deveriam ser colocadas urnas de voto nas Juntas de Freguesia.
Paulo Vaz, proponente de um projecto, perguntou à Câmara pelos muppies de promoção do Orçamento Participativo.
Já para depois do fecho desta edição estava prevista a assembleia participativa do OP Jovem 2019. A concurso estavam os jardins verticais num ou mais edifícios da cidade, a construção de balneários públicos, a colocação de postos de carregamento para telemóveis e fichas de electricidade na cidade, a construção de cacifos públicos e a requalificação do parque desportivo do Bairro dos Arneiros.
Votantes no Orçamento Participativo
2013 – 68
2014 – 148
2015 – 339
2017 – 255
2019 – 183