Documento foi apresentado pelo seu coordenador, Paulo Sousa, da Escola Nacional de Saúde Pública
Melhorar o acesso aos cuidados de proximidade e apostar na diversificação e diferenciação da resposta hospitalar pública, com a criação de uma unidade de cuidados intensivos e o alargamento da prestação de cuidados “a situações mais complexas e cuidados diferenciados”, são algumas das propostas avançadas pelo Plano de Desenvolvimento em Saúde e Qualidade de Vida para o concelho das Caldas da Rainha, apresentado a 16 de abril na Assembleia Municipal. O documento, elaborado pela Escola Nacional de Saúde Pública da Universidade Nova de Lisboa coloca ainda, entre as ações prioritárias, a necessidade de “renovar, reestruturar e redimensionar o edifício do Hospital das Caldas da Rainha, para possibilitar dar uma resposta mais adequada às necessidades que hoje são notórias e que, no curto/médio prazo, se irão acentuar”. A criação das Unidades Locais de Saúde são uma oportunidade para melhorar e reforçar a integração de cuidados e é necessário um reforço de iniciativas intersetoriais, promotoras de estilos de vida saudáveis e envelhecimento ativo saudável.
Em relação ao termalismo, Paulo Sousa destaca como prioritário a captação de público e a articulação em rede com as outras instituições de saúde, bem como uma aposta na sua modernização e abertura à vertente de bem-estar.
De acordo com o diagnóstico realizado, Caldas surge à frente da média nacional nas doenças do aparelho circulatório e do respiratório, tumores, doenças endócrinas, nutricionais e metabólicas e na diabetes, sendo que, neste último caso, mais do que duplica os dados do continente. Para o PS, “mais importante que ter planos é ter planeamento”, manifestando que tem uma posição “política contrária à adjudicação a consultores externos da gestão dos planos”, por considerar que o planeamento municipal deve de ser “uma prerrogativa dos responsáveis políticos do município”. Para os socialistas os objetivos políticos devem passar pela promoção da saúde, acesso equitativo aos cuidados de saúde, melhoria da qualidade dos serviços de saúde, redução das desigualdades, gestão eficiente dos recursos, preparação e respostas a emergências de saúde pública e pelo desenvolvimento de parcerias e colaborações, explicou o deputado Jaime Neto.
António Curado (VM) destacou o “bom retrato” da saúde no concelho e as pistas que o documento deixa para o futuro. Reconhece, no entanto, que falta uma referência maior ao novo hospital. Também Paulo Espírito Santo (PSD) referiu a importância deste trabalho para capacitar o executivo para a tomada de decisões. Queria ter visto algumas conclusões no plano e, referindo-se ao termalismo, defendeu que o município tem de promover o acesso aos cuidados termais e diversificá-los.
O Presidente da Câmara, Vítor Marques, está satisfeito com o documento, que considera fornecer bastante informação e informou que o passo seguinte será a criação de uma estratégia municipal. ■